SEMANAS DEPOIS
Lucero se recuperava lentamente ainda no hospital, mas já era possível enxergar novos progressos, como os movimentos em suas mãos que estavam completamente recuperados e assim ela havia arranjado uma nova forma de se comunicar, escrevendo pequenas frases para quem estivesse ao lado dela ler. Naquela manhã, o médico chegou cedo ao quarto da mulher com ótimas notícias para dar.
− Bom dia! Como vai a minha paciente favorita? – o doutor perguntou animado.
Lucero sorriu e demorou alguns segundos escrevendo em um bloquinho que havia se tornado seu companheiro fiel como sugestão da sua fonoaudióloga enquanto ela não progredia na fala.
"Bem, querendo muito ir para casa."
− Olha, parece que leu os meus pensamentos. – o doutor falou sorrindo quando recebeu o papelzinho de Lucero. – Eu vim exatamente te dar alta.
Hannah e Lucero abriram um grande sorriso uma para a outra e se abraçaram fortemente. Sair do hospital era outro passo para uma vida normal.
− Que maravilha, doutor! Viu só, mãe? Nós conseguimos. – Hannah falou feliz e Lucero assentiu, sorrindo e a apertando.
− É, mas o tratamento vai ter que seguir igual em casa e também é óbvio que você não pode ficar desacompanhada, Lucero.
− Bem, isso nem precisa dizer, eu não vou largar da minha mãe. – Hannah sorriu.
Lucero ficou preocupada. Pelo que se lembrava, Fernando odiava dividir Hannah com ela e dificilmente a deixaria morar em seu apartamento, por isso sendo assim, só lhe restava ir para a casa dele, o que com certeza seria constrangedor para todos, já que eles nunca superaram o passado. Quando ela se abaixou para pegar a caneta e escrever em seu bloquinho para externar seus pensamentos, Fernando bateu na porta e a abriu.
− Com licença. Atrapalho? Bom dia.
− Pelo contrário, pai, você chegou em boa hora. A mamãe já vai ter alta. – Hannah falou, com um largo sorriso no rosto, se aproximando de Fernando e beijando-o.
Lucero e Fernando se encararam, sem graça. Como ela, ele imaginou o que significaria aquela alta se a mulher ainda estava totalmente dependente de Hannah.
− É mesmo? E a continuação do tratamento? – Fernando ergueu a sobrancelha.
− Vai ser do mesmo jeito, só que em casa. Eu vou seguir ajudando em tudo. – Hannah deu de ombros.
− E como pretende fazer isso? – Fernando continuou perguntando.
− Bem, eu pensei em morar por um tempo com ela. – Hannah encarou Lucero.
Fernando arregalou os olhos. Mesmo Hannah vivendo em um internato a semana inteira, ele ficava aliviado que aos fins de semana, ela tinha para onde voltar e não suportava que de repente, esse lugar fosse tomado por Lucero, a mãe que a abandonou recém nascida.
− De jeito nenhum! Eu não abro mão de que você viva na casa onde foi criada.
Lucero sentiu seus olhos marejarem. Era horrível se sentir um peso até para Hannah, a pessoa que mais a amava no mundo, por isso precisava deixar que o dinheiro que Madalena lhe deu servisse para ela não ter que depender de ninguém, o que a fez ter uma ideia e se abaixar para escrever.
"Eu não quero incomodar, posso perfeitamente contratar uma enfermeira para me auxiliar e me fazer companhia."
− Claro que não, mamãe! Você tem família e é justo que seja eu que cuide de você até não precisar mais. – Hannah falou ao ler o papelzinho que Lucero a entregou e encarou Fernando. – Então já que você não quer que eu more longe de você, aceite receber a minha mãe em casa ao menos por um tempo.
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Me Reviviste Tú
RomanceLucero e Fernando se conheceram ainda na adolescência e viveram um romance rápido e inocente que resultou em um bebê não planejado. Mesmo com a falta de maturidade do casal, as duas famílias decidiram dar todo o suporte para que eles se casassem e c...