Mundos diferentes

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       Alemanha / ano de 2024


Quando acordaram de manhã, o silêncio se fez presente, fizeram uma refeição reforçada antes de saírem do hotel e irem para o aeroporto onde estava o jatinho particular que tinham vindo. Foram longas horas de viajem, assim como pra ir, Becky se deixou ser dominada pelo sono, enquanto Freen observava as nuvens pela janela, sentia-se estranha por esse pouco tempo que esteve com sua patroa, por um momento conseguiu enxergá-la não apenas como sua patroa, mas como uma mulher frágil que precisava de cuidados. Tentou afastar esses pensamentos e resolveu dormir também.

          Miami – Flórida / ano de 2024

Depois que finalmente chegaram até a mansão da Armstrong, a mesma foi direto para a cozinha,  Freen a acompanhou, Clarisse estava fazendo torta, elas sentiram o cheiro assim que entrou na casa.

— Rebecca! Como foi lá?

— Até que não foi tão ruim como eu imaginei, graças a Freen, ela me ajudou bastante.

— Que isso senhora, eu apenas fiz o meu dever!

— Fez mais que isso, acredite, obrigada, se quiser pode ir pra casa descansar e só vir amanhã.

— Não quero ser uma folgada e..

— Não pensaria isso de você, a viajem foi longa, peça para o Shaw te deixar em casa de carro.

— Não precisa, eu vou andando mesmo!

— Eu insisto!

— Tudo bem, obrigada, com licença!

Freen saiu deixando apenas Clarisse sorrindo e encarando Becky.

— O que foi?

— Vocês estão se dando bem, fazia tempo que eu não via você animada.

— Ela é legal, é uma boa funcionária!

— O que aconteceu lá?

— Katherine apareceu e quase aconteceu outra briga, graças a Freen isso foi evitado, saímos da festa e tomamos banho em uma espécie de lago.

— O que?

— Pois é, ela me empurrou lá, foi divertido, melhor do que aquela festa.

— Estou impressionada, ela conseguiu fazer você quebrar a sua rotina séria? Nossa, quero saber qual o segredo dela!

— Segredo nenhum, ela é uma boa moça.

— Fico feliz que de alguma forma essa moça esteja te fazendo bem!

— Ela é só a minha funcionária Clarisse, nada mais que isso, é uma boa pessoa, mas olhe só pra gente, somos de realidades diferentes e você sabe muito bem que eu não penso em me relacionar com ninguém, se vai chegar a esse assunto aviso logo que não.

— Mas eu nem ia falar nada, só não te vejo assim contente a meses.


              POV Freen


Quando Rebecca me liberou pra ir embora, eu notei que tinha esquecido a minha pequena mala na cozinha, quando entrei segurando ela e coloquei no chão, me aproximei pra pegar e elas nem notaram minha presença, estavam conversando sobre mim, então eu ouvi mesmo que sem querer Rebecca falar onde era o meu devido lugar, nada que eu já não tinha esperado, deixando claro que sou apenas uma funcionária dela e ela minha patroa. Claro, como você ainda podia pensar que iria ser algo a mais Freen? Perguntei a mim mesma, sou muito ingênua mesmo!

Caminhei até o lado de fora da casa, o rapaz estava pronto para me levar, mas eu me recusei a ir no carro, preferi ir a pé mesmo, como Rebecca mesma disse, somos de mundos diferentes e no meu mundo automóvel é coisa de rico.

Mesmo com a mala pesada, fui para o meu velho apartamento caminhando. Quando entrei, encontrei a Nam com uma garota lá dentro.

— Oh, não sabia que tinha trazido alguém!

— Não sabia que já ia chegar, desculpe, Irin por favor..

Disse indiretamente para a garota ir embora e ela assentiu, pegou uma blusa e vestiu, estava sem ela, acenou então para a minha amiga e nos deixou a sós.

— O que foi isso?

— Ah sei lá, tive curiosidade de ficar com uma mulher, ela estava disponível e eu aproveitei.

— E como foi?

— Muito interessante. Mas me diz, como foi a viajem?

— Foi ótima!

— Sua cara diz outra coisa

— O ruim foi quando chegamos.

— O que houve?

— Ouvir uma conversa da Rebecca com Clarisse a governanta, falavam sobre mim e sobre a minha posição lá, apenas minha patroa deixando claro pra Clarisse que eu e ela.. nunca poderia rolar nada.

— A mulher estava tentando insinuar que poderia rolar?

— Acho que sim, cheguei no meio da conversa.

— E você queria que rolasse?

—  O que? claro que não!

— Então porque está assim?

— Assim como? Eu estou normal, não há nada demais no que ela disse.

— Parece chateada, você sabe que essas pessoas ricas são assim, elas não dão certo com pessoas como nós, então se tiver cultivando algum sentimento por aquela mulher.. esquece!

— Eu não estou cultivando nada!

— OK, vou fingir que acredito!

— Me deixa Nam!

— Vem cá Wife, não fica bravinha.

Nam me agarrou  me jogando  em cima da cama.

— Pará, eu quero tomar um banho.

— Está dispensando os meus carinhos mesmo?

Fez cócegas em mim e eu não aguentei manter a expressão séria no rosto e me rendi.

— Tudo bem.. para de fazer cócegas.

Envolvi a cintura dela com meus braços e a abracei. Éramos muito unidas, eu gostava tanto da companhia dela, sem a Nam seria um grande vazio nesse apartamento, mas ela tem razão em uma coisa, eu e Rebecca não temos nada a ver, e sim, eu meio que alimentei alguma coisa por ela, é uma mulher bonita e a primeira que atraiu a minha atenção dessa forma, mas eu preciso esquecer isso, é o melhor que posso fazer por mim mesma.

Segunda Chance Ao Amor - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora