☽ Capítulo 04 ☾

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Antes de iniciarem a leitura, queria pedir que favoritassem ou comentassem sobre o que estão achando!!! Seria de grande incentivo, pelo menos uma das duas opções!

Boa leitura, espero que gostem!

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Morwen Kvaternik


Foi colocada uma venda ao redor dos meus olhos e, enquanto me guiavam por onde apenas deus sabia, deixei a voz de Bryce me explicar o que era um Oráculo.

Aparentemente algumas dessas criaturas viviam aqui desde os primórdios do mundo, criadas pelos deuses criadores. Era uma criatura que repassava informações divinas, conselhos, algumas até mesmo possuíam a capacidade de enxergar o passado e o futuro daqueles que lhes procuravam. Bryce parecia levemente nervosa em suas palavras, contando-me que sua experiência não havia sido boa com o Oráculo.

Com seu nervosismo, então, a princesa deixa a língua solta e diz mais do que o necessário. Conta que, quando alguém da nobreza completa 13 anos é instruído a se consultar com o Oráculo. Alguns recebem conselhos de vida, outros recebem prelúdios de quantos filhos terão e se encontrarão um bom arranjo de casamento. A experiência de Bryce não havia saído como o planejado, então era por isso que ela mantinha o máximo de distância do Oráculo. Danika diz que nunca apareceu para seu encontro com o ser místico, e que estava pouco se importando com tais tradições antigas. Ninguém mais além das duas me conta coisa alguma.

Ainda sinto a presença de Connor atrás de mim, avaliando cada passo que dou em frente. Sua respiração é como um lembrete de morte. Como um leão perseguindo e encurralando sua presa. Sinto Danika diminuir o passo, então as vozes dos guarda costas se entremeiam em uma cacofonia de sussurros raivosos conforme Bryce continua me guiando em frente.

Finalmente paramos, então os dois guarda-costas dizem que ficariam no corredor, vigiando e impedindo que alguém adentrasse a caverna do Oráculo e nos pegasse lá dentro. Bryce assente, nervosa, e deixa que eu retire a venda dos olhos. Pisco, tentando enxergar alguma coisa, mas sou arrastada pela princesa por um corredor cavernoso e escuro.

Depois, ao sair em um lugar mais iluminado, aperto aquele pedaço de tecido entre meus dedos e me dei conta de que aquilo poderia servir como um pedaço de arma. Algo para ser utilizado para esganar e sufocar — porque o medo do desconhecido começa a me preencher outra vez. Gélido e cruel.

A câmara do Oráculo fedia a enxofre e carne assada — o primeiro, percebo, é por causa dos gases naturais oriundos do buraco no centro do cômodo; o segundo é resultado da pilha de ossos de boi queimando sobre o altar na parede oposta. Uma oferenda, sem dúvida.

Sendo sincera comigo mesma, um templo sagrado era o último lugar em que eu queria estar. Passei grande parte da minha vida em lugares como este, conheço suas estruturas e sei que há ao menos meia dúzia de armadilhas espalhadas por esse lugar. As portas com mais de seis metros de altura se fecharam atrás de mim e Bryce enquanto marchávamos pela câmara silenciosa, na direção do buraco no centro e da parede de fumaça mais adiante. Meus olhos ardiam, consequência dos vários odores acres.

Atrás da fumaça, uma figura se moveu.

— Eu me perguntava quando a Princesa Estrelada traria luz à minha câmara outra vez — disse uma voz adorável. Jovem, cheia de leveza e alegria e... ainda assim, tingida de crueldade milenar.

Bryce estancou no limite do poço, agarrando meu antebraço com força. Suas unhas pintadas e afiadas praticamente se enterraram na minha pele.

— Não vou tomar muito de seu tempo — disse ela, a voz engolida pela câmara, o fosso, a fumaça. A voz engolida pelas paredes úmidas com desenhos esculpidos na pedra.

{AU CCity} O Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora