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Morwen Athalar
Havia sido uma verdadeira surpresa minha manhã ter sido iniciada com um chamado do rei.
Elisabeth ajudou a me arrumar e, quando eu estava dentro de um vestido simples e comprido feito de veludo preto, com uma maquiagem apropriada para o dia e sobre saltos prateados, a governanta sorriu para a minha imagem que refletia no espelho de corpo todo. Ela trançou meu cabelo e o prendeu em um coque outra vez.
— Você não pode ficar chateada porque eu estou te chamando de Beth — provoquei, atravessando o quarto até ela. A mulher segurava a porta aberta, me esperando. — É só um apelido carinhoso.
— Nossa relação deve permanecer estritamente profissional — fiz uma careta, quase vislumbrando um sorriso em seu rosto.
— Você é quase como uma mãe: me acorda de manhã, me traz café e ainda me deixa lindíssima para essa corte cheia de gente feia — ela soltou um bufo, segurando a risada. — Me diga que é mentira que Lacey fica mordida de inveja por me ver tão linda nesses vestidos e no penteado que você faz?
— Agora entendi porque você e Bryce se dão tão bem — uma voz masculina soou à minha esquerda. — Vocês duas têm um ego enorme.
Ithan estava encostado em um pilar, de braços cruzados e olhos em mim. Um sorriso divertido curvava um canto de sua boca. Vestia o uniforme preto rotineiro de guarda-costas e a espada polida estava embainhada em suas costas.
Permaneci parada em frente a porta do meu quarto, cruzando os dedos em frente ao meu corpo e olhando para ele com receio. Ele pareceu tão furioso ontem, quando nos deixou na biblioteca. Aposto que ainda estava furioso com minha negligência em me negar a ajudar as bruxas — da qual ele pensava que também eram meu povo. Elisabeth o informou sobre onde eu estava sendo requisitada e o garoto assentiu, ainda de olhos em mim. A governanta me lançou um olhar de advertência antes de desejar bom dia e seguir pelo corredor até o seu outro afazer do dia.
— Bryce comentou sobre a sua... ajuda — ele finalmente diz, a voz suave e arrependida. Os olhos castanhos brilhavam com o mesmo sentimento. — Desculpe ter gritado com você ontem. Eu fui um idiota de cabeça quente.
— Tudo bem — dei de ombros, me aproximando e abrindo um sorriso fraco. — Eu já fui chamada de coisas muito piores por alguns dos meus acionistas.
As sobrancelhas do sentinela se franziram.
— Eu não sei o que são acionistas.
Pelo tempo que levamos para cruzar os corredores do castelo em direção ao escritório do rei, explico para Ithan o que é um acionista; conto à ele sobre minha profissão e a natureza do que trabalho, as dificuldades da arqueologia e todas aquelas descobertas, as pesquisas e catalogações que, sinceramente, ele não parece interessado. Então passo a contar a ele sobre alguns itens do meu mundo: eletricidade, meios de transporte contemporâneos, aparelhos eletrônicos... Ithan estava completamente obcecado em tentar entender como funciona uma televisão quando chegamos ao corredor do rei.
— Então essa tal... televisão — a palavra é estranha nesse idioma. Foneticamente é igual a minha língua materna, mas com um sotaque molhado do idioma desse lugar. — É como um espelho mágico?
— Não, não — dou risada, acenando negativamente. — É... complicado. Mas dá para assistir muitas coisas na tela. Imagine a tela de uma pintura, então imagine que essa tela pode te mostrar qualquer coisa que você quiser ver. De entretenimento, é claro. Apesar que existem muitos canais jornalísticos, mas a maioria é de entretenimento. Você poderia assistir uma peça de teatro na sua casa, em qualquer lugar. Geralmente chamamos essas apresentações teatrais de filmes.
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{AU CCity} O Outro Lado
FanfictionMorwen Tsalie Kvaternik não acreditava em magia. Não acreditava em contos de fadas ou qualquer espiritualidade em coisas que eram explicadas apenas como "milagre". Morwen era cética. Completamente racional da cabeça às pontas dos pés. Sendo a arqueó...