ROUPAS

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•TOM•

Ao voltarmos para o apartamento, encontramos Natasha repousando no chão frio, entregue à inconsciência.

Bill e eu trocamos um olhar silencioso antes de nos aproximarmos dela.

- Essa aí só dorme - Bill disse passando a mão pelo cabelo dela.

deixamos umas sacolas de grife sobre a cama desfeita.

Era um gesto frio, uma espécie de concessão indiferente às necessidades dela, como Natasha não tinha trazido nenhuma roupa a gente precisou fazer isso.

- Anda, levanta, - murmurei, minha voz áspera refletindo a frustração e a raiva que ainda ferviam dentro de mim. Natasha se moveu com relutância, despertando do sono inquieto que a envolvia.

Apesar de nossas ações aparentemente indiferentes, havia um entendimento mútuo de que ela precisava de roupas.

Na sacola, algumas peças cuidadosamente escolhidas.

- Você não trouxe nada consigo? - comentei, não tentando suavizar minhas palavras.

A verdade era que nossa paciência estava se esgotando, e a simpatia estava cedendo lugar à necessidade de assertividade.

- não né, vocês me trouxeram sem eu nem poder pegar uma peça de roupa - ela falou com a cabeça abaixada e com sua voz trêmula.

- hum - respondi jogando a sacola em sua cara - ande, vista essas roupas, rápido!.

Natasha permaneceu em silêncio, vestindo-se com as roupas fornecidas.

- elas ficaram muito largas, são o dobro do meu tamanho - ela respondeu

- é proposital - Bill disse se sentando na cama - não queremos você usando nada muito " você está querendo nos provocar com essa roupa? " Por isso pegamos roupas largas.

- ah... - ela falou voltando ao chão.

- eu sei que você está com medo da Gente, mas você sabe que se não fizer nada que nos tire a paciência nada irá acontecer com você - Bill falou olhando para os olhos de Natasha.

- eu sei bem disso... Vocês viviam me dizendo isso - ela continuou de cabeça baixa.

- eu e o Bill também trouxemos uma escova de dentes, remédios e alguns absorventes - respondi jogando a outra sacola do lado dela.

- a gente vai te alimentar apenas 2 vezes por dia e você terá que comer,  não tem essa de " eu não estou com fome " se você falar que não vai comer, eu enfio a comida na sua boca até você pedir para parar - continuei olhando para Natasha.

- ah... - ela suspirou.

Sai do quarto e Bill ficou a vigiando.

Voltei  Segurando uma bandeja com a escassa oferta de alimentos, entrei novamente no campo de visão dela.

- Coma, - ordenei, a bandeja sendo colocada diante dela.

No prato havia um sanduíche, uma fruta e suco.

Olhei enquanto ela levava o sanduíche à boca, seus olhos encontrando os meus em um momento efêmero de comunicação não verbal.


- Você terá que se acostumar com isso. A vida aqui é diferente agora, - falei, a seriedade na minha voz não permitindo espaço para discussão. Bill permaneceu em silêncio, mas sua presença era uma extensão da mesma assertividade.

Natasha engoliu o lanche , mas havia uma resistência palpável em cada gesto.

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