Capítulo 14

1 0 0
                                    

Jimin

Depois que eles voltaram e penduraram o balanço nos ganchos no teto da varanda, Jimin se ofereceu para fazer algo simples para comer que exigia pouco esforço, pois ambos estavam emocionalmente gastos no cemitério.

O que quer que tivesse acontecido depois de ver as sepulturas dos pais de Tom fez seu peito palpitar e os olhos lacrimejarem. E quando Jungkook o abraçou, ele queria ficar dentro de seus braços a noite toda; era tão malditamente bom ter contato humano novamente. O jeito que ele cheirava, sentia e soava, fazia uma agitação ansiosa dentro dele, que ele lutou para conter.

Jimin percorreu os armários, seus olhos olhando na direção de algo que não comia há muito tempo, e seu estômago roncou em resposta. — Quando foi a última vez que você comeu um sanduíche de manteiga de amendoim e geleia?

Jungkook sorriu enquanto passava por uma pilha de correspondência perto da porta. — Desde que eu era criança. Mas agora você me fez desejar um.

— Perfeito — Jimin sorriu. — Eu vou prepará-los e depois podemos testar esse balanço.

— Chique — disse Jungkook com uma piscadela, e Jimin percebeu o quanto ele gostava do lado brincalhão dele. Havia tanto peso apenas uma hora antes. — Mas acho que não tenho geleia.

— Tudo bem — respondeu Jimin, vasculhando sua despensa - que estava cheia de mais coisas do que sua sala de estar, se ele estava sendo honesto - e encontrou o que procurava. — Meu avô fazia com mel.

Ele preparou dois sanduíches cada um, acrescentando mais mel aos dele porque gostava da doçura extra, enquanto Jungkook servia copos de leite e o seguia até a varanda.

Jungkook sentou-se, testando o balanço primeiro. — Espero que aguente — comentou.

— Acho que só há uma maneira de descobrir — respondeu Jimin, afundando ao lado de Jungkook.

As correntes e a madeira pareciam seguras o suficiente, então balançaram e comeram levemente, ambos perdidos em pensamentos.

— Isso está gostoso — disse Jungkook com a boca cheia. — Aposto que você lembra seu avô?

O peito de Jimin tremeu quando ele assentiu.

— Ele era como uma figura paterna para você?

— Sim — ele disse com um suspiro. — Eu certamente o decepcionei com minhas atitudes, principalmente quando eu... caí na multidão errada.

Ele supôs que essa era a melhor maneira de dizer. Ele não precisava aceitar aquele emprego; ele poderia ter procurado outro lugar ou desistido quando percebeu que algo obscuro estava acontecendo.

— Não seja tão duro consigo mesmo — respondeu Jungkook depois de um gole de leite. — Fiz algumas coisas das quais também não me orgulho.

— É verdade isso? — Jimin levantou uma sobrancelha. — Já foi pego?

Já chegou à prisão?

— Muitas vezes por diferentes pais adotivos ao longo dos anos. Eu estava tão perdido e com raiva naquela época, o que não ajudou. Isso era geralmente quando eles me mandavam embora. Eu era meu pior inimigo.

— Eu entendo isso muito bem — concordou Jimin, e ele admitia que as coisas eram confortáveis e fáceis entre eles, mais ainda desde o cemitério. Até suas coxas pressionadas juntas no banco não pareciam incomodar Jungkook. Jimin pensou com certeza que ele moveria para dar espaço a eles, mas ele ficou parado, e o calor que emanava de sua pele fez o corpo inteiro de Jimin zumbir com uma consciência estranha, como se houvesse um fio mais profundo de conexão se formando entre eles.

De luz solar e poeira estelarOnde histórias criam vida. Descubra agora