CAPÍTULO XI

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– Aonde vamos? – Perguntou o moreno, andando por entre as prateleiras da biblioteca.

– Relaxar – respondeu seco. Andavam cada vez mais para o fundo da biblioteca.

– Desse jeito vou sair sem nariz – Jungkook espirrou pelo cheiro forte de mofo.

Aquela era a área menos tocada da biblioteca, tão esquecida que o mofo fazia a festa.

O moreno coçou o nariz, que se irritava com a poeira no lugar. Não tinha rinite, mas aquilo era em excesso.

Jimin parou a caminhada numa sala arredondada entre as prateleiras - com escadas para o mezanino que cobria a biblioteca. A cúpula de cristal acima das duas estantes arredondadas recriava o mapa estelar bruxo antigo - tanto que algumas estrelas já não existiam mais. Runas e mais runas ao redor dos dois círculos entrelaçados - o hemisfério norte e o sul.

O loiro abaixou-se, tirando a mochila das costas e procurou algo dentro dela. O moreno olhou por cima do ombro, inquieto e curioso sobre aquela parte da biblioteca. O mapa já estava até desbotado - de tão antigo - o cristal levemente rachado.

– Preciso de pezinho – o loiro tirou-o dos seus pensamentos. Segurava um par de alfinetes com a cabeça vermelha, ambos eram grandes demais para alfinetes, mas pequenos demais para serem agulhas de tricô.

– Para quê? – Perguntou, confuso.

– Só faz logo, Jeon! – Revirou os olhos, completamente impaciente.

Resolveu obedecer. Entrelaçou os dedos, oferecendo o apoio para o loiro.

O rapaz com os alfinetes pisou no pezinho oferecido, conseguindo se erguer pelo apoio. Fincou os dois alfinetes entre duas rachaduras do cristal - num círculo rachado que ficava entre os hemisférios intercalados.

– Agora gira-me – mandou novamente, olhando para o moreno abaixo de si.

– Girar? – Perguntou novamente, sentindo-se repetitivo.

– Só faz o que eu estou a mandar! – Revirou os olhos novamente.

O moreno segurou as suas pernas, girando-o para a direita com esforço.

Ouviu a pedra deslizar, como um grande mecanismo de engrenagens Maia. Assim que os pedaços dos céus dos hemisférios estavam trocados, o loiro puxou as agulhas. Acabou por fazer força demais, caindo para trás. Deu tempo apenas de arregalar os olhos antes de sentir os braços segurando-o pelas costas e pela dobra dos joelhos. Agarrou o pescoço do último rapaz na Terra que imaginava que estaria naquela posição.

– Não acredito que caíste de amores por mim, Park – o moreno não perdeu a oportunidade.

O loiro revirou os olhos, batendo no peito dele com o dorso das mãos - sendo posto no chão em seguida.

As solas dos seus tênis tocaram o chão. Voltou até a mochila, colocando os alfinetes dentro dela.

– Foi só isso? – O moreno disse decepcionado – Até brochei.

– Deixa de ser burro – o loiro bufou, impaciente. Foi até à estante da direita, contando três prateleiras de cima para baixo e vinte livros da direita para a esquerda. A capa do livro atingido era vermelha, com detalhes em dourado - uma Barsa, basicamente. Puxou a lombada do livro, tirando-o por cima. Os sons das engrenagens voltaram.

O moreno virou-se para a cúpula de cristal, percebendo ser a origem do som. O seu queixo caiu de imediato com o que viu. O círculo rachado que eles giraram estava-se a abaixar. Uma serra de metal - claramente revestida com o feitiço antiferrugem - estava no centro, revestida com uma grade circular de proteção. A serra movia-se, descendo a pedra de um palmo de espessura - facilmente.

Revelio | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora