Still flying over

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             POV autora


Freen e Becky teriam que passar horas no avião para chegarem até a Alemanha, não tinham muito o que conversar, ou preferiam ficar mesmo caladas, nenhuma puxava papo, então o silêncio reinava. comeram alguma coisa que foi servido e o silêncio rondava entre elas, Becky passou um bom tempo com os olhos vidrados na janela até que acabou dormindo.

Depois de um tempo Freen também dormiu, mas foi por poucos minutos, pois sentiu a cabeça da mulher encostar em seu ombro, ela estava um pouco inquieta, Freen tentou não se mexer pra não acordá-la, mas ela parecia estar tendo.. um pesadelo, algo assim.

— Não! por favor.. não!

— Rebecca..

— Não! não!

— Senhora.. – lembrou que tinha que chamar ela assim. – Senhora acorda por favor.

Só então ela abriu os olhos com a respiração pesada, notou que estava encostada em Freen e então se afastou voltando a se sentar direito em seu lugar.

— Você está bem? Acho que estava tendo um sonho ruim.

— Estou.. sim, mas não foi nada demais, não se preocupe!

— Está gelada!

Pegou na mão da patroa, mas a mesma soltou.

— Eu estou bem!

— OK.. só queria ajudar, desculpe!

— Eu sei, não estou sendo grossa, eu só.. tenho pesadelos de vez em quando, é algo que já é normal pra mim, então não tem o que se preocupar.

— Você.. quer dizer, a senhora, precisa relaxar, trabalha tanto, raramente a vejo se divertindo.

— Pode deixar o senhora de lado, pelo menos enquanto estivermos fora da minha casa, fico me sentindo velha, mas lá é bom que me chame assim, não quero os funcionários me tratando como se fossemos íntimos.

— Isso deve se aplicar a mim também!

— Eu sei, mas está apenas a gente aqui, acho que a diferença de nossas idades não é tanto. E em relação a relaxar você tem razão, eu estou muito tensa ultimamente, vou chamar o massagista mais vezes.

— Sorte a sua por ter esses privilégios, quando estou estressada eu espero o estresse passar mesmo, se eu quiser massagem tenho que pagar 5 dólares pra Nam.

— Quem é essa?

— Uma amiga.

— Hum, amiga..

— Sim, apenas amiga, ela mora comigo, dividimos o aluguel, somos como irmãs.

— Então ela deveria ser mais legal com você e não cobrar pela massagem.

— É.. depois vou dizer isso pra ela.

— Está com fome?

— Um pouco.

— Vamos comer então!

        POV Freen 


Rebecca levantou e eu fui junto, fomos para a mesa e a moça bonita do avião nos serviu algo pra comer, eu estava mesmo precisando, só estava com vergonha de falar pra ela. depois que comemos voltamos aos nossos assentos e o silencio se fez presente de novo, mas como eu não consigo ficar calada por muito tempo...

— Rebecca?

— Sim?

— Eu lembro de você no bar.

Ela franziu a testa e me olhou.

— Bar? mas que bar?

— Eu ainda estava no outro emprego, trabalhei em um bar por um tempo, estava atrás do balcão quando você chegou e pediu pra te servir uma bebida, parecia triste.

— Eu não lembro disso!

— Você mal me olhou, na verdade acho que nem me olhou, assim que te servi você bebeu, jogou uma nota em cima do balcão e saiu, a propósito, foi a maior gorjeta que recebi em todo o tempo que trabalhei lá. – sorri. – Então eu fui demitida, estava à procura de emprego na rua quando um papel chato ficou voando em minha cara e não sossegou até eu dar uma olhadinha nele, era a oportunidade de emprego na sua casa, acho que esse emprego tinha mesmo que ser meu.

— Nossa, eu nem imaginava uma coisa dessas, eu não queria te contratar na verdade, quando Clarisse falou que você era meia atrapalhada eu falei não, ela insistiu, então deixei que ela resolvesse.

— Nossa, obrigada pela sinceridade. – ela riu.

— Ainda bem que voltei atrás, você faz o seu serviço direitinho, muito bem feito na verdade, começamos com o pé direito né, mas..

— Tudo bem, eu que não deveria ter descido as escadas daquele jeito.

— Já passou..eu exagero às vezes.

— Acha que ainda vai demorar muito? – mudei de assunto pois não sabia mais o que falar.

— Nem tanto, dorme mais um pouco, acho que dessa vez eu vou preferir ficar acordada mesmo.

Ela riu, eu ri junto, estava vendo uma Rebecca diferente nesse avião, de vez em quando ela sorria coisa que era raro acontecer.

Resolvi fazer mesmo o que ela disse, não tinha dormido quase nada e quando tentei acordei com ela se mexendo perto de mim. mas novamente fechei os olhos e deixei o sono me conduzir.


          POV Becky


Me senti envergonhada quando acordei e notei que estava com a cabeça no ombro da Freen, ela ficou preocupada comigo, fazia tempo que alguém não demonstrava preocupação dessa forma, principalmente por um simples pesadelo, eu já estava acostumada a tê-los.

Freen é um pouco engraçada e divertida, talvez não tenha sido uma má ideia ter trazido ela, apesar de que meu coração está aflito por voltar pro lugar que eu tanto quero esquecer. Freen me contou que me viu antes de conseguir o emprego, se eu acreditasse nessa de destino eu diria que foi obra dele ela ir trabalhar na minha casa, e se fosse, ótimo! eu estava mesmo precisando de uma boa funcionária e ela cumpre bem com esse papel. Às vezes me pergunto o porque dela não está estudando, parece mais jovem que eu, poderia estar em uma faculdade ou procurando algo melhor pra fazer do que se cansar trabalhando com serviços gerais, não que isso não seja um emprego digno.

Depois que falei pra ela ir dormir, a mesma obedeceu, não foi uma ordem, foi um pedido, claro que eu não ia querer mandar até no sono da menina, isso seria ridículo mas eu havia notado que acabei atrapalhando o sono dela. Fiquei olhando pela janela e quando voltei minha atenção a ela estava dormindo, tão quieta, nem parecia o rádio ambulante que é, ela fala muito, não que isso seja um defeito, mas ver ela assim quieta chega até a ser estranho. Pedi para me servirem uma bebida, tomei enquanto voltei a apreciar a vista pela janela, queria chegar logo ao hotel, horas de avião sempre me deixam enjoada.

Segunda Chance Ao Amor - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora