CAPÍTULO 12 - SARA E A CONFUSÃO EM STONE HALL

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- Meu Deus preciso comer alguma coisa, meu estomago não aguenta mais! - Pensa, apoiando sua mão sobre a região do estomago, mas sua feição triste logo muda, sua testa se desfrisa e um esboço de sorriso se faz em seu rosto, ao ver um bar à frente não muito distante, na placa do estabelecimento estava escrito "Stone Hall - bar e lanchonete", um estabelecimento estilo anos 90, cheio de luzes neon, todo feito em madeira e com um aspecto decadente, na realidade todo o bairro tinha esse aspecto, pois, para infelicidade de Sara aquele era um dos lugares mais perigosos e pobres de Florência do Éden.

- Até que enfim um lugar nesse fim de mundo que serve algo para comer - Ela murmura - Meu Deus! Acho que sou louca mesmo, o que eu estou fazendo aqui?! Pelo menos o sanatório tinha comida grátis!

Logo chega no lugar, na frente da loja muitas motos paradas e carros, dentre eles dois se sobressaem, pois eram caros e muito bonitos para o local, mas Sara nem os percebe, sua fome e o volume da música chamam mais sua atenção.

Ao entrar já percebe olhares para ela, aquele lugar era movimentado, cheio de luzes, e muita conversa alta que competiam com o som e muita bebida, não era o lugar que um pai de família levaria seus filhos para tomar um milk-shake.

Sara vai entrando, não demora muito para perceber que havia uma mesa com homens altos e fortes, dando proteção a uma figura singular, totalmente diferente das pessoas daquele lugar, era fino, elegante, usava um belo terno com belas mulheres sentadas ao seu lado apoiadas em seus ombros, sua mesa tinha cigarros e muitas bebidas caras, estavam próximos ao balcão.

Muito nervosa, sente seu coração bater mais forte, sem olhar para os lados vai em direção ao balcão, não queria ser notada por ninguém, coloca o capuz sobre a cabeça e as mãos nos bolsos rapidamente, chega ao balcão, a balconista muito jovem e magra, que, falando sério, tinha uma cara de antipática, morena dos cabelos crespos amarrado, usava um avental todo manchado, mascava chiclete encostada no expositor das bebidas mexendo em seu telefone muito entretida.

-Oi! Você pode me atender? - Diz Sara nervosa, tirando as mãos dos bolsos e as colocando no balcão, mexia os dedos sem parar, fica lá olhando atentamente para o rosto da balconista que parece não ter ouvido uma palavra do que ela tinha dito, continuava entretida na conversa no telefone até esboçava um sorriso enquanto teclava.

-Uhum! -Sara chama a atenção indiscretamente - Com licença! Você pode me atender?!

A balconista então levanta os olhos bem lentamente olhando pra Sara com um olhar de desprezo enquanto fazia uma bolha com o chiclete, diz:

- O que você quer? – Ela se aproxima do balcão.

-Por favor... Você poderia me conseguir um hambúrguer, e um copo de suco.

-É lanche?! Você tem que comprar a ficha no balcão! – Ela aponta com desânimo.

-Mas eu não tenho dinheiro, você consegue isso pra mim? Por favor! Eu estou com muita fome!

-Olha aqui menina! Você acha que eu tenho cara de freira! Se não tem dinhe...

As palavras da balconista emudecem na mente de Sara, não estava mais ali, sua mente voa, permanecia olhando bem ao fundo dos olhos da balconista, se concentrava, procurava por aquele extinto dentro de si mesma, ela não sabia o que era, mas precisava daquilo, ou passaria fome mais uma vez - "Isso!" – Pensa ela quando sente uma fagulha daquela sensação dentro de si, era estranho e dificultoso fazê-la crescer, como alguém que tenta por um carro velho para funcionar no tranco, quanto mais se esforçava, mais se sentia outra pessoa, mais forte, mais ávida, capaz. Suas pupilas dilatam ao máximo, tanto que seus olhos se tornam negros, aos poucos a balconista se cala, como se estivesse entrando em transe emudecia aguardando sua ordem:

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