Capítulo 20

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Jimin

"Paige insistiu em dar privacidade a mim e a Charlie dentro do celeiro. Nós só tivemos momentos roubados nas últimas duas semanas, sempre com medo de ser descobertos por Kasper ou outro agricultor.

Pensamos em fugir depois da igreja no domingo, mas meu pai estava passando por um momento difícil e minha mãe precisava de ajuda. Não podemos nos dar ao luxo de contratar uma enfermeira, e nos seus dias mais difíceis, quando sua memória não é tão boa e sua frustração atinge o ponto de não poder usar o braço ou a perna direita, eu sempre ajudo. De jeito nenhum eu poderia ir.

Havia tantas vezes que eu queria contar à minha mãe o meu segredo mais profundo, que estava apaixonado pelo meu melhor amigo, mas sabia que ela nunca entenderia. Além disso, ela tinha muitas outras pressões com meu pai e a fazenda, e de jeito nenhum eu queria causar-lhe um estresse indevido.

Mas Paige tem sido uma dádiva de Deus. Ela veio na segunda-feira seguinte sob o pretexto de visitar minha mãe durante o almoço. E Deus, eu não sei como devo pagá-la.

Roubar qualquer momento sozinho com Charlie parecia um sonho impossível. Como uma coceira embaixo da minha pele, essa necessidade desesperada de segurá-lo, diz o quanto ele significa para mim, além de olhares significativos através de um palheiro ou ao redor da vaca no pasto.

Quando nos beijamos, parece explosivo, como se ele ocupasse todo o espaço disponível no meu coração e não tivesse para onde ir, exceto derramar em ondas de carinho e amor.

Hoje, fomos capazes de correr até o palheiro e almoçar juntos, Charlie me alimentando com mordidas de maçã-verde enquanto ele amaldiçoava e reclamava do sermão do pregador no dia anterior. Sua leitura de Sodoma e Gomorra do livro de Gênesis e seu aviso de fogo e enxofre sobre o que ele chamou de pecados da carne.

— Um monte de besteira é o que é — disse Charlie. — Essa passagem da Bíblia é sobre ser desonesto, ganancioso e hostil também. Não sobre nós. Nunca sobre nós.

— Você é pagão — eu disse enquanto lhe dava os últimos pedaços do meu sanduíche de mortadela.

— Você ama esse pagão — respondeu Charlie, beijando minha bochecha.

— Eu amo — eu admiti. Eu sempre o amei, e amaria até meu último suspiro.

Charlie afundou no feno com um suspiro. — Nós nunca seríamos aceitos, Tom. Ninguém jamais entenderia nosso amor. Até minha desculpa lamentável de um pai, que frequenta serviços e recita todas as palavras certas antes de procurar refúgio em seu gin, seria mais aceito do que nós.

Deitei ao lado dele, meu estômago revirando com a verdade de suas palavras.

— Paige entende — eu ofereci, e Charlie sorriu.

Ele me incentivou a deitar minha cabeça em seu peito, bem contra seu coração, enquanto passava os dedos pelos meus cabelos. Eu amava quando ele me tocava tão livremente assim. Eu podia sentir seu pulso firme contra o meu ouvido, e isso ajudou a acalmar minhas próprias respirações inquietas.

— Ouvi dizer que existem lugares nas grandes cidades onde homens como nós podem se sentir seguros — disse Charlie com uma voz sonhadora enquanto seus dedos bifurcavam os cachos da minha nuca.

Inspirei profundamente. — Como uma casa segura?

— Mais como um bar ou uma taberna onde poderíamos estar livres e protegidos, pelo menos durante a noite.

— Eu invejo esses homens — Eu disse, beijando seu peito e observando a pele arrepiada alinhar sua pele macia. Não havia nada no mundo como beijar Charlie. — Seria impossível viajar sem muito dinheiro. Além disso, minha mãe...

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⏰ Última atualização: Dec 25, 2023 ⏰

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