Eles são como um apricity - o calor do sol no inverno - algo que é muito incompatível para ficar juntos.
Eles são quase de mundos diferentes.
E não estavam destinados a se encontrarem.
No entanto, o fizeram, e agora resta lidar com as consequências...
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S
urpreendentemente, o período mais estranho e incerto da vida de Hoseok rapidamente se tornou rotina.
Ele passou quase todo o inverno nesta casa, tendo conseguido explorar cada recanto dela, pois ainda tinha medo de sair. Seu único consolo era a Sra. Ryu, que vinha todos os dias e literalmente o fazia banhar, vestir, comer e o levava para pequenos passeios no jardim. Se não fosse por ela, ele já teria esquecido há muito tempo como funcionar adequadamente na vida. Muitas vezes ela o sentava ao lado dela enquanto cozinhava ou bordava e contava algumas histórias.
Elas eram extremamente absurdas, mas eram seu único entretenimento e permitiam que se distraísse de pensamentos destrutivos. E pensamentos destrutivos ele tinha muitos. Especialmente recentemente, quando Yoongi parou de visitá-lo com tanta frequência como antes. O alfa atribuiu isso ao fato de ele finalmente ter encontrado um bom advogado e agora ter que se concentrar na papelada para finalmente conseguir o divórcio.
Hoseok tinha pouca fé de que algo realmente aconteceria, porque naquela época o único motivo mais justificado para o divórcio era a morte de um dos cônjuges. Em outros casos, o divórcio (em teoria) não era aceitável, mesmo que um dos parceiros enlouquecesse ou algo assim (Hoseok estudava tudo isso sentado nas noites solitárias na grande biblioteca que Yoongi tinha em sua casa).
Claro, o pobre ômega não desejava a morte de ninguém, por isso não tinha certeza se queria que eles se separassem afinal. Ele preferia passar mais tempo com Yoongi do que começar a carregar pedaços de documentos que no final das contas não garantiam nada. Por uma questão de justiça, às vezes o alfa vinha e ficava uma noite ou duas ou até três, mas às vezes ele aparecia apenas por uma ou duas horas e depois não aparecia por uma semana inteira, fazendo Hoseok adivinhar quando ele iria voltar novamente.
Aos poucos, tudo chegou às situações mais banais e difíceis da vida – Yoongi vivia uma vida dupla com duas famílias. Que ninguém gostou, mas também não tentou arruinar o frágil equilíbrio com qualquer decisão drástica. Qualquer destruição é sempre um perigo de não se sobreviver sob os escombros e um risco muito grande de perder o que se tem. Hoseok fechou o livro que segurava no colo. Ele nem tinha certeza do que estava lendo, já que seus pensamentos estavam constantemente vagando por algum lugar. Yoongi não aparecia há quase duas semanas e sentia muita falta dele.
Foi quando pensou em voltar para seus pais.
Na verdade, essa ideia já estava na cabeça dele há muito tempo, desde a conversa com Seokjin, mas toda vez que Yoongi voltava e o abraçava, ele a descartava. Além disso, Hoseok ainda não encontrou uma explicação razoável para seus pais. Ele sabia que eles não iriam condená-lo, mas não pôde deixar de sentir vergonha. Ele ainda estava prestes a pesar todos os prós e contras de voltar para casa, mas no fundo de seu subconsciente sentiu que já havia feito sua escolha.
Como que por despeito, o som da chave girando na fechadura ressoou.
Yoongi estava aqui como se estivesse ouvindo seus pensamentos sobre ir embora.
