Capítulo 13

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SEMANAS DEPOIS

Gabriel chegou para visitar Lucero e cuidar dela um pouco enquanto Hannah tomava um banho como de costume. Desde que a conheceu, a mulher havia se tornado importante para ele, assim como a filha dela, e o que ele pudesse fazer para ajudá-las, faria sem pensar duas vezes. Ele ajeitava um novo buquê de flores na cabeceira da amiga, pois também era responsável pela decoração do quarto, quando Fernando entrou e parou ao vê-lo. O homem não queria, mas já imaginava quais tipos de intenções Gabriel teria com a mãe da filha dele para estar tão interessado na recuperação dela sendo que era obrigação unicamente da família, o que querendo ou não, o incluía ao menos como pai de Hannah.

− Bom dia, Gabriel. Onde a Hannah está?

− Bom dia, seu Fernando. A Hannah foi tomar um banho e eu fiquei aqui fazendo companhia a Lucero. – Gabriel sorriu, acariciando a bochecha de Lucero.

− E ela está bem? – Fernando se aproximou de Lucero, mas não ousou tocá-la.

− É, está sim, pelo menos outro susto daquele, ela nunca mais deu. – Gabriel fez careta e Fernando assentiu.

− A Hannah disse que foi porque ela ficou nervosa. – Fernando falou, observando Lucero mais de perto.

Foi a vez de Gabriel assentir e os dois ficaram em silêncio enquanto Fernando pensava em perguntar da relação dele com Lucero sem parecer incomodado.

− Você gosta muito da Lucero, não é? – Fernando começou aos poucos.

− Sim. Nós nos aproximamos muito desde que ela entrou na escola.

− Vocês já tiveram algo?

− Algo? Como assim? – Gabriel ergueu a sobrancelha, confuso.

− Tipo um romance.

A única reação de Gabriel foi rir. Lucero tinha que estar ouvindo mesmo tudo ao redor como o médico contou a Hannah, pois ela não podia perder de saber que Fernando estava com ciúmes dela quando jurava odiá-la.

− Fiz alguma piada? – foi a vez de Fernando erguer as sobrancelhas.

− Desculpa. – Gabriel falou, tentando controlar o riso. – Na verdade, foi um pouquinho de piada sim. A Lucero e eu sempre fomos como irmãos, eu amo a minha namorada e a minha amiga ainda ama você. Só acho engraçado que as pessoas achem que um homem e uma mulher não podem ser amigos. – ele riu novamente.

Fernando ia responder sem saber se sentia alívio por Lucero não estar com mais ninguém, vergonha por Gabriel estar claramente debochando do seu ciúme ou felicidade pela sua mulher ainda amá-lo mesmo após tanta humilhação da parte dele, mas felizmente não precisou reagir, pois Hannah apareceu de banho já tomado.

− Pai, já chegou?

− Oi, meu amor. – Fernando foi até Hannah e a abraçou e beijou. – Vim saber se você quer alguma coisa para comer.

− Ah, não, obrigada, o Gabriel ficou com a mamãe enquanto eu fui à lanchonete.

− Então eu volto mais tarde com o seu jantar, hum? – Fernando beijou a testa de Hannah que assentiu.

− Eu te acompanho, seu Fernando. – Gabriel falou e se virou para Hannah. – Hannah, amanhã eu estou de volta, mas se eu for útil em mais alguma coisa hoje, não hesite em me ligar.

− Obrigada, Gabriel. – Hannah cumprimentou Gabriel com um abraço.

A única pessoa a ser tratada com total formalidade fora da escola era Fernando por não ter intimidade com Gabriel, pois com todos os cuidados com Lucero, Hannah acabou se aproximando mais dele e o vendo apenas como amigo da mãe, não como inspetor do colégio. Fernando observou o homem se despedir também de Lucero com um beijo na testa, sendo que ele mesmo nunca havia sequer se aproximado mais do que alguns passos para ver como ela estava. Ele acenou para Hannah e saiu com Gabriel enquanto a moça arrastava uma poltrona para perto da cama da mãe e acariciava sua mão antes de pegar o celular para procurar alguma música que elas costumavam ouvir juntas antes do acidente, essa era mais uma forma de estimulá-la a despertar como o médico disse. Mas o momento foi interrompido por mais uma batidinha na porta.

Me Reviviste TúOnde histórias criam vida. Descubra agora