Capítulo 11| Dia 2: O início do novo inferno

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No dia seguinte, acordei assustada com o som da sirene e sem querer acabei batendo a cabeça na cama de cima. As meninas viram que acabei me assustando e foram para perto de mim.

— Você está bem? – Olga se aproximando verificando minha cabeça.

— Estou sim, só bati a cabeça com o susto. – falei tocando na parte que bati

— Vai ficar tudo bem! Apenas siga o que fizermos, iremos para o refeitório tomar café da manhã. – Patrícia fala sorrindo enquanto me ajuda a levantar

— Bom dia! Falem o nome completo de vocês. – Uma policial fala com uma prancheta em mãos.

— Bom dia senhora! Meu nome é Olga Mallet. – Olga olha para a policial e responde educadamente.

— O meu é Patrícia Pavlova. – Patrícia fala ajudando-me a levantar.

— E o seu, moça? – a policial pergunta olhando para mim

— Melissa Clark, sou nova aqui. – Falo enquanto me apoio na Patrícia.

— Ok! Já iremos liberar vocês, mas preciso falar com vocês antes de saírem para o pátio. – A policial fala olhando para nós

— Aconteceu algo? – Olga pergunta enquanto procura algum pano para umedecer e passar no meu rosto que ainda estava machucado.

— Depois eles explicam melhor, apenas posso dizer que foram ordens do Tenente e do Sargento. – Ela fala enquanto se retira

Eu estava com muito medo do que poderia estar acontecendo naquele exato momento, pois quando se tratava de ordens dos superiores dentro da prisão poderia ser algo muito grave. As meninas ficaram pálidas, mas continuaram me ajudando com meus machucados.

A cada minuto que passava, eu ficava mais nervosa sem poder saber o que realmente poderia vir dos chefes da prisão. As meninas continuavam demonstrando que estavam inseguras, pois elas estavam com uma sentença que não poderia ser reduzida com tanta facilidade, a sentença delas teria que ser paga com trabalho para conseguirem reduzir até quarenta porcento da pena e não poderia ser qualquer tipo de serviço.

— Meninas, desculpe me intrometer sobre a sentença de vocês só que eu estou com uma dúvida. – Falo enquanto me sento na cadeira

— Pode perguntar, querida. – Olga fala enquanto se senta na sua cama.

— Vocês tem uma sentença muito alta por conta do ato cometido no passado, como vão fazer para reduzir a pena? – pergunto olhando para as duas.

— Bom, para cada tipo de crime é oferecido um tipo de trabalho para reduzir sua pena e vai muito do critério da justiça e do próprio Juiz. No meu caso, eu não tenho certeza quantos anos vai diminuir caso me deem essa opção de trabalhar para poder diminuir a pena, pois a minha sentença até então foi dada de 5 anos e daqui alguns dias eu tenho um novo julgamento para eles darem a sentença final. – Olga fala enquanto olha para mim.

— Nem preciso falar que meu caso é meio impossível, né? Minha sentença final foi de vinte e cinco anos, mesmo que eu tenha feito coisa bem pior naquele dia em que matei meu pai com arma branca e ainda mutilei seu órgão genital, a justiça considerou que eu havia cometido esse crime por legitima defesa. Só que o meu caso foi considerado ao extremo depois que entrei aqui, porque uma das valentonas daqui acabou fazendo graça comigo e eu acabei espancando até ter uma convulsão e entrar em coma, a justiça me levou novamente a julgamento e decidiram que deixariam minha pena como prisão perpétua pelo crime que cometi contra meu pai e por ter quase matado uma detenta. – Patrícia fala enquanto comia suas unhas.

— Mas por qual motivo espancou essa moça? – pergunto inocentemente

— Ela estava me perseguindo desde o primeiro dia, sempre me ameaçando de morte caso não ajudasse a criar uma rebelião aqui dentro para que todas pudéssemos sair ilesas e a justiça fosse feita com nossas próprias mãos sem interferência do governo, mas eu era totalmente contra esse pensamento dela pelo fato de estarmos presas e sermos consideradas pessoas "perigosas" para a sociedade a ponto de ficarmos pagando durante anos ou até a morte dentro desse inferno. Pelo simples fato de eu ter falado isso, ela ficava correndo atrás de mim com suas colegas e acabam me batendo, diversas vezes eu chegava com olho roxo na cela e ficava chorando de medo. – Patrícia fala indo em direção ao portão para ver a movimentação.

A Redenção De MelissaOnde histórias criam vida. Descubra agora