Pecado / Toge Inumaki

Capítulo XII

—Eu sou o Panda— A criatura enorme disse fazendo Lori piscar de maneira lenta algumas vezes, incrédulo, absorvendo tudo aquilo. Oh ele era um panda falante e isso fazia sentindo para seu apelido...

— Então... É... O Panda é um panda...— Engoliu em seco prestes a imaginar que estava sonhando— E... O que está fazendo aqui?

— Eu imagino que o Inumaki está aqui— O animal falou, os olhos indo até a casa que aos poucos se tornava um puro desleixo— Quer dizer, você é minha última esperança de achar meu amigo.

— O Toge fugiu?— Suas pupilas se dilataram, olhos bem abertos enquanto seus lábios secos se comprimiam tentando umedecer. Inumaki Toge estava desaparecido? A quanto tempo?— Desde... Desde quando?

— Ele lutou contra uma maldição faz cerca de dois dias e desde então está desaparecido— O urso falou— Você viu e... ESPERA!

Assim que os lábios de Panda anunciaram a data de seu sumiço, seus membros agiram de maneira instintiva se movendo dali sem pensar duas vezes. Foda-se sua casa aberta, foda-se a educação, foda-se tudo! Ele só queria encontrar ele!

Lori correu como nunca, seus lábios absorvia e expirava grandes quantidades de ar para manter seus músculos irrigados com um sangue rico em oxigênio. Ah Lori, seu amor poderia o matar de maneira tão cruel um dia.

Era uma noite fria e começou a chover como naquela vez, seu primeiro encontro. Lori estava andando com um guarda-chuva quando viu Toge pela primeira vez, praticamente entre a vida e morte e aquilo foi o suficiente. Era o suficiente.

—Toge?— Lori gritava entre as camadas sonoras que a chuva produzia contra tantos objetos que ele caia— Toge Inumaki!

Corria, o corpo encharcado, tecido grudando em seus membros definidos, tudo se misturando a frieza que seu coração sentia deixando um nó em sua garganta. Ele gritava e gritava, implorava enquanto procurava por todos os becos e esquinas pelo que ele deveria aceitar ser seu amado.

Enquanto procurava e implorava aos céus, um lampejo veio a mente e como uma voz que o orientava para onde deveria ir, Lori obedeceu. Ele correu, tão veloz quanto antes, arfando para o primeiro lugar que se viram, mas os fios platinados não estava lá...

Lori não era do tipo que iria desistir de encontrar quem amava assim tão rapidamente, os olhos se serram com as gotas grossas de chuva que lhe deixava com a pele tão fria, seria insuportável se ele sentisse uma dor diferente que a que tinha em seu peito.

Oh o medo, sempre tão cruel...

Lori continuou a andar por aquele beco, seus passos marcados pelas poças de água que quase explodiam em seu caminhar. Ele arfou e olhando para seus dedos, viu os dedos já roxos de frio.

Mas seu corpo pareceu se aquecer no mesmo segundo que, ao olhar não muito longe, viu uma cabeleira platinada tão profundamente encharcada pela chuva que tomou por horas. Lori correu até o corpo caído no chão, praticamente morto e vivo, lutando por talvez dias sozinho.