Capítulo 58 - Eu e Luke

265 29 0
                                    



O avião já voava alto, mas eu continuava a olhar fixamente para o mesmo, ao mesmo tempo que deixava as lágrimas caírem.


- Vamos Stephanie? Lembra-te que ainda tens de ir para a escola. - Luke avisa-me.


- Sim, vamos. - respondo, um pouco contrariada. Preferia passar tempo com Luke do que estar na escola. Hoje não estava com apetite para ir para a escola. Tinha que me animar e não é com a escola que me vou animar. E claro que não queria ver Andrew. Se quando eu e Luke discutimos devido a eu ter defendido a Andrew eu fiquei tão chateada com Andrew, agora é que vou ficar. Ele não podia fazer-me isto. E pior, ele sabia que Luke estava lá. Só isso dá uma raiva de lhe dar um soco, mas eu não posso fazer isso. Ele não merece. Nem sequer vou descer a esse ponto. 


- Está tudo bem? - pergunta-me Luke.


- Sim, quer dizer, não. Não quero nada ir à escola. Queria estar contigo ou então com os rapazes e divertir-me. Preciso de me animar e não quero ficar mais desanimada. É que nem estou com paciência para aturar o maldito do Andrew. 


- Tem calma. Queres que eu dê a justificação de que estás doente? A minha mãe escreve o recado na caderneta se for preciso. Queres?


- Achas que faz mal faltar um dia à escola?


- Claro que não.


- Mas eu nunca faltei à escola. 


- Há sempre uma primeira vez. Também não ias conseguir estar atenta, por isso, anda vamos para casa. - Luke agarra a minha mão, transmitindo-me através desse pequeno gesto segurança e apoio, algo que apenas o meu pai me transmitia. 


- Obrigada por tudo, Luke.


- De nada, minha princesinha. Eu quero-te ver sempre feliz. Eu quero ver o teu sorriso. A tua felicidade é a minha prioridade. 


Abraçamo-nos. Sabia tão bem ter estes momentos de ternura entre mim e Luke. Ele é tudo o que sonhei e fico mesmo feliz por me ter dado com o único vizinho que ia ter aqui. Foi mesmo fixe e agradeço a este mundo por me terem juntado a ele. Não tenho mesmo a noção como seria a minha vida hoje se Luke não fosse o meu vizinho. Ia ser totalmente diferente. Ia continuar uma menina cheia de desejo de fazer amigos, mas continuaria a ser a "estranha" da turma e de uma certa forma a "invejada" da turma. Sempre tirei boas notas e nunca me esforcei para isso, mas consigo. Digamos que sou uma sortuda nesse caso. Continuaria a ser uma rapariga solitária, só, abandonada de uma certa forma e perdida talvez. Se chegasse a saber da verdade sobre a minha mãe não teria para onde ir. Ia ser tudo mais difícil e complicado de lidar por isso agradeço por Luke existir e eu me dar tão bem com ele.


Abandonamos o aeroporto e seguimos para onde quer que Luke nos guiava. Ele disse que era uma surpresa. Já tínhamos passado por toda a pouca coisa que eu ainda conhecia. A partir daqui, eu desconhecia tudo. No entanto, o desconhecido era bonito. Nas margens da estrada encontravam-se grandes arbustos, árvores altas e bonitas. A natureza encontrava-se dos dois lados da estrada. Os passarinhos ouviam-se e ao longe o mar também se fazia ouvir. Depois de cerca de meia hora de carro, Luke encosta o carro. Ele pega na minha mão e leva-me para dentro daqueles arbustos todos. Havia uma espécie de caminho. Caminhamos talvez 10 minutos até que Luke obriga-me a fechar os olhos. Sempre gostei muito de surpresas. O que seria que Luke me queria mostrar?


Caminho durante talvez dois minutos às cegas, apenas confiando em Luke. 


- Podes abrir! - Luke afirma num tom bastante alegre. 


- Uau! - era a única coisa que eu conseguia dizer. A paisagem estava repleta de beleza natural e não sabia como Luke tinha desencantado este lugar lindo. Era tão belo! Havia um grande lago e uma cascata. O lugar era rodeado por árvores e arbustos. Era mesmo bonito. Era um local calmo em que se podia relaxar muito bem. 


- Gostas? - Luke pergunta-me.


- É lindo! Nunca vi tanta beleza junta!. - exclamo ainda espantada com a beleza daquele lugar.


- Achei que ias gostar e ia-te fazer bem estar ao lado da mãe-natureza.


Sentamo-nos no chão. Tiramos as sapatilhas, descalçamos as meias, pomos as calças pelo o joelho e colocamos os pés na água límpida e fresca. Estavam a saber bem aqueles momentos. Momentos únicos, momentos bons, momentos especiais. No final de tudo, acabamos por mergulhar com roupa no lago. Estávamos totalmente encharcados mas isso era irrelevante. A única coisa que importava éramos nós. Apenas nós os dois! Dois jovens apaixonados e felizes.

Australian Love Affair 1 - AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora