Capítulo 7| Ala Hospitalar

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"O que seria de mim neste dia? Eu estava pronta para encontrar com a minha vozinha que estava me esperando lá em cima, quantas saudades eu tinha da minha velhinha! Um dia encontrarei a senhora novamente, desta vez prometo que ninguém poderá separar a gente e prometo que seria a melhor neta do mundo." – Diário da Prisioneira Melissa.

Acordei em um lugar muito estranho, não sabia o que havia acontecido e nem me recordava o que havia ocorrido nos últimos quinze minutos, apenas lembro de vozes berrando para virem me ajudar e que eu havia desmaiado. Assim que abro meus olhos e posso ver que há vários policiais em volta de uma cama hospitalar na qual eu estava deitada, sem entender nada eu olho para uma enfermeira que estava conversando com um dos policiais e tento chamá-la.

— Senhorita Clark, que bom que acordou. Como está se sentindo? – ela se aproxima e sorri para mim

— Acho que sim, onde estou? – falo coçando meu olho

— Você está na ala hospitalar do presídio, trombaram em você na intenção de arrumar confusão e suas colegas de cela te defenderam, mas você caiu e bateu a cabeça. – Ela fala conferindo meu curativo.

— Vocês sabem o motivo disso? Eu não tinha feito nada para ter acontecido isso comigo. – Falo olhando para ela

— Senhorita Clark, me chamo Sargento Mancini e eu estou analisando o seu caso. Antes mesmo da senhora ser conduzida ao presídio, houve rumores sobre você e o seu pai, falavam que você era uma serial killer na sua adolescência e ajudava seu pai nos crimes, porém quando ele foi preso a senhorita mesmo alegou que ele ameaçava, batia e tentou estupra-la inúmeras vezes caso não obedecesse as ordens dele. Aqui no presídio não cegou nem um terço do que ocorreu naquela época, então acham que você ainda é cúmplice dele mesmo depois dele ser preso e ter todas as provas comprovadas que ele realizou milhares de crimes sozinho. – Ele fala se aproximando

— Será que elas têm ódio de mim por conta do meu pai? – pergunto olhando para o sargento

— Provavelmente sim, pelo menos aqui em Berlim o seu pai ficou famoso pelos crimes, quando ele foi a julgamento foi transmitido em rede nacional, eles viram seu rosto naquela época e você não mudou nada desde então. – Ele fala olhando no fundo dos meus olhos.

— Mudei bastante sargento, querendo ou não mudei. Não queria ter me tornado uma cópia do meu pai porque eu segui os passos dele. – falo olhando para ele

— Seu ferimento está bem melhor, vou passar alguns remédios para você tomar e daqui alguma hora estará liberada para voltar à sua cela. – A enfermeira troca o curativo e levanta-se

— Obrigada. – Falo sorrindo para ela

— De nada querida, qualquer coisa pode me chamar. – Ela sorri e se retira

— Senhorita Clark? – o sargento me chama enquanto vê a enfermeira saindo do quarto

— Sim? – falo voltando meu olhar para ele

— Como seu pai está? – ele pergunta sentando-se na cadeira de acompanhante

— Não sei sargento, faz cinco anos que não vejo meu pai. – Falo enquanto me arrumo na cama

— Por que nunca visitou seu pai depois dele ser preso? – ele pergunta olhando seriamente para mim

— Se eu fosse visitá-lo, poderia ter certeza de que ele tentaria fazer alguma lavagem cerebral em mim em relação aos crimes dele, que eu deveria depor a favor dele para diminuir a pena dele, então preferi me afastar dele. – falo enquanto coloco a mão sobre o curativo

— Entendo, sei que é difícil para você. – Ele fala abaixando a cabeça

— Na verdade, eu nunca quis saber do meu pai depois da separação, então por mim ele pode morrer sem as minhas visitas. – Respondo revirando os olhos

A Redenção De MelissaOnde histórias criam vida. Descubra agora