Capítulo 64 - Luke e eu

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Depois de uma longa viagem silenciosa e cheia de tensão finalmente chegamos a casa. Fico feliz por já não estarmos no carro. O ambiente estava tão tenso e ainda por cima por cada minuto que passava e que entre nós não havia qualquer sinal de um gesto amoroso ou de um simples sorriso ou apenas um trocar de olhares, eu sentia que o estava a perder. Eu sentia que Luke deixara-me de amar. E isso iria acabar comigo. Ele é a única coisa que sempre me pertenceu desde do início e que eu pude chamar de "meu". O meu namorado! O meu melhor amigo! O meu vizinho! O meu tudo! O meu amor! A minha metade. Se eu ficar sem ele, fico sem nada. Ele significa tanto para mim. Já passamos por bastantes coisas juntos. Somos tudo um para o outro. Mas ao contrário dele, eu não tenho nada. Apenas o meu pai. Ele tem os seus melhores amigos. Eu não os tenho visto que se acabamos eles vão deixar de falar para mim. Ele tem a música para se dedicar. Eu apenas tenho os auriculares de música. Ele tem os fãs dele. Eu não tenho, nem eu própria sou fã de mim. Ele tem uma família bonita e numerosa e que cuidam uns dos outros. Eu não tenho. A minha família é apenas o meu pai. Todos os outros foram embora, por livre vontade ou não, foram embora de qualquer das maneiras. Eu não tenho nada sem ele. Ele tem tudo mesmo sem mim. Sou um lixo comparado com ele. Não sou nada. 


- Queres falar aonde, Stephanie? - Luke pergunta-me.


- Podemos sentar no areal ou caminhar pela praia. - respondo na minha indiferença. Agora que sei que não tenho nada sem ele, sinto-me tão mal que já nem quero falar com ele, pois tenho medo de falar asneiras e perdê-lo. Eu não o posso perder.


- O que queres falar comigo, então? Diz-me! - Luke exige.


- O que nos está a acontecer? Mal nos falamos. Já nem trocamos sorrisos, nem beijos, nem carícias. Já nem amigos parecemos ser. Tratámo-nos como meros conhecidos. Mas nós somos muito mais que meros conhecidos. Somos namorados, porra! - digo chateada e revoltada, já com lágrimas a ameaçar a cair. - Eu não te quero perder! Eu não posso perder-te, fogo! Eu preciso de ti ao meu lado para me abraçares e dizeres o quão importante para ti sou. Preciso de ti para me fazeres sorrir. Eu preciso dos teus abraços, do teu sorriso, das tuas carícias, da tua voz, das tuas palavras, do teu olhar fixado em mim, eu preciso tanto de ti, porra! Sem ti não sou nada! - desabafo já feita em lágrimas que escorriam pela minha cara sem pararem. Estava tão furiosa. Nunca quis depender dele desta maneira. Mas a verdade é que dependo. Talvez conseguisse viver sem ele. Claro que conseguiria. No entanto, nunca seria a mesma coisa. Nunca seria tão feliz como sou ao seu lado.


- Eu não sei. Agora só te importas com o Andrew. Porque o ajudas tanto? O que é que ele tem assim tão de especial? Louro e de olhos azuis? Eu também sou. Posso não ser tão musculado, mas eu amo-te, sabes. E por favor, não te rebaixes. Tu és muito mais do que eu alguma vez serei. És bonita, inteligente, engraçada, divertida, fiel, és uma verdadeira amiga, és direta, não mentes, és perfeita do modo de que és. E se as pessoas não te dão valor, elas é que perdem. Tu não perdes nada. Tu só ganhas por não teres essas pessoas invejosas que só querem ser como tu. Tu és especial e não penses que não és porque és. E não te digo isto só porque estou apaixonado por ti, mas sim porque na verdade tu és assim. Podes não ter a família perfeita e não ser muito sociável mas a verdade é que me conquistaste pelo teu modo de ser. Consegues-me fazer sentir de uma maneira que nenhuma das raparigas que conheci me fez. És diferente de todas as outras. Não és superficial e tens as tuas ideias. Adoras ajudar mesmo aquilo que não merecem. És tão simpática e gentil. Como alguém não quer ser teu amigo?! Por favor, acredita em mim vales muito mais do que aquilo que pensas que vales. E sabes mesmo que eu fique cheio de ciúmes por causa daquilo maldito do Andrew, não consigo deixar de gostar de ti, nem consigo odiar-te porque mais que queira. Eu só quero que me dês mais atenção, mostra-me que me amas como eu amo-te. 


- Oh Luke eu amo-te tanto. Eu só estou a ajudar Andrew porque ele realmente precisa. Eu faria o mesmo com qualquer pessoa. Eu só quero que todos estejam bem. Eu não consigo evitar se vir alguém mal a vida. Daqui a uma semana ele já nem precisa mais da minha ajuda e depois aí dedicarei-me a tempo todo a ti, pode ser?


- Está bem. Amo-te minha querida.


- Amo-te, meu pinguim. - roçamos os narizes entre si, olhámo-nos durante algum tempo e depois os nossos lábios colam-se, dançando juntos. Estas carícias e beijos eram cheias de amor e isso era o que as tornava ainda melhores, mais tocantes e recordantes.

Australian Love Affair 1 - AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora