Caminhando para lados opostos

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Foi uma decisão difícil largar tudo. Ou melhor, era até o dia que conheci Carla. Ela era oposta a Dinah em tudo e me fez ver tudo de outro ângulo. Era a esperança de recomeçar o zero. Eu decidir ir embora junto de Carla, jurando que não iria mais retornar ao continente e sumir das vistas dos Fritz. E conseguimos fazer isso por dois anos, os melhores das nossas vidas, mas Dinah descobriu e bem, começou o caos. Tentativas de assassinato eram constantes a sua vida e de sua mãe. Eu me vi obrigado a contar a verdade sobre todo meu passado a Carla, pensei que iria me abandonar depois, mas ela é a melhor pessoa que poderia existir.

Ela apoiou minha decisão de não continuar a pesquisa e de manter afastado de tudo.

Até algumas noites atrás, quando você quase morreu por conta dos meus erros passados. Eu vi, pela primeira vez, Carla ruir. Se você morresse, ela se mataria junto, nunca pensei que uma pessoa pudesse perder o brilho tão rápido como ela perdeu com você quase morto nos braços.

Eu contei a ela, que poderia te salvar com o soro, dos riscos e que tinha comigo o soro final, mas só iria fazer qualquer coisa que ela concordasse. Sua mãe te ama mais que tudo e por isso ela aceitou.

Foi a coisa mais difícil que fiz na vida. Eu iria repetir com você o mesmo que jurei nunca mais fazer, o mesmo que fiz com seu irmão. Essa culpa que me faz escrever agora, que está fora de perigo, mas ainda adormecido, ao lado de sua mãe. Erwin arriscou tudo para me ajudar e devo entregar a formula a ele desse soro, assim como toda a minha pesquisa e esta carta, pois tenho certeza de que essas perseguições não cessaram tão cedo.

Queria te dar mais detalhes sobre o que acontecerá com você no futuro, meu filho, mas realmente não tenho certeza do que mais difere o soro que apliquei em ti dos demais, queria que desse algum sinal, mas não, é extremamente perfeito, um soro de cura, um soro que seria a cura do mundo, mas não pode cair em mãos erradas.

Espero que possa ter esclarecido algumas coisas e sinto não ter mais detalhes para fornecer, mas saiba que fiz o que fiz por amor. A Faye, a Zeke, a Carla e a você...

De seu pai, Grisha.

Terminei a leitura da carta de meu pai com um suspiro pesado. Todos na sala estavam tão silenciosos quanto eu na primeira vez que terminei o documento. Havia três dias do encontro com Zeke e já tinha tomado minha decisão, mas como não conseguia falar com Mikasa sem Levi, decidi reunir a todos para que tomassem conhecimento do conteúdo da carta.

Hange, Erwin, Levi e Armin continuavam em silêncio para assimilar, Mikasa me apoiava, ela já sabia o conteúdo, assim que terminei a leitura, passei o documento para que avaliasse e me ajudasse a decidir se contaria aos demais ou não.

- Uau. – Hange foi a primeira a falar e quebrar o silêncio. – Realmente Grisha deveria ter sido um cientista e tanto. Eu jurava que era apenas um lunático, mas não.

- Honestamente eu confio no meu pai. – Verbalizei depois de muito pensar, foda-se tudo que ele fez, tudo que julgavam que ele fez, eu estava preferindo acreditar na boa imagem do meu pai, o homem que me criou.

- Fico contente que pense assim, eu realmente tenho um respeito pelo seu pai. – Erwin parecia relaxado em relação ao nosso primeiro encontro. – Bem agora que sabe, o que você fará?

O momento que temia, eu teria que verbalizar e tornar real, meu coração teria que aguentar a reação de Mikasa, não consegui conversar com ela e tinha certeza que viria um furacão contra mim. Ela já havia se manifestado contra tudo isso, mas agora eu iria fazer algo que nem tinha conseguido conversar a sós com ela pois o Levi decidiu que se não contamos para ele do nosso relacionamento, não tínhamos boas intenções e precisávamos de supervisão constante, eu esperava que Levi depois da minha fala nos desse um tempo para esclarecer as coisas.

História Lembranças de um Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora