Capítulo 32 - Pequeno Desabafo

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        Ouçam com a música que está na multimedia.     

             Ia a caminho da escola. Íamos no jipe preto de Ashton. Eu segurava a minha pasta nova, com padrões a preto e branco, com toda a minha força. Talvez devido ao nervosismo que sentia. Este percorria o meu corpo todo. Estava instalado desde da minha cabeça até à ponta dos meus pequenos pés, que agora estavam protegidos pelas minhas vans coloridas que eu adorava e que Luke me havera dado. Olho para a longa estrada preta de alcatrão que se encontrava diante de nós e que nos levaria até à minha nova escola.

                 Nem acreditava que isto estava a acontecer. Nervosa era a palavra que me descrevia. A única que me conseguia descrever. Estava mesmo nervosa. Nunca havera estado assim antes. Talvez seja o medo de ser renegada novamente. Gozada uma outra vez. Rejeitada mais uma vez. Sofri bastante em Inglaterra. É horrível sofrer de bullying. As coisas que eles diziam! Só de pensar, já as lágrimas formam-se nos meus olhos cor de chocolate. Nem uma amiga tinha feito ou amigo. Andava sempre sozinha. O bullying fazia-me sentir inútil, fraca,...Porque eles me ignoravam e me tratavam mal? Havera eu, tê-los feito algum mal sem me aperceber? Seria de ser a melhor da turma, porque tirava sempre melhores notas e os professores me adoravam? Sim, já coloquei essa hipótese em conta. Não me admirava que sentissem inveja da novata que se transformara rapidamente na queridinha dos professores e na melhor da turma.

 

                 Hoje em dia, pelas mais pequeninas coisas os humanos sentem inveja. Não percebo o instinto humano. É tão estúpido por vezes. Também nada me admira vindo destes humanos cruéis, invejosos e tão mas tão gananciosos. Já quase ninguém é humilde! Já quase ninguém sente felicidade por ver outra pessoa feliz. Porquê? Porquê tanta inveja? Será que isso nos fará mais felizes ou menos? Não! Pelo menos, eu acho que não. No entanto, eu até tenho…pena…destas pessoas que não conseguem sorrir ao ver outro alguém feliz também. Invejam a felicidade das outras pessoas, porque no fundo, são infelizes. Inveja é o sentimento que sentimos por alguém quando queremos ser ou ter algo que esse alguém tem. Se queremos ser ou ter isso de outro alguém, porque não lutar, em vez de invejar? Estúpidos humanos. Estúpida natureza humana.

 

                    Por vezes, queria ser um pássaro, ou outro animal qualquer desde que fosse livre e não tivesse chatices como as que tenho nesta vida, como os humanos têm. A vida é simples, mas as pessoas teimam em complica-la. Eu mesma, o faço. Fazemos sem nos aperceber. E quando nos apercebemos já é tarde demais.

 

                    Enfim!,… o mar está calmo. As suas pequenas ondas formavam-se, mas nenhuma passava dos dois metros. O mar! O mar! Uma coisa tão linda,…pode ser muito bonita, mas se não tivermos cuidado, ele pode nos magoar sem se aperceber. O mar age por instinto próprio. Somos nós que deveremos ter cuidado. No entanto, o mar é bom para mim. Pelo menos, até agora tem sido. O mar é das únicas coisas que me compreende e eu sou das únicas pessoas que o compreende. Tem que se estar muito atento para o poder compreender. Sinto-me feliz por conseguir compreendê-lo. Nem todos o conseguem entender.

    

                O mar é uma criança, que apenas quer brincar, mas sem querer, acaba por magoar as pessoas. É uma criança indefesa, gigante mas no entanto, sente-se sozinha. Não pode brincar com ninguém, pois pode magoar sem querer fazer isso. Porém, devido ao seu gigantesco tamanho, consegue dar um lar, comida, tudo para os peixes, mamíferos, rochas, tudo o que vive nas suas águas. O mar também é como uma mãe. Pelo menos pode o ser. Afinal as suas ondas, podem ser a sua maneira de afastar os inimigos. Os Humanos. Que cada vez mais têm menos respeito por este nobre senhor. Sujam-no como se não houvesse nada nem ninguém a quem o lixo que atiram pode-se prejudicar. Respeito. Algo que está em vias de extinção. Onde está ele? Talvez escondido, por entre os bons humanos, por entre uma pequeníssima porção de humanos. Em breve, provavelmente, deixará de existir. Penso que o respeito é algo muito bonito e deve-se fazer e ensiná-lo às pessoas. Ter respeito nunca ficou mal a ninguém, pelo o contrário, até fica bem.

                     Acho que sou respeitadora. Respeito o mar. Respeito a natureza. Respeito o mundo. Respeito as opiniões dos outros. Respeito as pessoas. Pelo menos, aquelas que merecem ser respeitadas. Apoio quem quer ajudar a natureza, o mar e também quem quer ajudar as pessoas que ainda podem ser mudadas, ainda podem ser…salvas. Todos os corações partidos e magoados podem ser consertados. O meu, inclusive. Luke fez isso. Um humano simples, com boas intenções, que se apaixonou por uma humana simples, também com boas intenções que se acabou por apaixonar por o tal rapaz simples. Luke! Como o seu nome é bonito! Luke, o rapaz que me olha agora. Olha para ele, esboçando um sorriso…talvez, apaixonado. Luke repete a minha ação e cola os nossos lábios num curto beijo, mas o suficiente para por os meus lábios a pedir novamente pelo o seu toque.

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        Olá!  Neste capítulo quis mais aprofundar alguns tópicos, como o respeito, a inveja, o mar, a natureza e a poluição e um pouco o bullying.

       Espero que tenham gostado. Estou muito, mas mesmo muito feliz pelas mais de 4 mil e 500 leituras e mais 350 votos. Vocês sois fantásticas. Obrigado!

             Os comentários têm vindo a diminuir e eu sei que já tenho dito, mas é mesmo muito importante ouvir a vossa opinião para assim puder melhorar.  Preciso de ouvir as vossas opiniões.

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