Capítulo 14

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- Então, Lena, o que faremos agora?

Cami sentou-se bem ao lado de Helena. Olhou a amiga fixamente. Sua expressão de horror era inexplicável. Seu amor por suas amigas venceu qualquer obstáculo, fazendo-a ficar para enfrentar o perigo ao lado de Helena.

- Eu não sei, amiga - disse Helena com a voz um pouco baixa. - O que vamos fazer agora é ir procurar por nossa amiga Backy.

- Sim. - Cami olhou para seus pés e depois para o teto. - Vamos ter fé para que ela ainda esteja viva. Mas por onde começamos?

- Pelo começo - disse Helena. - Nicole, nos mostre onde é a passagem.

- Vocês estão dispostas a ir mesmo? - perguntou Isabella encolhida em seu canto no sofá.

- Claro! - disse Helena com veemência. - Você poderia vir com a gente!

- Nem sonhando - retorquiu Isabella.

- Eu posso mostrar a entrada, mas não vou voltar para aquele lugar - disse Nicole.

- Tudo bem - assentiu Helena.

- Pois vamos? - falou Cami olhando Helena com um pouco de espectativa em seus olhos. Um brilho invisível de confiança e determinação.

X X X

- É aqui - disse Nicole.

Helena, Camila e Nicole se encontravam no último dos quartos. Estavam agachadas ao lado de uma pequena porta de 1 metro de altura e largura. A porta dava para uma escuridão tenebrosa.

- Isso aqui não é direto; é uma escada que dá até numa espécie de corredor no subsolo - informou Nicole. - Desçam com cuidado, pois a escada parece velha.

Helena olhou para Cami e depois assentiu com a cabeça. Era visível que em seus olhos um medo crescia lentamente. Ela queria fazer aquilo, mas ao mesmo tempo sabia que era uma má ideia. Estava correndo perigo de ser morta e colocando a outra amiga em perigo. Neste exato momento, borboletas voaram por seu estômago: ela não podia colocar Cami em perigo. Já não era o suficiente Bia e, talvez, Becky ter morrido? Helena olhou uma última vez para Cami e disse:

- Você fica, Camila - disse com a voz firme.

- O quê?! Não! Claro que não. Vou com você.

- Mas se você ir, estará correndo perigo - disse Helena.

- Não importa - disse Cami. - Se eu morrer, o que é provável, ao menos morrerei heroína, pois estarei tentando salvar uma amiga. Nada melhor do que morrer sendo heróica.

Helena sorriu lentamente. Tentou não deixar uma lágrima descer. Se sentiu orgulhosa por ter amigas tão perfeitas e corajosas.

- Então vamos! - disse Helena, por fim. - Que Deus nos ajude!

X X X

Quando Helena e Cami sumiram na escuridão da pequena passagem, Nicole ficou parada olhando um vácuo inexistente. Seus olhos estavam opacos, mas, então, ela acordou de seu transe repentino. Levantou-se devagar e caminhou até a porta.

- Espero que morram! - disse ela, fechando a porta atrás de si.

(°°°)

Nicole caminhou até a escada, mas parou subitamente. Ouvira um barulho baixo no primeiro quarto. Ela estava apenas a uns 7 passos da porta. Seu medo se fez presente, mas a curiosidade era maior. Caminhou até a porta e pousou a mão na maçaneta lentamente. Deu um último suspiro e abriu.

O quarto era como os outros. Uma cama grande no centro. Um guarda-roupa grande de madeira encostado na parede. O quarto estava vazio. Mas será que estava mesmo vazio?

Nicole caminhou até a cama. Apesar de tudo aquilo acontecer tão rapidamente, seu corpo estava exausto. Sua mente turbulenta já não pensava corretamente. Só conseguia se movimentar por causa da pouca adrenalina que aparecia do nada. Deitou-se.

A casa estava silenciosa. Isabella lá embaixo não fazia nenhum movimento, não algum que se pudesse ouvir no andar de cima.

Nicole sentiu-se cair num vácuo imenso. Seu corpo pesou do nada. Não conseguiu se mexer. Suas pálpebras pesadas não abriam, por mais que ela quisesse. Nicole estava quase dormindo, quando, então, ouviu um barulho debaixo da cama. Seu coração bateu tão rápido, que a pressão de seu pulso subiu subitamente. Seu corpo todo ficou duro. Seus olhos abriram e permaneceram arregalados. Sua respiração ofegante fazia seu pulmão subir e descer.

Nicole sentou-se na cama. Seu corpo todo ficou na cama. Seu medo não a deixou descer. Algo ou alguém estava debaixo da cama.

Novamente um toque no chão de madeira. Um barulho baixo, mas audível para quem tivesse dentro do quarto. Novamente a curiosidade foi maior: Nicole se inclinou com as mãos pousada sob a beirada do colchão. Inclinou mais o corpo para baixo. Um calafrio percorreu todo o seu corpo. Ela tinha de ver o que era. Ela tinha de matar sua curiosidade. Inclinou a cabeça mais para baixo e quando ficou na posição certa, abaixou a cabeça para ver debaixo da cama.

Para seu espanto, não tinha nada, apenas uma faca enferrujada. Ela esticou o braço e pegou a faca. Continuou na mesma posição segurando a faca, quando ouviu uma voz acima de sua cabeça.

- Essa faca é minha.

Nem Nicole, nem ninguém soube o que se passou nela naquele momento. Nicole apenas ergueu a cabeça para ver o que tinha ao pé da cama e quem tinha falado.

Um homem alto, vestido de preto e um chapel na cabeça estava perto da cama. Ele segurava um grande machado no alto, mirando diretamente para a pessoa que se encontrava deitada sob o colchão.

Naquele momento, Nicole deu apenas um grito bem alto, ao mesmo tempo que o homem lançou o machado direto no pescoço da mesma. E um silêncio predominou novamente.

Um denso sangue vermelho espalhou-se pelo quarto e correu até ao pé da cama. O homem agachou-se ali mesmo e pegou, pelos cabelos, uma cabeça com uma expressão de horror e com a boca aberta.

Pingos de sangue caíam sob o chão de madeira quando o homem saiu do quarto, levando consigo a cabeça e deixando um corpo decapitado estirado sobre a cama.

Eu fiz uma coisa muito Boba com minha querida leitora Yasmim. Peço desculpa por mexer com seu psicológico. Estava brincando. Não quero e nunca vou parar esta história até terminá-la.

Dedico este capítulo a você Yasmim e a Nicole, que finalmente morreu.

Próximo capítulo será um bônus falando sobre como Nicole e Rafaela vieram parar nessa trama toda. Falando sobre a viagem dela e como Rafaela morreu. Aguardem! Sai daqui uns três meses.

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