Uma noite insone

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Depois afirmar tal fato, eu ainda sentia muita necessidade de tê-la em contato comigo, queria continuar a beijá-la, esquecendo de todo o resto, mas a realidade nos chamou de volta quando o telefone tocou. Não éramos fãs de celulares, mas como qualquer pessoa, tínhamos para o mínimo de contato com o mundo. Mikasa viu a oportunidade perfeita para escapar um pouco e correu para atender. Desolado por ter sido trocado pelo aparelho insistente, voltei para cozinha, lembrando que realmente ainda não havia comido nada o dia inteiro. A comida estava fria, enquanto colocava para esquentar no micro-ondas, consegui ouvir trechos da conversa, a bela conversava com Sasha, algo sobre o retorno das aulas, uma conversa aparentemente tediosa, mas que por algum motivo estava deixando Mikasa inquieta.

Tentei ouvir com mais atenção, mas misteriosamente o tom da Mikasa havia baixado uns cinco tons, ela sussurrava. O micro-ondas havia terminado, mas a curiosidade foi maior que a fome, voltei em silêncio para sala para entender o que estava acontecendo.

- Eu não estou com o Jean, eu falei isso um milhão de vezes... – porra, logo a primeira frase que consigo captar é uma que me gera um ódio sem tamanho. Um silencio, Mikasa escutava o sei lá que fosse dito pela amiga – Bem aconteceu algo, mas falamos depois, eu to meio ocupada. – Hum, ela não havia falado nada ainda pras amigas. Eu poderia ter ignorado, mas a mínima menção ao Jean fazia meu sangue ferver.

Aproveitei-me que ela estava distraída e abracei por trás e beijando seu pescoço, só que não esperava que ela gemesse tão alto e sensual. Acho que nem ela mesma esperava tal reação que levou a mão a boca, mas era tarde, as amigas tinham ouvido e estavam gritando, pelo jeito estava em viva voz a ligação do outro lado da linha. Mikasa queria me matar, mas antes de qualquer coisa, falei da forma mais inocente que consegui.

- Vim te chamar pra jantar. – Admito que falei mais alto do que o necessário, sim queria que as amigas soubessem que ela estava comigo e que eu a havia feito gemer daquela maneira.

- Eu já vou. – Ela tampava o celular para abafar o som, mas os gritos continuavam. – Daqui a pouco eu falo com vocês. – Os gritos continuavam, ri e me afastei, não iria provocá-la mais, pelo menos por ora não. Voltei pra cozinha, mas ouvi um pequeno cochicho que me deixou radiante. – Eren, sim, ele me beijou.

Dizer que o que se seguiu depois disso foi uma noite calma, eu mentiria. Depois de jantarmos, nos acomodamos novamente no sofá e não demorou para voltarmos a nos pegar de jeito, sempre parando quando as mãos começaram a seguir por caminhos mais eróticos. Estávamos com dezessete anos, hormônios a flor da pele e hiper consciente um do outro. Por tudo estar acontecendo muito rápido estava receoso de avançar, mas ao mesmo tempo, cada vez que sentia o corpo dela junto ao meu, eu ficava duro. Não estava dando para disfarçar fora o incomodo que era, não conseguia pensar em nada além da sensação crescente na minha virilha.

Mikasa também estava ficando mais ousada, pra minha alegria e desespero pois era uma delícia a forma que estava descobrindo meus pontos sensíveis, mas ao subir em meu colo ela aumentava mais meu tesão acumulado. Eu estava desesperado de vontade de deixá-la nua quando a jovem tirou minha camisa, eu realmente não esperava e senti uma timidez sem tamanho. Até hoje, quantas vezes fiquei sem camisa na frente dela e não liguei pra isso? Por que agora isso estava me deixando incomodamente tímido?

- Sabe... – Ela começou a falar, num tom tão sedutor, ao mesmo tempo doce e quase um sussurro. – Eu sempre quis fazer isso... – Continuou enquanto beijava meu peito ao tempo que usava a pontas dos dedos para percorrer meu abdômen. Não sabia em quais das sensações me concentrar, se no toque suave de seus lábios ou nas trilhas de fogo deixada por seus dedos. Quando desceu seus lábios para meu abdômen, eu não conseguia mais pensar. A frase que homem pensam com a cabeça de baixo nunca fez tanto sentido pra mim como agora, eu a queria nua. – É bem melhor do que imaginava... Ainda bem que sou a única que viu e sentiu...

Liguei o foda-se. Cruzei minhas mãos de forma a prende-la contra meu corpo e inverti as posições, colocando-a sob meu corpo. Uma vez por cima, abandonei a timidez e mergulhei meu rosto em seus seios, ao passo que abaixava as alças da camiseta para deixá-los expostos. Ela não estava de sutiã para minha felicidade, menos um obstáculo, estava em êxtase de poder abocanhar aqueles mamilos rosados.

A cada toque meu, os gemidos se intensificavam, eu queria mais. Mais do corpo belo, mais desses sons maravilhosos, adorava cada reação, conforme descia minha mão, mais confiança tinha, até que ameacei colocar a mão por dentro do short que ela usava. Eu não sei quem ficou mais em choque com a reação dela, se foi eu ou a própria. Demorei alguns segundos para processar o que tinha acontecido pois foi muito rápido, mas ainda tentava entender porque havia sido empurrado para longe uma vez que ela parecia está curtindo tanto quanto eu.

Mikasa por sua vez ficou tímida após me jogar para longe, conforme a encarava, mas parecia se encolher de vergonha e enquanto eu estava com cara de cachorro abandonado no meio fio, de todas as reações, acho que era a que menos previ. Ok que não estava pensando direito e só conseguia sentir, mas ainda assim, pensei que estávamos na mesma vibe.

- Me desculpa... ela disse pouco antes de sair correndo me deixando no chão da sala totalmente atordoado.

Dei um tempo para que o nível de excitação baixasse e me levantei para um novo banho, frio para me controlar. A noite seria longa. Após o banho me deitei. O mínimo de ruido era motivo pra despertar algum tipo de fantasia e seria assim mais uma noite insone.

História Lembranças de um Verão PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora