Capítulo 7

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- Eu ainda não acredito que a Bia está morta! - disse Isabelae entre soluços.

As amigas estavam todas na sala. Cada uma com uma expressão de medo no rosto. Isabela não parava de chorar. Backy se mantinha calada durante o tempo todo, apenas concordando com as outras. Cami estava sentada numa cadeira sem falar nada, apenas observando com uma cara de ansiedade horrível. Tay era que mais estava calma - por fora estava calma, mas por dentro o medo e a angústia comiam suas carnes. Wendy estava ao pé da porta, quando disse:
- Precisamos pegar o carro e ir embora.
- Mas não podemos sair - disse Tay. - Não sabemos que fez aquilo com a Bia.
- Mas também não podemos ficar aqui para descobrir quem fez aquilo - sibilou Wendy.
O corpo inerte de Bia permaneceu na cozinha. Elas não tiveram coragem o suficiente para poder pegar o corpo e levar junto. Bia ficaria para trás.
- OK - Tay disse. - Vamos todas correr para dentro do carro e ir embora.
- Quem concorda com o plano da Tay, levante o braço - disse Wendy, ao mesmo tempo que levantou seu braço no ar.
Nenhuma das outras se mexeu.
- Ok - continuou Wendy. - Todas estão de acordo.
- Temos de ser rápidas. Ágeis como uma cobra caçando sua comida e muito silenciosas - disse Tay.
- Na hora que eu abrir a porta, a gente corre para dentro do carro - disse Wendy.
- Espera! - disse Tay subitamente.
- O quê foi? - perguntou Wendy.
- Esqueci onde coloquei as chaves do carro - disse Tay.
- Mais essa agora - disse Wendy.
- Está na sua mochila, Tay - lembrou Backy.
- Exatamente - concordou Tay. - Coloquei na mochila, junto com meu celular.
- Celular! - disse Isabela de repente. - Podemos ligar pra polícia.
- Como não tínhamos pensado nisso antes - disse Wendy. - Onde estão os celulares de vocês?
- Eu coloquei na minha mochila junto com as chaves do carro - avisou Tay.
- Eu também coloquei na minha mochila - disse Wendy.
- Eu também - disse Backy.
- Me too - disse Cami em inglês.
- E onde estão as mochilas? - perguntou Wendy.
- Lá em cima, num dos quartos, em cima da cama. Todas as coisas estão lá - disse Tay.
- Quem teve essa ideia ridícula de colocar os celulares nas mochilas? - disse Wendy irritada.
- Bia - disse Isabela, novamente com cara de choro.
- O que tem a Bia, Isa? - disse Tay.
- Foi a Bia quem teve a ideia. - Isabela caiu no choro depois que disse o nome da amiga. Lembrar da amiga morta deixava seu coração em pedaços. A dor da perda junto com o medo de morrer fazia seu psicológico transbordar em lágrimas.
- Não importa agora quem teve a ideia, o que importa é que temos de subir para pegar as chaves do carro e os celulares - disse Wendy.
- Sim - disse Tay.

Antes de todas se reunirem para ir lá em cima, portas começaram a bater. O barulho das portas batendo ecoaram por toda casa. Barulhos estranhos começaram a aparecer. Gritos ressonantes de pessoas sofrendo. Aquilo estava estranho para todas elas, que já estavam morrendo de medo.

- Quem está fazendo isso? - perguntou Backy, enquanto subiam as escadas.
- Eu não sei - disse Tay.
- Mas você deve saber já que seus pais são os donos da casa - proferiu Wendy.
- Faz muito tempo desde a última vez que eles vieram aqui - disse Tay.
- E quem cuida da casa? - perguntou Backy.
Os barulhos cessaram. Um silêncio predominou o lugar. Um vento frio soprava por baixo dos pés das amigas.
- Mamãe manda pessoas em 15 e 15 dias para arrumar a casa - disse Tay.
- Estou com medo - disse Isabela.

* * *

Uma vez chegado no andar de cima, Tay foi a primeira a entrar no quarto onde as mochilas estavam.
- Peguem todas as mochilas - disse Wendy.
Cada uma pegou sua mochila.
- Esperem - disse Wendy. - Vou ligar pra polícia.
Wendy abriu a mochila, mas o seu celular não estava lá. Tirou todas as coisa de dentro, mas não encontrou seu aparelho.
- Meu celular não está aqui - ela disse, olhando as amigas com uma expressão de terror.
- O meu também não está aqui - disse Tay, vasculhando sua mochila. - As chaves do carro estão aqui, mas o celular não.
- O meu também não está - disse Backy.
- Nem o meu - disse Cami.
- E agora? - disse Isabela. - Vamos morrer! Vamos todas morrer. Tem alguma coisa nesta casa que vai nos matar. Eu vou morrer!
Isabela novamente caiu num choro frenético. Seus soluços eram altos. As lágrimas densas que saía de seus olhos molhavam suas bochechas rosadas.
- E cadê o teu celular, Isa? - perguntou Cami.
- Eu deixei cair da janela enquanto ainda estávamos no carro. Caiu no meio da estrada.
- OK. - disse Tay. - Vamos para o carro. Agora! Não se preocupem. Nós não vamos morrer.

* * *

Quando todas já estavam perto da porta da frente, prontas para fugir, Cami disse:
- Gente, será que a Helena está morta?
- Você ainda tem dúvida? - disse Backy. - Olhe pra Bia e depois pergunte se ela está viva ou não.

Ninguém falou mais nada. Wendy abriu a porta rapidamente, e todas correram juntas para perto carro. Tay abriu a porta do automóvel e num passo só entrou, sentando atrás do volante.
Todas entraram para dentro do carro, menos Backy, que ficou menos de três passos do carro olhando para baixo. Sua expressão era ainda mais horrível. Sua boca estava contraída de uma raiva e medo ao mesmo tempo.
- O que foi, Rebeca? - perguntou Wendy, ainda segurando a porta do carro.
- Nós não vamos sair daqui vivas - disse Backy.
- Como assim? - disse Wendy.
- Os pneus. - Backy disse. - Os pneus estão furados.
Wendy saiu do carro, caminhando devagar e baixando a cabeça lentamente, olhando para os pneus secos. Neste instante elas duas ouviram um barulho vindo de dentro da floresta. Ambas ficaram imóveis, olhando fixamente para um ponto negro que emergiu das sombras.
- O que foi? - perguntou Tay com a cabeça para fora do carro.
- Precisamos ir embora agora! - disse Wendy.

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