03. | Decision

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Sim, um comportamento imprudenteUm lugar tão puro, tão sujo, tão bruto

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Sim, um comportamento imprudente
Um lugar tão puro, tão sujo, tão bruto.

Pillowtalk - Zayn


O som da bola colidindo no piso de madeira e os tênis chiando ao correr pela quadra retesou o meu corpo. Era o toque estridente que agitava o meu peito, e a velocidade dos movimentos deixavam os meus músculos enrijecidos.

Faltava um dia para o Inferno Eve. Sem regras, sem consequências.

É a noite onde eu posso fazer o que eu quiser – Não que isso muda alguma coisa do dia há dia – sem consequências. Qualquer confusão.

Os garotos extasiados tanto quanto as garotas, adolescencentes amam qualquer coisa que exploram além dos seus limites, seja lá, bebidas, sexo, drogas, necessidade ou crimes.

É algo tentador, querendo ou não.

   – Blake, direita! – Treinador grita em comando

Ligeiramente pude ver a carranca no rosto do Blake. Quse ri.

Qualquer um que conhecesse ele saberia que se o garoto pudesse jogar a bola na cara do treinador, ele jogaria.

   – Tempo! – O técnico instrui bufando.

Os jogadores param e andam em direção ao vestiário, enquanto consegui ver a bola sendo jogada em minha direção e o sorriso sacana de Blake.

Consegui pegar a bola rapidamente antes dela se chocar no chão. Um riso se formando no meu rosto.

Jogo a bola em direção à cesta, a acertando dentro da rede. Depois vendo-a cair no solo.

   – Vejo que ainda tem o reflexo bom. – Caçoou.

   – Tenho mais do que você já teve em toda sua vida. – Passei por ele ao bater em seu peitoral, sabendo que ele ia me seguir.

   – As bebidas já foram encomendadas. – Informou, ficando ao meu lado.

Por mais que falassem o quanto que Blake era folgado e tudo de negativo, ainda era meu amigo, sempre foi.

  – Já sabe se vai querer alguma garota esse ano? – Mudei de assunto. É claro que sim.

   – Está brincando comigo? – Disse entre risos. – Já viu a Ayla do 3° B? Estou a observando desde semana passada.

   – Ayla Grey? Ela me parece cheirar confusão.

   – Adoro uma confusão, ainda mais quando tem a pele bronzeada, cabelo preto e olhos castanhos.

Acenei com a cabeça em um sorriso.

   – E você? Já tem alguém em mente? – Perguntou a mim quando entramos no vestiário.

Os risos e conversas preenche o espaço, sendo perceptível algumas vozes conhecidas.

   – Não sei, talvez eu veja alguma garota que me interessa no momento que eu estiver lá.

   – Isso é sério? – Ele pareceu um pouco incrédulo com minha resposta. – A escola é repleta de garotas bonitas e gostosas. E isso não acontece em qualquer colégio.

   – Não percebi, talvez você só esteja faminto e necessitado de boceta. – Eu havia falado com um tom sério, mas ainda era uma zombação. Pessoas famintas comem qualquer coisa.

Consegui ouvir algumas risadas e vi outros segurando o riso.

   – Se for o caso, eu posso resolver isso com sua mãe. –  Disse enquanto lambia os seus próprios lábios. – Ou quem sabe sua prima.

   – Faça o que bem entender, desde que não me envolva. – Pouco me importava com essas pessoas. – Mas você vai ter que me dar a sua irmã em troca, apenas por um curto tempo. – Um pequeno sorriso se formou em meu rosto.

   – Você não gosta de virgens. – Acusou.

   – Realmente, mas eu faço uma exceção para os familiares dos meus amigos. – Provoco-o em um sorriso enquanto abro o meu armário, pegando o meu celular e roupas limpas.

   – Idiota. – Blake ri e acena com a cabeça, em negação.

Passo por três fileiras de armários até encontrar uma pilha de toalhas limpas, e perto dela vejo um garoto sentado com um cigarro.

Analiso o garoto ao soltar a fumaça pela boca.

  – Matthew! – Alguém repreendeu. Mas a voz ainda distante.

Rapidamente o garoto a minha frente jogou o maço no chão e pôs o pé em cima dele.

Era incrível como o treinador sempre sabe quando um de seus jogadores estão fumando.

Peguei a toalha e entrei em um boxe, relutante ao lembrar como o técnico me fazia correr a quadra inteira seis vezes por ter me pegado fumando no vestiário.

Fecho a porta e retiro minhas roupas, logo em seguida girando o registro, e rapidamente sinto a água bater contra minha cabeça.

Minhas pálpebras começaram a pesar, o fluido quente cobrindo minhas costas, escorrendo pelas pernas e se espalhando pela cabeça e pescoço.

Quando fecho os olhos, aparece à minha mente a lembrança dela, a garota de cabelos pretos que me olhou ontem, os olhos verdes claros dela me encarando.

Suas roupas largas enaltecendo e realçando os seus olhos, e seu coturno combinando com os fios de cabelo negros.

Suspirei, deixando meu corpo exausto relaxar sobre a ducha quente. A sensação de alívio rastejando por minha pele.

                           ––––––––

Saindo do compartimento com a toalha enrolada na minha cintura e vou em direção ao meu armário. O vestiário praticamente vazio, mas havia cinco garotos conversando, provavelmente matando aula, ou seja o que for.

Blake já havia saído, assim como de costume.

Abro o armário, semelhante a uma pequena porta, pegando a mochila e meias novas.

Visto a roupa que já estava no assento e me sento para olhar as notificações do celular.

Blake

Soube da notícia?

Vai ter uma festa na casa
do Christian. Você vai?

A irmã dele vai estar lá.


Ótimo. Era disso que eu estava precisando.

Desligo o celular, jogando-o no banco, e calço meus tênis, em seguida jogando a mochila nas minhas costas e fechando o armário.

Não duvido que a irmã de Christian já tenha sujado o sobrenome da sua família, não muito diferente dele.

Soube que ela é do 1° A, mas já tem boatos o suficiente para ser uma atriz que produz filmes adultos.

No entanto, isso vai ser divertido.

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