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YUNA NARRANDO


De volta ao apartamento cinza e extremamente organizado em que estive antes, mas agora é de forma quase definitiva. Hueningkai me ajuda com as malas mas não nos falamos desde que saímos de minha casa até aqui. Não sei como será meus dias daqui para frente, nunca mais havia morado com alguém desde os meus 17 anos. Quando minha mãe me largou quando acusei seu antigo marido a me assediar, ela não aceita nada que possa prejudicar a sua fortuna. 

E também, eu irei morar com alguém que odeio e que claramente me odeia também. Claro que tenho medo, somos completos desconhecidos, ele é extremamente cínico e é homem. Acho que é argumento o bastante para que eu fique em alerta. 

- Seu quarto fica ao lado do meu, é o único que tenho aqui. - ele finalmente fala. 

Ele abre a porta para mim onde dou de cara com um quarto de hospedes comum mas bem confortável. Não tinha nada demais. 

- Certo... 

- Há algumas regras, está tudo anotado em um papel em cima de sua cama, depois de se estabilizar você dá uma olhada nas regras. 

- Regras? - arqueio uma sobrancelha para ele que me olha de forma óbvia. 

- Não ache que eu colocaria você em minha casa sem ao menos conhecer seus hábitos e deixar você livremente, siga as regras e não questione. 

Assim ele sai. 

Não acredito nisso, eu o odeio, insuportável! 

Antes de guardar minhas coisas pego o papel em cima da cama e dou uma olhada e a cada vez mais que eu lia mais eu ficava chocada. Ele é maluco. 

1. De forma alguma entre em meu quarto, e assim eu não entrarei no seu, respeite o espaço pessoal. 

Como se eu quisesse invadir seu espaço, idiota! 

2. A geladeira será separada, um lado seu e outro meu, nenhum pode tocar nas coisas um do outro. 

Nossa, eu super adoraria tomar seus chás verde. Babaca. 

3. Mantenha uma distância de 3 metros de mim. 

Eu não vou comentar sobre essa de tão absurda!

4. Não use perfumes fortes. 

Obrigada pela ideia. 

5. Não fique na TV até depois das 22:00pm, eu durmo cedo. 

6. Nada de rir alto, gritar ou correr pela casa. 

Por um acaso você acha que eu sou uma criança.

7. Não quero ver pertences femininos espalhados pela casa, principalmente roupa intima. 

8. Não traga homens para ter relações aqui, não é um motel. 

QUEM VOCÊ PENSA QUE EU SOU? 

9. Sujou? limpe. Mantenha a casa organizada. 

Quer saber? È melhor eu parar de ler esses absurdos. Idiota! Acho que não conseguirei sobreviver até esses 5 meses acabarem, até lá estarei com uma camisa de força em um hospital psiquiátrico. 

Me jogo na cama tentando não gritar de raiva. Tudo bem Yuna, você conseguirá passar dessa, você já passou por muita coisa, você consegue. 

Me levanto e começo a arrumar tudo, colocar as minhas coisas em seus devidos lugares e deixar o quarto mais a minha cara, tudo está tão cinza, tão sem graça. Precisamos de tons de amarelo, deixar as coisas mais animadas. 


HUENINGKAI NARRANDO 


"Como está as coisas? Ela já está ai?" 

Keeho pergunta curioso assim que eu atendo o celular. 

"Está. Até agora ela não me matou ou jogou uma maldição em mim, acho que vai ser tranquilo"

"Se ela não for que nem o amigo, então será tranquilo" 

" Você fala tanto dele, estou começando a achar que você sente algo por ele..."

O provoco e só escuto sua risada debochada. 

"Não viaja"

" O que é? Ele é muito bonito e está na cara que é gay, tem personalidade forte e acredito que você acha ele atraente" 

"Ele é atraente, mas aquela língua dele... ainda vai condená-lo" 

"Sim, senhor advogado, ai seria o momento perfeito em que você chegaria e salvaria o seu príncipe em perigo" 

"É melhor você se concentrar em seu contrato e parar de encher  meu saco, senhor jogador" 

Assim ele desliga. 

Ele claramente gosta dele. 

Encaro a mesa a minha frente e meus pensamentos vão até ela. Como será daqui para frente? Morar com alguém desconhecido, nem mesmo com Wonyoung eu morei... Quanto mais longe eu ficar dela, melhor. 

Between a paper and the heart [ PAUSA TEMPORÁRIA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora