Miami – Flórida / ano de 2031
(2 semanas depois)
A vida é apenas uma passagem com tempo cronometrado, alguns vivem mais que outros, alguns partem cedo demais, mas cada um deixa sua marca. Quando alguém parte leva deixa vários corações partidos, fica apenas as lembranças dos bons momentos. Becky conhecia bem a palavra perda, nunca se está preparado pra perder alguém, primeiro foi Amanda e agora Clarisse, a mulher tão graciosa com um coração enorme, que foi uma mãe, conselheira e amiga, ela seria eterna no coração daquela família. Ela não havia sofrido, dormiu e não tornou a acordar na manhã seguinte, Freen tentava explicar aos gêmeos de forma mais amenizada o motivo das pessoas estarem chorando e do Jardim estar sendo arrumado para o velório.
— A mamãe Becky está triste e a vovó não quer acordar pra brincar com a gente!
— As vezes as pessoas descansam e viram estrelas no céu.
— A moça bonita me disse que a vovó estava bem!
— Que moça filho?
— A que fica na estufa, ela gosta das rosas brancas!
Freen ficou um pouco confusa, mas relevou, crianças tinham a mente muito fértil e gostavam de criar amigos imaginários.
— Ela está bem, quando for noite e você olhar pro céu e avistar uma estrela sinta como se fosse Clarisse olhando pra você, ela sempre vai estar aqui. — apontou pro coração dele.
— E cabe mamãe?
— Sim, cabe um montão de pessoas especiais aí, agora vem cá, vai dar carinho pra mamãe ok? eu vou falar com a Duda.
Ele assentiu e foi até Becky, sentou no colo dela e a abraçou, nem precisou de palavras, aqueles bracinhos pequenos já lhe davam o conforto necessário. Eduarda estava perto da piscina com metade das pernas dentro da água.
— Oi meu amor!
— Oi mama!
— Porque está sozinha?
— O Enzo ainda não entende bem, mas eu sei o que aconteceu com a vovó, ela não vai mais voltar, é como perder um dentinho de leite na parte da frente, está um vazio bem aqui. — apontou para o peito.
— Todos nós vamos sentir falta dela, mas ela era tão bondosa que não ia querer ver a gente sofrer, um dia todos nós partiremos.
— Ela disse que ia me ajudar a cortar meu cabelo, eu gostava quando ela não fazia piadas por eu gostar dos brinquedos de meninos, ela dizia que não tinha problema algum, mas meus colegas da escola dizem que tem.
— Clarisse estava certa, não tem problema e eu posso ajudar você com seu cabelo se é isso mesmo que você quer!
— Eu vou ficar feia?
— Claro que não meu amorzinho, você é maravilhosa e um cabelo não vai mudar isso, saiba que sempre pode conversar com a mama ok? com sua outra mamãe também, nunca vamos te julgar.
A pequena assentiu e abraçou Freen.
Próximo ao final de tarde, tudo já estava organizado, o corpo foi velado no jardim da mansão e depois todos foram para o cemitério, Nam veio dar força Freen.
— Sei o quanto ela foi importante pra você wife, você pode chorar, vai aliviar, ela será eterna na memória daqueles que a amam.
Abraçou a melhor amiga, as outras garotas também haviam vindo, Marília, John, Richard acompanhando de Alexa e também a Megan. O padre disse algumas palavras de conforto antes de dar espaço para a despedida. Becky se aproximou do caixão com um buquê de rosas brancas.
— Você sempre vai ser a melhor mãe do mundo, nunca vou esquecer de sua energia e da sua alegria, e vou cumprir o que prometi, vou ser muito feliz, eu te amo, sempre vou amar!
Colocou as flores sobre a madeira gélida e sentiu Freen entrelaçar os dedos nos seus.
— Eu nunca vou esquecer do quanto foi gentil comigo quando cheguei na mansão, você acreditou em mim e me deu uma chance e isso mudou tudo, pessoas como você jamais serão esquecidas.
Freen também colocou flores, no céu apareceu um enorme arco-íris, o céu festejava a chegada de alguém tão especial.
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Depois do sepultamento elas voltaram pra casa, os amigos tem um papel muito importante nesse momento e elas tinham amigas verdadeiras que deram todo apoio, depois que elas se foram as duas foram cuidar das crianças, dar banho e coloca-los em suas devidas camas depois de terem se alimentado.
— Boa noite filho, boa noite querida!
— Boa noite mamãe! — responderam juntos.
— Não chora mais tá bom?
Becky beijou a testa de Eduarda.
— Tá, a mamãe vai ficar bem não se preocupem.
Freen deu beijo nos dois antes de apagar a luz e deixar aceso só o abajur.
— Eles crescem tão rápido né?
— Passa voando.
Entraram no quarto e Freen segurou a mão de sua esposa.
— Vem cá!
Abraçou ela fortemente e acariciou suas costas.
— Vamos passar por isso juntas.
— Isso é o que me tranquiliza.
Freen selou os lábios nos de Becky por alguns instantes.
— Você precisa descansar agora, está com o nariz vermelho, vem, eu cuido de você!
Tirou a blusa dela com cuidado, a saia de cintura alta e as peças íntimas, conduziu Becky até a banheira e pegou uma caneca para jogar água quentinha nela, passou sabonete, e por fim a envolveu com uma toalha, ela parecia um bebê frágil. Colocou uma roupa leve nela e lhe cobriu com o edredom.
— Pronto, está melhor agora!
— Dorme agarradinha comigo?
— Sim meu amor, eu vou tomar banho rapidinho e já volto pra você ok?
Ela assentiu. Freen foi rápida no banho, não queria deixar sua esposa só, apesar de também sofrer com a perda, Becky foi a mais atingida. Voltou pra cama e ficou de conchinha com ela.
— Porque será que as pessoas boas partem mais cedo?
— São essas as que Deus quer ter ao lado deles lá no céu!
— Eu só não posso perder você.
— Ei, você não vai me perder ok? estou bem aqui e não pretendo ir a lugar algum.
Beijou a nuca de Becky e a tranquilizou, Freen havia prometido quando se casaram que estaria ao lado dela na alegria ou na tristeza, e cumpriria, seguraria sua mão em todos os momentos, até o fim.
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Segunda Chance Ao Amor - FreenBecky
RomantikRebecca Patrícia Armstrong perdeu o grande amor da sua vida em um acidente pelo qual ela levou pra si toda a culpa. Depois da perca se sentiu vazia e não quis abrir-se novamente para o amor, mas quando o destino quer nos surpreender, ele simplesment...