CAPÍTULO XX

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Ainda irritado, pensando seriamente no porquê de ter aceitado aquela amizade com um maldito sonserino! "Criaturas teimosas e irritantes! Parece que só pensam em si mesmos! O mundo gira ao seu redor!" – praguejava internamente, andando irritado pelos corredores.

Em meio à sua discussão mental, foi parar no corredor para as catacumbas, de frente para o vitral dos fundadores. Mas não estava ali pelo belo vidro bonito em mosaico, mas por saber que Jimin ia para lá quando estava a fazer redações das matérias, inspiração dos seus ídolos ou coisa parecida. O loiro estava sentado no banco ao lado do vitral. O sol lateral da tarde refletia as cores do vidro, colorindo a pele clara do menor. Ele tinha um pergaminho na mão, fazendo cálculos no canto, anotando algumas coisas enquanto murmurava para si mesmo.

Então, mudou de ideia sobre sonserinos, eles eram bem piores do que estava a dizer. Aquele projeto de anão de jardim era tão temperamental e orgulhoso que não era possível personalidade tão insuportável caber dentro de um corpinho tão pequeno e tão lindo. Riu nasalado, talvez o mundo dele gire em torno do sonserino.

Ouvindo a risada, o menor ergueu os olhos, abrindo um sorriso quando o viu. E o moreno soube, o mundo merecia ver aquele sorriso por muitas décadas ainda, estampado em todos os jornais e livros escolares sobre o seu magnífico trabalho. Iria garantir que aquelas décadas existam.

– Oi – o loiro levantou-se depois de enfiar o pergaminho na mochila, indo até o maior e abraçando a cintura do grifinório.

– Oi – sussurrou de volta, abraçando os ombros do menor com preguiça – Só tu para me fazeres rir depois de tanta raiva – enfiou o rosto no pescoço do menor, que riu levemente, afagando as suas costas.

– Estás-te a rir de mim? – O maior assentiu, levando um beliscão do sonserino, fazendo-o pular. Jungkook afastou-se do pescoço cheiroso, beijando a bochecha do menor, que estava apertada pelo sorriso largo – Mas por quê a raiva? – Deslizou as mãos para o peito do maior, que desceu as mãos para a sua cintura.

– Nada – negou levemente, com um riso leve como se fosse idiotice – O que estavas a fazer?

Jimin hesitou, encolhendo os ombros ao morder o lábio. O moreno estranhou a reação, ganhando preocupação na sua face.

– É que... vais-me achar um bisbilhoteiro – sussurrou envergonhado e temeroso, brincando com a gravata vermelha e dourada.

– Por que acharia? – O grifinório ergueu a mão, fazendo carinho no rosto suave com o dorso dos dedos, admirando o menor, simplesmente.

O sonserino suspirou, soltando as mãos maiores do seu corpo, fazendo o maior ficar mais confuso. Segurou a mão do outro, puxando-o para se sentar no banco onde a sua mochila estava. Em momento algum olhou para o moreno, atento às suas mãos unidas entre eles - sentados quase de frente um ao outro.

– Olha... – Tentou achar as melhores palavras – Lembras-te do que... disseste sobre a tua mãe?

Ainda perdido, o grifinório assentiu, cerrando os olhos em curiosidade para o menor - que brincava com o vão entre os seus dedos, medindo as suas mãos e batendo nos seus dedos.

– Desde que prometeste... curar-me – encolheu os ombros em vergonha por ter de admitir precisar de ajuda – Eu senti-me na obrigação de retribuir – ergueu a mão assim que sentiu que o moreno falaria algo, calando-o. Ergueu os olhos finalmente, olhos inexpressivos, mesmo que a sua linguagem corporal diga outra coisa – Procurei um jeito de te ajudar com o lance da tua mãe e... – Olhou na direção do quadril do maior, lembrando-se da terrível cicatriz que ainda estava ali, tendo tirado os pontos recentemente – Quero-te ajudar, babe – usou o apelido para que o maior pare de achar ser pena. Ergueu uma das mãos, tocando o rosto do moreno, que estava um pouco trêmulo de emoções pelo que ouvia – Preocupo-me e... – Engoliu em seco quando as três palavras martelaram a sua mente – Estou a procurar algumas coisas que podem ajudar a trazer a tua mãe e também em feitiços de proteção. Sei que não podemos fazer magia fora da escola. Mas apenas magia com varinha! – Apressou-se, querendo provar estar a pesquisar algo útil – O Ministério não consegue controlar núcleos mágicos. Não com feitiços pequenos como os que estou a procurar. Descobri um que podes usar quando estivermos no Expresso! – Animou-se, debruçando-se sobre o maior, quase subindo no seu colo – Ele dura quinze dias sem se desgastar! Ou seja, se nos encontrarmos de quinze em quinze dias durante esses três meses, ou seja, dezessete vezes, sem contar a vez que as aulas vão voltar e esse encontro ser feito na plataforma – tagarelou, nervoso e empolgado – Significa que não te vais ferir por nada!

Revelio | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora