capítulo 2

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Eles mataram sua escrava Lykaios com um corte rápido de espada na garganta. Ela era uma escrava do palácio, sem treinamento em combate e tão docemente obediente que, se ele tivesse mandado, ela teria se ajoelhado e oferecido a própria garganta para o golpe. Ela não teve chance de obedecer ou resistir. Dobrou-se sem som, os membros pálidos caindo absolutamente imóveis sobre o mármore branco. Embaixo dela, sangue começou a se espalhar pelo piso do mármore.

- Peguem-no! - Disse um dos soldados que irromperam no quarto, um homem de cabelo castanho escorrido. Damen talvez tivesse permitido simplesmente devido ao choque, mais foi nesse instante que dois dos soldados puseram as mãos sobre Lykaios e a mataram.

Ao fim do primeiro enfrentamento, três dos soldados estavam mortos, e Damen estava na posse de uma espada.

Os homens que o encaravam hesitaram, mantendo distância.

- Quem mandou vocês? - perguntou Damen.

O soldado de cabelo liso disse:

- O rei

- Meu pai ?- ele quase baixou a espada.

- Kastor. Seu pai está morto, peguem-no.

Lutar era algo natural para Damen, cujas habilidades tinham origem na força, na aptidão natural e na prática continua. Mas aqueles homens tinham sido mandados por alguem que sabia disso muito bem e, além disso, não economizou no cálculo de quantos soldados seriam necessários para superar um homem do calibre de Damen. Vencido pelos números, Damen não conseguiu resistir muito antes de ser levado, com os braços torcido as costas e uma espada na garganta.

Nesse momento, ingenuamente, ele esperava ser morto. Em vez disso, foi espancado, amarrado e , quando lutou para se libertar - causando uma quantidade de dano gratificante para uma pessoa sem armas - , surrando outra vez .

- Tirem-no daqui - Disse o soldado de cabelo liso, esfregando as costas da mão para limpar uma linha de sangue em sua têmpora.

Ele foi jogado em uma cela, sua mente, que corria por linhas retas e direitas, não conseguia entender o
que estava acontecendo.

- Levem-me para ver meu irmão - exigiu ele. Os soldados riram, e um deles o chutou no estômago.

- Foi seu irmão que deu a ordem - escarneceu um deles.

- Você está mentindo, Kastor não é um traidor.

Mas a porta da cela bateu com força, e a dúvida surgiu em sua cabeça pela primeira vez.

Ele tinha sido ingênuo, começou a escutar uma voz baixinha, ele não havia observado, não havia visto; ou talvez tivesse se recusado a ver , não dando crédito aos rumores sombrios que pareciam desrespeitar a honra com que um filho devia tratar os últimos dias de um pai doente e moribundo.

Pela manhã, eles vieram busca-lo, e entendo agora tudo o que tinha ocorrido, e desejando enfrentar seu captor com coragem e orgulho amargo, ele permitiu que seus braços fossem amarrados às costas, submeteu-se aos maus-tratos e seguiu adiante quando foi impulsionado por um empurrão forte entre os ombros.

Quando percebeu a onde estava sendo levado, ele começou a lutar outra vez, violentamente.


* * *

O salão era simplesmente entalhado em mármore branco. O chão também de mármore, tinha um leve declive e terminava em uma discreta canaleta recortada. Do teto pendia um par de grilhões aos quais Damen, resistindo com força, foi acorrentado contra sua vontade, com os braços erguidos acima da cabeça.

Livro: Príncipe cativo 1 ( O Escravo )Onde histórias criam vida. Descubra agora