- Meritíssimo! Protesto! Encontramos sérios agravantes, a ré não está cumprindo com a regulamentação de segurança ambiental vigente. – Diz Marcos com voz firme e ponderada enquanto se levanta em sinal de indignação.
Desculpe, você deve estar sem entender muita coisa, mas só para você entender, em Florência do Éden o processo de licenciamento ambiental e fiscalização de obras públicas funcionam de forma diferente. Existem empresas licenciadas que emitem um relatório fiscal garantindo que as atividades da empresa solicitante não põem em risco o ambiente, após esse relatório ser emitido a empresa pode dar continuidade no processo de licenciamento. Essas empresas também monitoram estabelecimentos, indústrias e obras já instaladas garantindo que não saiam dos trilhos, e quando isso acontece são levadas aos denominados Tribunais Verdes, onde estamos agora:
- Como pode ver na página treze, os tanques de armazenamento de material tóxico, nocivo ao solo, não estão certificados, e são de origem duvidosa... – Marcos dispara informações sendo interrompido pelo juiz que ergue a mão.
- Senhor Marcos peço que se sente! – Diz o juiz de forma firme, suspira, repagina mais uma vez os documentos a sua frente, um silêncio incomodo se instala na sala.
Marcos olha por cima dos ombros para o portão de entrada e pensa: "Onde está você filho?", aguardava por Franklin, volta o rosto para frente, mas esbarra o olhar na advogada da ré, uma mulher de rosto sisudo e intimidador, somado a magreza e as rugas nos cantos dos olhos, diria ser até assustador.
O juiz retira os óculos pondo sobre a mesa, passa a mão sobre o rosto, entrelaça os dedos e diz - Senhor Marcos! Sabe que as provas que me apresenta nesse relatório são insuficientes para conclusão do processo. – A advogada esbouça um sorriso e suas rugas se destacam ainda mais – Terei que arquivar esse caso ou remarcar esta...
- Não está tudo ai meritíssimo! – Marcos interrompe enfaticamente, a figura horripilante ao seu lado arregala os olhos, – Estou esperando mais um...
Ele mau termina de falar e Franklin abre as portas da sala atraindo o olhar de todos, inclusive de um guarda que estava no canto da sala.
Estava ofegante, carregava uma maleta, vai direto a seu pai, se senta a seu lado.
- Protesto meritíssimo! – Diz a advogada levantando uma das sobrancelhas – Como este homem pode invadir esta sala desta maneira! - Seus dedos magros e longos se movem em uma espécie de dança enquanto gesticula, estava inconformada, ou melhor, desesperada, afinal "- Que diabos esse magrelo traz nesta maleta?!", pensa.
- Esse é o meu... – Marcos vira o olhar para Franklin com um sorriso - ... Meu ajudante!
- Consegui! – Sussurra ele com um sorriso secando o suor sobre seu rosto.
- Desculpe Marcos, mas tenho que concordar, peça o rapaz que se retire!
Marcos assente com a cabeça, Franklin deixa a pasta aos pés de Marcos e sai.
- Como dizia anteriormente, o relatório está incompleto, - Marcos pega a maleta e a leva até o juiz.
- Protesto meritíssimo! Isso não consta nas evidências! Isso não nos foi sequer apresentado! – A advogada se levanta e indignada bate na mesa.
- Senhora! Se não quiser sair dessa audiência, peço que acalme seus ânimos! – O juiz dirige um olhar sério para a advogada, ela nada responde, mas a indignação estava estampada em seu rosto enrugado. – Protesto negado! Traga! Me deixe ver isso!
Marcos põe a maleta sobre a mesa do juiz.
-Meritíssimo nesta maleta consta fotos que comprovam a ineficiência dos tanques, os documentos de compra apontam para uma empresa que nem sequer existe! Está tudo ai!
O rosto da advogada se contorce.
- Protesto meritíssimo! Como posso saber se não são falsificações! Mais uma vez alego que não tive acesso a esse material!
O juiz nada responde, tira um gravador da maleta e aperta o play.
"-Posso tirar esse processo das suas costas, mas tudo tem um preço... Muito caro?! Devia ter pensado nisso antes de comprar tanques de tão baixa qualidade!"
Era a voz dela.
O juiz volta a fita, o rosto da advogada se torna pálido, seus lábios tremiam, faz o melhor que pode para disfarçar, mas é inútil, a culpa estava estampada em seu rosto.
Marcos se senta confortavelmente enquanto abotoava tranquilamente a camisa, "- Esse é meu garoto!", pensa. O juiz da play novamente, estava incrédulo.
- É a sua voz senhora Luli? – Luli emudece. – Guarda! Por favor acompanhe a senhorita Luli.
- Eu... Eu posso... – Luli balbucia falar, mas as palavras lhe fogem, o guarda a pega pelo braço, ela xinga e pragueja Marcos, perdia toda a compostura enquanto era acompanhada até a saída.
Após sair da sala, Franklin observava Luli ser acompanhada, estava irada, inconformada, lhe dirige alguns xingamentos.
Entende que seu pai, com sua ajuda, havia conseguido mais uma vez, olha para o interior da sala e no breve momento em que as portas ainda não haviam se fechado, pode ver Marcos, "Ele conseguiu de novo!", pensa. Como em muitos momentos havia visto aquilo se repetir, Marcos tinha seu respeito e admiração, era um modelo. Com ele parecia que, não importava o quanto complicado um caso fosse, ele sempre ia conseguir solucionar.
A sessão acaba, a Aure foi embargada, só tornaria a funcionar após pagamento de multas e quando contasse com tanques de qualidade comprovada.
- Como sabia que ela se entregaria assim tão fácil? – Franklin dispara perguntas enquanto saíam do Tribunal.
- Calma rapaz! – Marcos sorri – Tem pessoas, como Luli, que são tão ambiciosas que deixam pontas soltas.
- E como você sabe encontrar essas pontas soltas com tanta facilidade?
- Experiência Franklin! Experiência!
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FRANKENSTEIN
Ciencia FicciónFrankenstein, conta a história de um jovem muito bem sucedido, mas que, como todos tem tem uma visão auto crítica de si mesmo, mas... e se você fosse HERDEIRO do PODER de mudar a si mesmo? E qual seria o preço? Franklin, Sara e Jhonny vão te mostrar...