Pov. Carlisle
Quando me sentei naquele banco de frente a catedral a única coisa que passava pela minha mente era a possibilidade de que o destino não fosse novamente generoso comigo. Lembrei do dia que vi Esme naquele mesmo lugar, encarando a vista e um papel que horas depois descobri ser um desenho nosso.
Lembrei de como senti meu corpo tremer ao poder vê-la novamente, de como cada movimento seu me hipnotizou e como eu me senti amedrontado de que tudo não passasse de uma ilusão. A forma como seus cabelos voaram e como em segundos eu tinha seus olhos em mim, como ela fechou os olhos e como me olhou quando finalmente eu consegui me aproximar.
Tudo nela continuava como lembrava, mesmo o tom do cabelo tendo mudado, ela continuava tão linda como eu sabia. Quase me senti como um adolescente humano, com medo de tropeçar ou fazer algo estupido, e então ela quis se afastar. Lembro que desde o momento que voltei na Itália, dessa vez em busca dela, aquele sempre fora meu medo.
Nunca imaginei que poderia ser tão sortudo quanto meu filho fora, nunca imaginei que seria digno de ter Esme me esperando de braços abertos. Entretanto, meu orgulho me feria com a possibilidade de que ela não o fizesse. Quando ela quis se afastar foi o primeiro de muitos golpes que sentiria. Vê-la sofrer com febre e chamando por mim só me permitiu ver o quão covarde eu fui e quanta dor lhe causei.
Dia após dia depois que eu a reencontrei e descobri nossa filha, vivi com a esperança que talvez tudo tomasse o rumo que queria. Todas as manhãs suspirava na esperança que talvez naquele dia ela me desse a oportunidade, que talvez em alguma hora do dia ela me olhasse com olhos de afeto e que voltasse a se sentir segura em meus braços.
Cada noite a dura realidade do que não acontecia me feria. Quando me sentei naquele banco e me curvei para frente, eu orei. Pedi que Deus tivesse misericórdia e me concedesse mais uma oportunidade, que me desse forças e me guiasse, que seu imenso amor pelo matrimonio me permitisse restaurar a família que construí e destruí. Foi então que o vento me soprou o aroma inconfundível. Cheguei a cogitar que talvez estivesse enlouquecendo. Ver Esme parada me encarando, o vento soprando graciosamente alguns fios de cabelo para frente, seu cheiro e ritmo cardíaco acelerado. Mas então a realidade tomou minha mente e eu me ergui, talvez meu presente e a o que tinha escrito tinham sido demais.
Imaginei a pior das hipóteses e caminhei até ela aflito e preocupado. Minha vontade era toca-la e falar tudo o que eu pudesse para que ela entendesse o quanto eu a amo e o quanto a quero de volta. Falar foi a única coisa que eu consegui fazer, talvez não tenha sido coerente ou falado o que deveria. Porém, como um passe de mágica ela tirou toda nuvem de dúvidas e temores que me rondavam, ela falou mais do que eu precisava ouvir, mais do que imaginei ser possível e dominado pelo alivio eu a beijei. E prometi a mim mesmo que enquanto a existência nos permitisse eu o faria. Seus lábios macios e doces, seu corpo esguio que parecia me completar, seu cheiro e a forma como me tocava, tudo nela parecia ser feito na medida certa. Poucos minutos foram o suficiente para me recarregar, para me dar forças para lutar por nós enquanto eu vivesse.
-Carl.- Ela suspirou quando nos afastamos. Aquela simples palavra me fez beija-la novamente. Quanto senti falta e imaginei ela me chamando assim novamente.- Carlisle!- Ela riu me empurrando e se desvencilhando habilmente dos meus braços. Estávamos encostados no meu carro desde o momento que chegamos ali. Não consegui me manter longe de seus lábios e ela não protestou nenhuma vez antes daquele momento.
-O que foi?- Sorri ao ver que ela não conseguia conter o riso.
-Eu preciso respirar.- Seus olhos brilhavam tanto quanto seu sorriso amplo e ofegante, os cabelos levemente bagunçados, a boca vermelha e inchada pelos beijos. Essa era minha imagem favorita dela. Esme feliz e bagunçada após nós nos beijarmos.- Você está com cara de bobo.- Ela acusou rindo.
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Per Amore
Romance"-Foi por amor que tudo desabou.- Ele suspirou profundamente abraçando a esposa.- E por amor que tudo se ergueu, mais forte que nunca." De fato, o amor é um dos sentimentos mais lindos do mundo, mas até que ponto nós vamos por ele? Per amore - Por a...