PRÓLOGO

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– ... Desculpa, Ji-woo., desculpa! Ouve... – Ele segurou a mão da irmã e apertou-a, embora a mais velha tentasse soltar-se – Talvez quando eu estiver lá... não, ouve, Woo! Talvez quando eu estiver lá, eu possa procurar a professora Minerva e convencê-la a mudar de ideias!

– Eu não... quero... ir! – Disse Ji-woo e puxou com força a mão do aperto do irmão. – Achas que eu quero ir para um castelo idiota e aprender a ser... a ser...

O seu olhar percorreu a plataforma, passou pelos gatos que miavam no colo dos seus donos, pelas corujas que esvoaçavam a piar umas para as outras nas gaiolas, pelos estudantes, alguns já a usar longas vestes pretas, a embarcar os malões na locomotiva vermelha ou então a cumprimentarem-se com gritos de alegria, depois de um verão separados.

– ... Achas que quero ser um... um monstro? – Os olhos de Hoseok encheram-se de lágrimas quando Ji-woo conseguiu soltar-se da sua mão.

– Não sou um monstro – respondeu o ruivo. – É assim como tratas o teu irmão?

– É para onde tu vais! – Insistiu Ji-Woo, com gosto. – Uma escola especial para monstros. Tu e aquele rapaz, o Park... esquisitos, é o que vocês são. É bom que sejam isolados das pessoas normais. É para a nossa segurança.

Hoseok olhou em direção aos seus pais, que examinavam a plataforma com um ar entusiasmado, absorvendo o cenário. Então, ele voltou a olhar para a irmã e a sua voz era suave e cruel.

– Não achaste que era uma escola para anormais quando escreveste á diretora a implorar para que te aceitasse.

Ji-woo ficou escarlate – Implorar? Não implorei!

– Eu vi a resposta dela. Foi muito bondosa.

– Não devias ter lido... – sussurrou a mais velha. – Era minha e particular... como pudeste...?

Hoseok deu uma breve olhada a Park, que estava parado ali perto.

A morena ofegou. – Foi aquele rapaz que descobriu! Tu e aquele rapaz andaram a bisbilhotar o meu quarto!

– Não... não estávamos a bisbilhotar... – Agora Hoseok estava na defensiva. – O Jimin viu o envelope, e não pôde acreditar que uma Muggle tivesse escrito para Hogwarts, foi isso! Ele diz que deve haver bruxos infiltrados nos correios que se encarregam de...

– Pelo visto, os bruxos metem o nariz em tudo! – Replicou Ji-woo, agora tão pálida quanto estivera corada. – Anormal! – Ela cuspiu no irmão e voltou para o lado dos pais.

Os próximos momentos passaram rapidamente e logo Jimin já estava a caminhar apressado pelo corredor do Expresso de Hogwarts enquanto o veículo sacudia pelos campos. Já tinha trocado para as vestes da escola, talvez para aproveitar a primeira oportunidade para despir as suas horríveis roupas de Muggle.

Finalmente, parou à porta de um compartimento onde um grupo de rapazes barulhentos conversava. Encolhido no canto ao lado da janela, estava sentado Hoseok, o rosto colado na vidraça. O loiro abriu a porta do compartimento e sentou-se em frente ao amigo. Ele lançou-lhe um breve olhar e tornou a voltar a sua atenção para a janela. Estivera a chorar.

– Não quero falar contigo – disse, em tom crispado.

– Por que não?

– A Woo od... odeia-me. Porque vimos aquela carta da Mcgonogall.

– E então?

Hoseok lançou-lhe um olhar de profundo desagrado – E então que ela é minha irmã!

Revelio | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora