Até onde a ingenuidade me convém?

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Músicas sugeridas para este capitulo:
Bones by imagine dragons
Devillist
Fugitivos

Atenção as imagens acima.
Boa leitura, mil perdões por qualquer erro ortográfico.

Pov Miranda
A voz dessa mulher me irrita tanto que faz o meu estômago dar tantas voltas a ponto de me fazer perder o apetite.

É impressionante como só um simples olhar para seu rosto, faz, uma onda de ódio despertar em mim junto com um monstro interno, que sou obrigada a esconder.

Olhar para ela me dá ânsia de vômito. Geralmente fingir ser a filha manipulável é mais fácil por que nossas rotinas são diferentes, ela ainda é rainha, então não preciso cruzar minha rotina com a dela.

Mas hoje parece que ela resolveu testar minha habilidade de atuação, ela quis tomar café comigo.

Não sei há quanto tempo estou aqui, só sei que não aguento mais.

Sinto minha sanidade mental e meus escrúpulos escorrerem por meu sorriso forçado.

Cravo as unhas na palma das mãos para me distrair da sua voz, já que não posso desviar o olhar para me distrair de sua presença.

Ela faz questão de olhar no fundo dos meus olhos enquanto fala.

Não sei o que ela está falando, parei de ouvir a um tempo, agora a única coisa que sinto, vejo e escuto é minha raiva crescente em meu peito que eu tenho que fazer de tudo pra esconder.

Quero gritar, quero ir embora, quero estrangular ela para que pare de falar tantas merdas, quero xingar, quero me descabelar, quero pegar a faca que esta nas minhas mãos e enfiar em sua garganta.

Mas não posso fazer nada além de sorrir e concordar, afinal, uma filha ingênua não levanta a voz, não xinga, não corre, não faz droga nenhuma além de ser submissa.

Não sou nada, além de uma boneca, em uma porra de exposição irritante e maçante.

Fingir Ser a filha ingênua e pura que só concorda com tudo cansa, estou farta de guardar minha raiva, de ser vista como frágil, como passiva, tudo o que eu quero é uma deixa, uma só, para explodir, para soltar essa raiva, para deixar ela sair.

Eu estou exausta de guardar minha fúria, quando, quem a causa, está na minha frente e merece receber o troco por toda raiva que causou, e ainda causa.

Eu sei que é necessário fingir, mas eu estou em grande dúvida entre continuar com o meu teatro e manipulação por debaixo dos panos ou simplesmente soltar meus demônios que não aguento mais segurar, quero me rebelar.

Quero poder ser eu mesma, e não uma personagem, quero ter o direito de escolha e da fala. Eu não nasci para viver na sombra de um personagem, se ela catherine fez essa merda comigo eu não devo nada a ela.

Desde sempre fui obrigada a sentir a raiva aumentar, sempre crescente, mas sempre guardada, sempre nas sombras.

Tenho que lutar para não tremer de tanta raiva

Não tenho nenhuma fonte de arte ou distração aqui.

Repito mil vezes mentalmente as palavras de meu pai.

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