uma garrafa de brandy com memorias dentro

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Músicas recomendadas para este capítulo
Feeling god
Daddy issues
Born To die

Boa leitura.
Mil perdões por qualquer erro ortográfico.



Pov margot

O castelo está em silêncio, tudo está calmo como de costume, sem gritos, sem perigo, mas meus sentidos ainda estão alerta devido aos ultimos acontecimentos, não há ninguém além de mim, apenas eu e o corredor de mármore branco com detalhes vermelhos a minha frente, estou indo para o meu quarto, o chão reflete as luzes baixas do castelo.

O trabalho com dax demorou horas, e eu fiquei algum tempo na floresta depois da minha conversa com tomas, não sei quanto tempo fiquei lá, só sei que precisava digerir as palavras de tomas se não eu provavelmente teria uma confusão mental e bateria o carro, arrisco dizer que já passa da meia-noite, a única movimentação que escuto é o som de meus pés pisando no chão e minha respiração, junto a sensação de realidade me atingindo, deixei meu carro junto com as roupas sujas do lado de fora, pela manhã eu entrego a alguém de confiança.

Já fazem algumas horas que tudo aconteceu, não sinto remorso, não sinto medo de ser descoberta, não sinto nenhum no na garganta, na verdade, eu me sinto muito bem.

Me sinto vingada, aliviada, me sinto em êxtase, tambem me sinto um certo alivio que beira a felicidade por saber que dax nao chegará mais perto de miranda. As únicas coisas que ainda me assombra são o maldito rosto de miranda em minha mente e as dúvidas incessantes, por que fiz isso afinal de contas? Por que matar alguém que machucou a Miranda é tão importante para mim? Onde está todo ódio que eu deveria sentir? Por que eu me sinto preocupada de alguém ir atrás dela e eu não estar la para mante-la segura? Por que eu me sinto tão bem fazendo isso? E principalmente, qual o sentido do que tomas me disse? E por que eu me sinto assim?

Você vai saber por que vai sentir uma raiva inexplicável, não de Miranda, mas do tempo que foi roubado de vocês, de tudo que foi roubado de vocês.

A primeira história contada nem sempre é a verdadeira margot.

Qual é o sentido de tudo isso? Me sinto tendo que montar um quebra cabeça sem ter todas as peças, tendo que usar minhas memórias quebradas para preencher a incógnita tendo que me quebrar novamente para entender.

Que ironia do destino, não? A margot de alguns anos faria atrocidades para ter algo assim, para ter uma chance de acreditar, para ter algo em que pudesse se agarrar para acreditar que miranda teve um motivo plausível, que ela simplesmente não me abandonou por vontade própria assim como todas as pessoas que passaram pela minha vida, me sinto se como uma onda estivesse me arrastando para alto mar, um mar que tem cabelos ondulados brancos, olhos doces, um sorriso lindo e a porra de um corpo que poderia matar alguém de ataque cardíaco. Um mar que se chama miranda de marmoreal, um mar que a parte mais masoquista de mim gosta de se afogar.

E agora que tudo o que eu mais queria era simplesmente esquecer, ou pelo menos seguir tentando, isso acontece, o pior é que ainda a sinto viva aqui dentro de mim, lutando cada segundo para acreditar, lutando para trazer algo enterrado de volta para a superfície, cada vez maior e eu sei que mais hora menos hora eu vou ser consumida por isso, e muito provavelmente vou sair ferida, mas, contudo, tudo em mim quer ir atrás disso minha alma necessita disso, grita por isso, afinal, eu mereço uma resposta.

é estranhamente reconfortante sentir como se uma parte de mim finalmente pudesse respirar depois das palavras de tomas talvez eu só seja louca, talvez eu finalmente esteja sendo consumida pela loucura que guardo, aposto que em breve vou estar dançando no fogo da minha loucura enquanto queimo.

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