Capítulo 13| A Luz no Final do Túnel

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Assim que acordei, olhei para todos os lados e percebi que eu estava em um lugar totalmente novo. Me levantei devagar, estava deitada num campo completamente cheio de flores das mais diversas cores, olhei ao redor e vi uma pequena casa no horizonte, era a casa da minha bisavó. Me levantei e corri em direção da casa enquanto ouvia os berros da minha avó me procurando no meio do campo desesperada, toda vez que eu tentava gritar, minha voz não saia e percebi que aquele mundo não me pertencia naquele momento, de início me desesperei até conseguir entender o que estava acontecendo.

Quando minha mãe ficou grávida, ela não tinha condições de me criar e me deixou aos cuidados da minha avó e da minha bisa até meus quatro anos de idade. Minha mãe me teve muito jovem e como sofria muito com o abuso psicológico e físico do meu pai, resolveu que eu não passaria por isso até ela resolver toda essa situação. Aos sete anos, minha mãe voltou a morar na casa da minha bisa e ajudava nas despesas de casa trabalhando como faxineira e cuidadora, mas tempos depois meu pai veio atrás de nós e acabou fazendo uma das maiores loucuras da vida dele naquele momento.

Essa lembrança de estar deitada no meio do campo, era um refúgio que eu tinha quando eu ficava na casa da minha bisa, quer era um momento que eu ficava sozinha por horas chorando por conta dos abusos que eu e minha mãe sofremos até o dia que meu pai me raptou e me fez passar por tantas coisas horrendas que agora fazem parte de mim.

Em um certo momento, parei de ouvir a voz da minha avó e resolvi me aproximar, em seu rosto pude ver a preocupação de quem poderia me perder a qualquer momento. Toquei no rosto dela, sua pele estava fria e pálida, mas eu podia ver seu rosto com cores nitidamente fortes que me faziam lembrar da época que ela brincava comigo durante horas até a minha mãe chegar do serviço. Olhei para trás e vi uma criança correndo em direção da minha vó, agachei e abri os braços para aquela criança, porém ela passou por dentro do meu corpo e naquele momento entendi que eu estava apenas de passagem naquele mundo espiritual.

Olhei aquela criança abraçando a minha vó e reconheci a minha marca de nascença, uma pequena manchinha localizada atrás da orelha em formato de estrela. Quando vi minha marca de nascença, lembrei da história que minha avó contava sobre o motivo de eu ter aquela marca e sempre que lembro acabo chorando, pois minha avó acabou morrendo dias depois.

Caminhei em direção a casa da minha bisavó e quando eu chegava mais perto uma energia negativa me pedia para recuar, pois algo de ruim iria acontecer e me magoar profundamente, mesmo assim insisti e andei até as escadas. Quando toquei no corrimão pude ouvir minha bisavó gritando para que saíssemos do meio do campo que estávamos correndo perigo, minha avó me abraçou e logo caímos no meio das flores, como eu era uma criança acabei não percebendo o perigo que estávamos correndo naquele momento e baixinho eu chamava minha avó, minha bisavó soltou os cachorros e mandou eles correrem atrás dos caçadores, depois que eles adentraram na floresta ela veio correndo até nossa direção chamando meu bisavô. Minha avó tinha tomado dois tiros de espingarda, um tiro acertou sua coluna e o outro acabou acertando seu rim, na intenção de me proteger minha avó acabou ficando de costas para a floresta e salvou a minha vida.

Quando vi aquilo tudo acontecendo, sentei-me no chão e comecei a chorar, pois meus pais haviam me contado que minha avó tinha morrido por conta dos problemas cardíacos que desenvolveu durante sua velhice, porém eu nunca tinha visto ela tomar nenhum tipo de remédio para ajudar esses problemas, então decidi investigar isso por conta própria assim que eu voltasse ao mundo real. Para descobrir quem foram os desgraçados que atiraram na minha vó, me desloquei rapidamente para o meio da floresta para conseguir alcançar as pessoas que haviam realizado essa atrocidade, mas eu não esperava o que estava por vir.

Enquanto corria pela floresta, conseguia ouvir os latidos dos cachorros próximos de mim, assim que alcancei os cachorros da minha vó, pude ver claramente duas pessoas correndo desesperadamente, estralei os dedos para o tempo parasse naquele momento para que eu pudesse ver o rosto dos delinquentes que estavam correndo. Andei até os dois e não consegui ver nada mais além dos olhos, pois ambos estavam com vestimentas de camuflagem, olhei cada detalhe para encontrar alguma pista que fizesse com que eu os reconhecesse e acabei encontrando o que eu menos esperava: a tatuagem que meus pais tinham no antebraço. Naquele momento eu me sentei no chão e comecei a chorar muito, pois queria entender o motivo deles terem matado minha vó, na qual eu tinha um grande afeto e vínculo desde que eles estavam brigados por conta do casamento e intrigas.

A Redenção De MelissaOnde histórias criam vida. Descubra agora