CAPÍTULO 14 - O DEFUNTO NO MILHARAL

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Depois de vinte minutos na estada, Michael sai da rodovia e acessa uma estrada de barro que corta um milharal localizado a vinte e cinco quilômetros de Florência. Após andar uns quinhentos metros avista a viatura do sargento Lúcio, ele tinha recebido um telefonema do sargento, havia um caso que ele queria passar para Michael. Ao chegar é recebido pelo sargento que o cumprimenta e diz:

-Recebemos uma ligação de funcionários desta propriedade esta manhã, eles encontraram um corpo hoje cedo caído aqui no milharal enquanto faziam a colheita com as máquinas, pegamos os depoimentos e eles disseram que não viram, nem escutaram nada, ele já está aqui há um bom tempo, a coisa já está bem feia detetive. – O sargento aponta em direção a uma entrada no milharal.

-É uma propriedade muito grande, nesse período de colheitas até eu me perderia aqui dentro! – Diz Michael com tom descontraído enquanto se encaminham ao local do corpo que já havia sido limpo, ao chegar e se aproximar do corpo o cheiro forte de carne podre começa a incomodar.

– Nossa! Que mau cheiro! -Diz Michael fazendo sinal com a mão.

-Tá parecendo o almoço do policial Jones! – Brinca o sargento Lúcio sorrindo, Jones balança a cabeça como sinal de aborrecimento e sai, o sargento prossegue. -Há! Antes que eu me esqueça, o defunto carregava uma maleta cheia do "binbá", muita grana mesmo! Tava abraçado com ela.

O milharal já havia sido interditado e uma equipe de profissionais estavam no local, incluso a polícia técnica.

-Sim? Mas porque me chamou aqui?! - Não tinha outro para cobrir esse caso?

Os dois abaixam-se passando pelas fitas de contenção acessando o local onde estava o corpo.

O sargento vira-se para o detetive e diz:

-Te chamei aqui pois esse cara tem as descrições do motorista do carro que atropelou o empresário Marcos Garcia, ele tem a mesma estatura, cor de pele, e o mais característico uma tatuagem da estrela de Davi.

Após por as luvas o sargento se abaixa próximo ao corpo com um gemido de alguém preguiçoso enquanto cobria o rosto e mostra a tatuagem no pescoço do suspeito que se encontrava caído de buços no chão.

- Aqui pode ver! – Michael põe as luvas e se abaixa em seguida, com uma das mãos cobria o rosto, realmente o cheiro era desagradável.

-Bem provável ser o nosso cara! Fez muito bem em me chamar! Onde está a maleta?

Lúcio se levanta com suspiro, como qualquer homem acima do peso faria, suspende as calças e diz:

-Já está com a polícia técnica! – Afirma ele – Você sabe, digitais... DNA... Eles coletam essas coisas. -Continua Lúcio, falando num tom de alguém entregue a monotonia do trabalho.

-Ok -Concorda Michael - Mas quais informações a mais vocês tem? Algum vestígio de luta corporal, respingos de sangue, algum objeto estranho? - Diz Michael enquanto prossegue sua análise do corpo, procurando sinais de luta ou tiros e apalpando os bolsos.

- Além do ferimento na testa... Nada detetive, também está complicado de encontrar algo nesse lugar, esse corpo já está aqui há um bom tempo, isolamos a área e não encontramos nada, apenas o cara com a maleta...

Nesse momento uma agente da polícia técnica interfere.

- Com licença, acho que vão querer ver isso. – Diz ela com tom de urgência, os dois a seguem mato a dentro em direção a estrada.

-Que diabos estamos procurando Collins?! -Diz o sargento incomodado, mas ela se mantém calada e prossegue.

Já se podia escutar os carros na estrada, Collins então para e diz:

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