Capítulo 37 - The Jackson's.

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#Dia seguinte# 

           Novo dia na minha escola. Primeira aula seria matemática. Sempre gostei de matemática. Por vezes o que me tirava o apetite de ter matemática eram os meus professores e não a matemática em si. Sento-me na segunda mesa encostada à parede do lado direito. À minha frente Andrew estava sentado.

            - Bom dia. – ele cumprimenta-me com um sorriso gigante.

            - Bom dia, Andrew. – saúdo-o, esboçando um simples sorriso.

            - Preparada para conhecer a nossa tenebrosa stôra de matemática?

            - Tenebrosa?

         - A sério, ela é muito exigente e tu acabas de fazer todos os exercícios do livro antes do terceiro período ter começado.

            - A sério? – pergunto duvidosa.

            - Estou a falar a sério.

            - Ok. – digo enquanto procuro o maldito porta-lápis na mochila.

******

        - Então o que achaste da stôra de matemática? – Andrew pergunta-me enquanto me acompanha até ao cacifo.

              - Parece ser uma boa stôra.

          - Tu não te assustaste com aquele sinal enorme que ela tem na cara? – afirmo com a cabeça que não. – Nem um bocadinho?

              - Nem um bocadinho.

              - A sério?! Agora já não tem piada de chamar-lhe “tenebrosa” ou então stôra susto.

           - Em Inglaterra eu tinha uma stôra que tinha a cara sempre cheia de borbulhas e bolhas amarelas que se uma pessoa espremia aquilo era chuva de porcaria a sair. Isso sim, era nojento. – lembro-me da minha antiga stôra de biologia.

              Chegamos ao meu cacifo e coloco a minha pasta dentro deste.

              - Podes guardar a minha mochila no teu cacifo?

              - Claro. – esboço um sorriso e coloco a sua mochila por cima da minha, fechando o cacifo de seguida.         

            Encaminhamos para o bufete. Coloquei-me na fila para este assim como Andrew que estava atrás de mim. Enquanto esperávamos começamos por falar.

              - Vais jogar futebol? – pergunto-lhe. Não me apetecia ficar sozinha. Ainda não tinha feito nenhuma amiga ou amigo, além de Andrew. Cada miúda da minha turma tem o seu grupo e acho que as vagas para entrar nalgum desses grupos já estão esgotadas. Andrew é a única pessoa que conheço nesta nova escola não tão acolhedora como eu esperava que seria. Pensei que conseguiria fazer uma amiga no meu primeiro dia. Pensei que ia encontrar alguém que quisesse fazer uma amiga nova, mas pelos vistos enganei-me redondamente. Só fiz um amigo até agora.

              - Hoje não. Trouxe as minhas sapatilhas novas e se as estrago já no primeiro dia a minha mãe corta-me o pescoço. – ele explica com gestos que me fazem rir um pouco alto demais. Nunca gostei do meu riso. Só Luke diz que este é fofo. Apenas Luke o acho bonito e perfeito. No entanto, ele ainda não me convenceu que o meu riso não é estúpido, nem me vai convencer tão cedo…Quem é que se ri tão alto como eu? Quando eu me rio, toda a gente, ou seja, mesmo toda, fica a olhar para mim pasmada e depois riam-se da minha cara ou então do meu riso, ainda estou confusa em relação a isso.

              - Tens um riso fofo. – ouço Andrew dizer-me.

              - Ãh? Eu? – pergunto confusa.

              - Sim. – ele sorri.

           - Obrigado, acho eu. Eu continuo a dizer que o meu riso é estúpido, mas obrigada à mesma.

               - Eu acho que ele não é estúpido. – ele esboço novamente um sorriso.

                Parece que não é só Luke que acha o meu riso fofo. Já são 2 contra o resto do mundo a dizer que as minhas gargalhadas não são estúpidas. Boa estou a melhorar!

               Era a minha vez de pedir à senhora baixa, ruiva, de olhos verdes e ancas largas, o meu lanche. Assim o faço. Peço um croissant misto, um Compal de ananás, uma nata e uma barrinha de mel e leite. Ainda me lembro quando eu pedia à empregada do meu pai para me ir comprar as tais barrinhas à loja que ficava a alguns quilómetros da quinta do meu pai. Às vezes não era fixe viver isolada da cidade. Apenas tinha floresta e campos em meu redor e uma outra quinta que pertencia ao pai de um rapaz que me agredia e gozava na escola por isso adivinhem lá a minha sorte. O apelido de família deles era Jackson. Acho que o rapaz se chamava Charles. Sim, acho que era isso e andava na minha turma. Ao contrário do filho, o pai era humilde, simpático, engraçado e bondoso. Ele tinha outro filho, seu nome, Paul. Ele tinha uns lindos olhos castanhos-escuros e o seu cabelo preto fazia contraste com o seu tom de pele claro. Confesso que já tive uma pequena paixoneta por este. Ao contrário de Charles, Paul era amável, tratava-me bem e era muito simpático comigo. Ele ajudava-me nos trabalhos de casa. Ele era bastante inteligente. Ainda me lembro como ele adorava desenhar e ele era fantástico nisso. Uma vez desenhou-me ficou tão honrada que até lhe deu um braço tão apertado que quase lhe partia uma costela. Ele havera me dado no meu aniversário. Foi o amigo que tive mais próximo lá. Ele era dois anos mais velho que eu. No entanto depois de viver cinco anos no interior ao meu lado, teve de mudar-se para a cidade com a família pois o pai dele havera casado e então fora viver com a mulher na cidade e com os seus dois filho. Fiquei feliz por um lado, pois não voltaria a ser agredida e gozada por Charles mas fiquei triste pois estava a criar uma amizade bonita com Paul. Infelizmente nem sempre temos o que queremos, mas enfim…

               - Estás com fome, rapariga! – Andrew exclama, acordando-me dos meus pensamentos.

          - Habitua-te pois eu estou sempre com fome. – gargalhamos juntos enquanto nos sentamos numa das mesas do bufete.

           - Em que estavas a pensar enquanto estávamos a esperar na fila? Posso saber ou é pessoal?

               - Estava a lembrar-me de Inglaterra.

               - Tu nasceste lá, não foi?

             - Não. Nasci aqui, em Austrália, mas depois do divórcio dos meus pais é que me mudei para Inglaterra. Estive lá durante alguns anos e agora voltei para a Inglaterra porque o meu pai teve de ir para a América durante algum tempo e vim viver com a minha mãe embora que esteja a viver agora na casa de um amigo meu.

                 - Ele anda nesta escola?

             - Não anda agora, mas já andou. Ele chama-se  Luke Hemmings, ele é integrante da banda ‘5 Seconds of Summer’. Lembra-te alguém?

                 - Sim, sim. Os meus primos mais velhos eram grandes amigos dos irmãos dele. Eu já ouvi algumas músicas deles. Gosto muito. Lembro-me do Calum e do Michael também. Acho que Ashton não andou nesta escola.

                  - Ele não andou nesta. – confirmo.

             A campainha soa e somos obrigados a ir para a aula. Estou a gostar de conhecer Andrew. Parece ser um bom amigo. Espero bem não me enganar.

Australian Love Affair 1 - AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora