Aquela foi a semana mais apática da vida sem emoções de Namjoon.
Passava horas apenas sentado ao lado de Jin, observando-o sofrer. Madame Pomfrey às vezes entregava-lhe um lenço e beijava a sua testa, vendo o corvino chorar inconscientemente.
E aquilo era percebido por Taehyung. O seu irmão via como estava diferente. E, mesmo não sendo próximos, ainda eram irmãos.
Foi o primeiro a perceber o estado do irmão. Foi o primeiro a saber o motivo daquilo.
Jin.
Era óbvio.
O rapaz do diário monstruoso desapareceu das salas de aula. O seu irmão parecia realmente abalado. Então era claro que algo tinha de estar de acordo com o outro.
Então, quando não estava em detenções - sim, os boatos estavam tirando mais do seu tempo do que os estudos - ou a ignorar Yoongi e Jungkook, que ainda estavam chateados, o grifinório foi até á enfermaria.
Encontrou o seu irmão sentado ao lado da maca ocupada. Sem um presente sequer ao pé da mesma.
O que deprimiu Taehyung. Como assim ninguém deu presentes de melhoras? Como ninguém o ia visitar? Como ninguém estava a falar sobre aquilo na escola?
Saiu da enfermaria com os lábios prensados em desgosto. O seu senso de justiça grifinório apertou o seu coração, exigindo uma ação.
No outro dia, arrastou Hoseok de Jimin e Bogum, que também gostava de si, mas não tinham nada.
Levou-os para a cozinha. Pegaram cupcakes de memória com os elfos, que se comoveram com a história do rapaz inconsciente, então, alguns resolveram ir junto dos adolescentes.
Levaram balões, doces, um ursinho de peluche do tamanho de Jimin - sem brincadeira, o grifinório tinha a certeza que eram da mesma altura - e alguns elfos levaram instrumentos musicais - baixos acústicos, violinos, flautas transversais e uma flauta de pan.
Os alunos acharam estranho toda aquela confusão, alguns seguiram-nos, puramente curiosos.
Os elfos iam saltando e tocando por todo o caminho, correndo na frente e dançando para afastar os estudantes para os outros passarem.
No meio do caminho, Yoongi avistou-os, juntando-se ao namorado para perguntar o que estava a acontecer. Mas o lufano apenas sorriu e entrelaçou os seus braços, tomando o rumo do caminho.
Taehyung correu na frente quando viu as portas da enfermaria. Sorrindo pelo que conseguiu fazer.
Queria animar o seu irmão, acalmar os sentidos de Jin - que sentiam a falta de carinho com as pessoas ao redor.
Empurrou as pesadas portas de uma vez, entrando pulando na enfermaria, assustando Madame Pomfrey, que arregalou os olhos ao ver aquela confusão na sua enfermaria.
Pessoas pulavam e dançavam ao som da música animada dos elfos. Os que tinham as mãos livres batiam palmas no ritmo.
Aos poucos, o sorriso no rosto da mulher expandiu-se, vendo a enorme faixa que surgiu nas mãos de dois elfos que aparataram em cima dos batentes altos das janelas.
"As melhoras, Jin" - com letras coloridas e rabiscadas.
Namjoon, que estava fielmente sentado ao lado do namorado - fazendo carinho nos seus cabelos suados pelos constantes pesadelos - ergueu os olhos em confusão para a repentina barulheira.
Assim que viu tudo o que acontecia, ficou confuso, sem realmente entender o que se passava.
Mas, quando Taehyung veio a dançar até ele, fazendo graça ao sorrir animador para o irmão. O corvino voltou a olhar para Jin.
Os seus olhos encheram-se de lágrimas quando viu a respiração do menor regular, o cenho relaxando aos poucos.
O grifinório abraçou-o de lado, deixando o punho livre na cintura, sorrindo de canto para o rapaz desacordado.
– Desculpa a demora, hyung – deu uma leve batidinha no pé de Jin, por baixo do lençol fino – O teu Jujuba meio que me estava a deprimir, então tive que trazer certa animação. O que achas dessa festa? – Olhou ao redor, sorrindo animado como se realmente conversasse com o mais velho – Ela nem se compara com a que eu darei assim que acordares! – Colocou a mão no queixo, deixando o nariz empinado em leve arrogância.
De repente, Taehyung lembrou-se de algo que queria dar pessoalmente ao menor. Soltou-se do irmão e foi até Yoongi - que lutava para carregar um urso de peluche um pouco menor que ele.
Colocou o peluche nos ombros, deixando o enorme urso sentado sobre o seu trapézio. Segurou as pernas grossas e correu até a maca, onde as pessoas depositavam os presentes e palavras de encorajamento.
– Olha o urso a passar! – Abriu passagem entre todos. Namjoon ajudou-o a tirar o urso dos ombros e virou-se para o menor ainda deitado – Eu trouxe um presente dos elfos que não puderam vir porque o almoço está-se a aproximar. É um presente enorme e muito gordo – abraçou o largo tronco do urso, colocando-o deitado ao lado do rapaz.
O corvino aproximou-se cuidadosamente, ergueu o braço do namorado e passou-o ao redor do urso, abraçando-o de lado.
– Mais uma coisa – Taehyung aproximou-se para sussurrar perto do ouvido do colega de casa, falando baixo o bastante para ninguém ouvir – O meu irmão chorou tanto por ti que, se eu fosse tu, quando eu acordasse iria encher o saco dele pelo resto da vida. Mas é só um conselho – afastou-se com uma piscadela cúmplice.
O seu irmão riu nasalado, fazendo carinho no rosto do grifinório adormecido - que suspirou com o seu toque doce.
– Obrigado – o sussurro baixo fez o grifinório diminuir a sua animação gritante.
No meio daquela confusão toda, Taehyung olhou para o seu irmão, que apenas acariciava a testa do namorado, agindo como se tais palavras jamais tivessem saído da sua boca.
Mesmo assim, o grifinório sabia que era o jeito dele. Então sorriu, um sorriso de canto, mais simples, mas respondendo ao irmão da mesma maneira que ele fazia consigo, permitindo-se trocar de papel com ele naquele instante frágil.
Na manhã seguinte, foi informado que Jin deveria ser internado no St. Mungus.
Namjoon pensou em relutar, mas sabia que era o melhor para o namorado. Mesmo achando que seria apenas coisa da sua cabeça, pôde jurar que - ao apertar a mão do namorado enquanto o tiravam de perto de si pela maca - sentiu o aperto do grifinório nos seus dedos.
E que eles se esticaram em despedida na sua direção.
Quando isso aconteceu, estava ao lado do seu irmão, que arrastou os amigos também - então, o corvino viu-se cercado de grifinórios e sonserinos, um lufano também, claro.
Aos poucos, eles foram embora, deixando-o na porta do castelo, apenas olhando o caminho que os medibruxos fizeram com o seu Doce.
Ficou ali por horas, mas sentia que tinha alguém ali com ele. Não desviou o olhar, mas sabia que era o seu irmão.
Taehyung ficou em silêncio, sentado no degrau de pedra, olhando para o mesmo lugar que o irmão, mas movia-se por vezes - olhando a expressão vazia do irmão e depois o horizonte.
Divagando sobre a diferença daquela expressão vaga e da sua normal.
Percebeu, então, que não era como o costume. Na verdade, aquele vazio parecia melancólico, portador da dor da saudade.
Deitou o queixo nos seus braços, que envolviam os seus joelhos, olhando a relva seca e mais sem vida do outono, esperando o momento de luto do seu irmão passar.
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Revelio | Jikook
ספרות חובביםConheçam Jeon Jungkook, o bad boy arrogante e o maior pegador de Hogwarts, com seus cabelos pretos, olhos negros e vários piercings. Ele é o típico representante da Casa dos Corajosos. E conheçam Park Jimin, o loiro de olhos felinos, um aluno exempl...