Capítulo VIII

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Narrador

A semana de Soraya começou típica, teve uma sessão com Simone na segunda feira, uma sessão que rendeu um pouco mais já que a morena estava bem disposta. Caminharam nas barras e Simone resolveu testar o próprios limites dando alguns passos pelo quarto.

Soraya como sempre era só orgulho, faltava pouco dar pequenos pulinhos ao ver a morena progredindo tão bem. Naquele dia se despediu de Simone com o coração apertadinho, sentia uma ansiedade crescente que à deixava inquieta. Pensou que fosse algo com Isabela, mas a garotinha estava muito bem e animada, tagarelava sobre o dia que teve enquanto iam para casa.

Aquela angústia acompanhou Soraya pelos dois dias seguintes, por pura precaução a loira ligou para todos os familiares para saber se estavam todos bem, ligou também para Fairte e foi tranquilizada pela mulher que informava que Simone estava muito bem.

A quarta-feira amanheceu chuvosa contrariando a previsão do tempo, que indicara que o dia seria um pouco mais quente e que o sol poderia aparecer em alguma hora do dia. Soraya bufou passando a língua nos lábios ressecados pelo frio, gostava das baixas temperaturas mas depois de dias seguidos seu corpo começava a implorar por um dia de sol.

Estava inquieta e estranhamente ansiosa, andava de um lado para o outro com uma xícara de café nas mãos esperando pacientemente Isabela terminar o café da manhã. Olhou o relógio no pulso e constatou que ainda estava no horário, tinha tempo de sobra.

- Moranguinho, a mamãe vai lá no escritório buscar alguns documentos para a Madrinha Leila, me espera aqui tá.- Soraya falou e Isabela acenou positivamente enquanto comia suas frutas picadas. A loira foi até o escritório pegar as pastas de documentos da clínica que Leila precisava, no meio daquela pequena bagunça de papéis encontrou uma pasta com os exames de Simone, exames esses que teve acesso quando conversou com o médico da morena.

Sentiu o coração se apertar novamente ao folhear as páginas, a ressonância da cabeça onde mostrava a pequena e quase imperceptível lesão ocular, a tomografia da coluna que deixava claro a fratura cervical. Naqueles papéis estava todo o caso de Simone, desde a entrada na emergência naquela noite até a sua alta um mês mais tarde, todos os procedimentos feitos, cirurgia, curativos, exames, triagem, até as vezes que a perderam e felizmente conseguiram trazê-la de volta, tudo prescrito detalhadamente pelos médicos do caso. Guardou a pasta e fechou os olhos com força. Simone era um milagre.

Soltou um suspiro quando a buzina soou, Leila quem levaria Isabela para a escola naquele dia, pegou as pastas e saiu do escritório. Sorriu levemente ao encontrar Isabela sentada no sofá lhe esperando, pegou a mochila e estendeu a mão para ela pegar.

Sorriu aliviada ao ver Leila encostada no carro as esperando, a chuva havia dado uma pequena tregua mas o céu cinzento indicava que não demoraria voltar a chover, soltou a mão de Isabela e observou a filha correr para o colo da madrinha. Aquela cena sempre lhe trazia sensações maravilhosas que bloqueava todos os sentimentos ruins mas dessa vez foi diferente, aquela angústia ainda fazia morada em seu peito, aquele aperto em seu coração ainda estava presente.

- Bom dia, onça!- Leila a cumprimentou enquanto apertava Isabela em seus braços, Soraya soltou um suspiro e sorriu fraco, a expressão mais tensa e preocupada não despercebida por Leila, que inclinou a cabeça levemente para o lado e fitou à amiga.

- Tem espaço para mais uma nesse abraço?- Soraya perguntou sorrindo e rapidamente foi envolvida pelo braço de Leila, a loira sorriu e fechou os olhos sentindo o cheiro da outra lhe acalmar aos poucos. Leila era isso, paz, calmaria, luz, por trás da feição seria que carregava existia 1,79 de puro amor.

Love that heals- Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora