Eu me demito

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       Miami – Flórida / ano de 2024


Freen havia despertado sentindo seu corpo mole, uma sensação de preguiça tentando fazer ela não se levantar, mas não podia se dar ao luxo de dormir mais, ou passaria de seu horário de começar a trabalhar, levantou e correu para o pequeno banheiro do quartinho e fez a sua higiene matinal sem muita demora, ajeitou a roupa um pouco amassada e prendeu os cabelos, não tinha molhado eles pois não daria tempo de secar. Estava feliz, ainda podia lembrar do calor dos lábios de Becky ao pousar em sua bochecha, pena que durou pouco, e pena que ela nem imaginava que essa felicidade ia durar tão pouco, assim como aquele beijo.

Trancou a porta do quarto e caminhou rapidamente entrando na casa, deu de cara com Becky usando roupas sociais segurando um Ipad da Apple preto, provavelmente já trabalhando antes mesmo de sair de casa. Desviou o olhar de sua patroa e já ia passando para se vestir adequadamente pra começar o trabalho, pois as roupas que estava usando, não eram de fato as do trabalho.

– Bom dia Freen!

Becky disse fazendo-a virar pra trás.

– Uh, bom dia senhora Armstrong. – disse um pouco sem jeito

– Senhora Armstrong..

– É a forma que devo chamar a senhora, com licença, preciso começar o trabalho!

Freen saiu deixando Becky sem entender o porque daquilo, sabia que o certo era esse mesmo, que Freen lhe chamasse por ''senhora'', mas quando estavam apenas as duas não via necessidade de formalidades, e achou que por causa da conversa da noite passada, não a trataria como ''senhora''. Mas resolveu ignorar, se ela preferia assim, que fosse, desligou o Ipad e seguiu seu caminho em direção ao carro.

 Depois de vestida, Freen começou o trabalho, foi faxinando quarto por quarto até chegar no principal, o de Becky. Não tinha muito o que arrumar, estava tudo perfeitamente organizado, Becky era uma mulher organizada. Trocou o edredom da cama, fez a limpeza mesmo sem precisar, quando já ia sair, passou pelo enorme espelho e se assustou quando viu rapidamente uma imagem que não era a sua, voltou ao espelho e focou sua visão nele, viu o seu reflexo. Balançou a cabeça negativamente, devia ter visto coisa. Saiu do quarto e continuou limpando o restante.

Depois de alguma horas, Freen já tinha terminado, deu uma pausa para comer alguma coisa, Clarisse tinha preparado uns biscoitos deliciosos, estavam quentinhos. Pegou uma xícara de café e foi tomar um ar no lado de fora, caminhou um pouco passando pela piscina, e sentou em baixo de uma árvore que dava sombra. Provou do café quentinho e comeu um biscoito, se perguntou porque Becky não separava tempo pra ficar assim, simplesmente sem fazer nada, uma casa enorme, um jardim tão belo que tinha em casa e podia passar alguns minutos admirando, mas não, ela estava sempre pensando em trabalho e na dor de sua perda.

Ao terminar o café, Freen se levantou e avistou a estufa, não sabia porque, mas foi como se suas pernas tivessem vida própria, quando notou já estava em frente, a porta estava encostada. Ela não deveria entrar, foi proibida, mas a curiosidade era tanta e uma força sem explicação a fazia querer entrar ali, então o fez e ficou encantada com o que viu. Havia vários jarros de barro, várias rosas de cores vermelhas, amarelas, e as brancas, era em menor quantidade, mas eram as mais lindas, Freen amava rosas brancas. Caminhou até uma delas e aproximou suas narinas para sentir o cheiro.

Becky já tinha voltado do trabalho, ficou curiosa pra saber o porque da Freen ter agido daquela forma, quando estivesse apenas as duas não se importava em ser chamada apenas de Rebecca. Quis falar com Freen, mas Clarisse avisou que a mesma foi caminhar um pouco ao redor da casa. Becky foi procura-la mas não encontrou em lugar nenhum, foi quando viu a porta da estufa pra aberta e seu sangue ferveu. Ela caminhou em passos rápidos entrando no local fazendo Freen se virar assustada.

Segunda Chance Ao Amor - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora