Between a paper and the heart [ PAUSA TEMPORÁRIA ]

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YUNA NARRANDO 

Acordo com um pouco de dor de cabeça mas deixo passar, ultimamente estou tendo dores de cabeça constantes, talvez não seja nada demais. Me levanto e vou ao banheiro estranhando tudo e ao me olhar no espelho me lembro de tudo, não estou em minha casa. Aqui não é minha casa. 

Me arrumo para ir ao trabalho e ao sair do quarto olho toda a casa com cuidado para não dar de cara de com ele, não quero ver seu rosto tão cedo. E por sorte, estava vazia. Vou tranquila até a geladeira e percebo que ainda não comprei nada em que eu possa colocar no meu lado da geladeira. Deixa, eu como algo no trabalho. 

Pego minha bolsa e me preparo para sair mas ao abrir a porta um fleche de uma câmera invade meus olhos e eu salto para trás com dor nos olhos e acabo gritando. 

- O que foi? - Hueningkai aparece atrás de mim. 

- Meus olhos... - os aperto com força. 

- O que aconteceu? - ele levanta minha cabeça. 

- Tem paparazzis atrás da porta. 

- Canalhas. - ele abre a porta mas não havia nada, só um cartão de visita caído no chão. - Nem ao menos privacidade em sua própria casa se pode ter hoje em dia, não somos animais em exposição!

- Tudo bem, eles já foram, é melhor eu ir. 

- Não quer que... eles estão lá em baixo. 

- Não temos nada a esconder, não é mesmo? - questiono e ele baixa a cabeça. 

Respiro fundo e saio de sua casa. Ando com cuidado para não me dar de cara com eles. Ao chegar no estacionamento avisto o carro de Theo me esperando e corro até ele, avisto alguns paparazzis virem em minha direção então corro muito mais rápido. Alcanço o carro de Theo a tempo e adentro rapidamente e assim ele sai com pressa. 

- Mas que inferno! - solto a respiração em que prendia. 

- Mana, sua vida vai ser mais complicada do que eu imaginei - ele assobia impressionado. 

- Nem me fale, se antes eu reclamava da minha vida, eu peço perdão. 

Chegamos sem nenhuma interrupção e por sorte não havia nenhuma câmera me esperando do lado de fora do meu trabalho. Ao entrar vejo todos os olhares em mim, algo em que terei que me acostumar, nunca mais serei invisível, nunca mais poderei ser a antiga Shin Yuna, somente uma jornalista. 

- Yuna? - Keonhee me tira de minha concentração. 

- Sim? - o chefe está te chamando, ele parecia estar com uma cara boa. 

- Cara boa? Isso sim é incomum, obrigada. - ele sorri e sai. 

Me sinto até mais leve ao saber disso, não poderia ser algo ruim. Me levanto e vou até a sua sala, e com três batidas na porta eu entro. 

- Minha querida Yuna! - me assusto com a recepção animada de meu chefe, o que aconteceu para ele está tão animado assim? 

- Precisa de algo? 

- Sim, do seu trabalho excelente! Conhece a C.I Innovations? 

- Aquela empresa gigante de tecnologia? É claro que eu conheço, como não conhecer algo tão grande? 

- Pois bem, eles estão para lançar o seu maior e mais caro produto e eles precisam de uma matéria perfeita para isso e escolheram ninguém mais, ninguém menos que você, Shin Yuna, a melhor jornalista em que eu tenho. 

- O quê?! Sério? - pulo de alegria. - Finalmente terei uma matéria grande depois de tanto tempo. 

Não estava conseguindo me conter de tanta alegria. 

- M-Mas por que eu? 

- Ora, você está sendo bem disputada - sorrio agradecida. - Quem não quer ser entrevistado pela namorada de Hueningkai? A fama dele é a chave para o seu sucesso. 

- O quê? - o brilho some da minha cara em questão de segundos. - Está me dizendo que eles só me querem pela fama do Hueningkai? 

- Sim... 

- Me desculpe, mas não posso aceitar. 

- O que? Está maluca? Sabe quantos jornalistas querem essa oportunidade? 

- Eu quero conseguir pelos meus méritos, não por conta dele, quero ser reconhecida por ser boa, não por um homem em que tenho um contrato conjugal. Se me der licença,  vou voltar ao meu trabalho.

Me sento em minha cadeira tentando respirar fundo, não acredito que isso está acontecendo, eu tinha ficado tão animada. 

- O que o chefe queria? - Theo se aproxima. 

- Não quero falar disso agora, estou morrendo de dor de cabeça.

- Vou comprar seu milkshake preferido, me espere aqui. - assim ele sai. 

THEO NARRANDO 

Se Yuna já era estressada antes, agora é que ela será mesmo, e com razão, eles estão acabando com ela. Infelizmente a única coisa que posso fazer é jogar um balde de água em sua cabeça assim que ela explodir. 

Faço meu pedido e espero em uma mesa vazia. 

Mas minha paz sempre dura pouco pois escuto uma voz muito bem conhecida. Encaro o balcão e me dou de cara com aquele advogado idiota. Estou repleto de má sorte. Ele olha em minha direção e eu escondo meu rosto. Tantas cafeterias por Seul e ele veio logo a que eu venho! 

Me levanto para ir embora mas mãos fortes agarram minha cintura me fazendo sentar de volta, e aquela maldita voz sussurra em meu ouvido. 

- Acha que eu não vi você? - meu corpo treme indevidamente. 

- Eu não quero ver você, então se me der licença. - me levanto de novo mas ele me faz sentar novamente. 

- Sua mãe não o ensinou educação? 

- Ah sim, muita inclusive, mas você não merece nem um pouco dela. È melhor você sair de trás de mim, as pessoas estão achando que estamos fazendo coisas indevidas ao ar livre. 

Ele sai e senta a minha frente. E não queria admitir mas ele está absurdamente bonito. 

- Como está Yuna? - ele tenta puxar assunto. 

- Bem mal, por sua causa, por quê? 

- Vocês são amigos a quanto tempo? 

- Por um acaso quer ferrar com a minha vida também? - me inclino em sua direção.

- Ainda não. - arqueio uma sobrancelha e ele sorri anasalado. 

- Acho melhor você não brincar comigo, senhor advogado. 

- Digamos que eu gosto de brincar com fogo. - ele retira um papel do bolso e o direciona em minha direção. 

O pego e vejo e vejo que se tratava de um número de telefone. Sorrio anasalado e me levanto, me aproximo dele e rasgo o papel, e os restos que estavam em minhas mãos eu jogo nele. 

- Não é assim que as coisas funcionam, senhor advogado - me aproximo dele. - as coisas funcionam do meu jeito. Vai atrás de outro idiota para enganar.