Capítulo bônus - parte 2

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Segunda Parte - final

ᅳ Sua casa é muito longe? ᅳ perguntou Rafaela ao velho.

Eles estavam andando rumo a "casa" do velho. A caminhonete dava uns solavancos, balançava, rangia às vezes, mas, até agora, estava tudo normal para Rafaela e Nicole. O velho, de vez em quando, olhava de esgueira para Nicole, mas para elas, ele era apenas um velho tarado, então elas não deram a mínima.

ᅳ O que vocês andavam fazendo por essas bandas sozinhas? ᅳ perguntou o velho, sem tirar os olhos da estrada.

ᅳ Estávamos indo para já casa de umas... de meus pais ᅳ mentiu Rafaela.

Nicole olhou para a amiga com a boca contraída. Era mentira. Elas estavam indo para a casa de umas amigas na cidade vizinha. Rafaela guardava certo receio sobre o velho, mas era inevitável algo acontecer, já que elas se achavam com tanta sorte. Dizer aquilo só podia resultar em tragédia.

ᅳ Rafaela, eu não gosto desse homem ᅳ sussurrou Nicole ao ouvido da amiga.

ᅳ Eu também, não. Mas ele é a única opção no momento. Não podemos ficar no meio da estrada sozinhas.

ᅳ É. Você tem razão.

ᅳ Qual o nome de vocês? ᅳ perguntou o velho.

ᅳ Esta é Nicole, como já disse ᅳ Rafaela olhou para a amiga e prosseguiu. ᅳ Eu me chamo Rafaela.

ᅳ E qual é o seu nome? ᅳ perguntou Nicole.

ᅳ Eu tenho vários nomes, então é impossível comentar todos.

Nicole olhou o velho com desconfiança. Ela sabia que não era confiável aquela aparência de velho impotente, que mal consegue levar a colher à boca para comer. Ela o olhou por uma última vez e depois fixou seus olhos para a floresta pela janela da caminhonete.

ᅳ Eu tenho uma esposa ᅳ comentou o velho depois de um silêncio quase eterno.

ᅳ Qual o nome dele? ᅳ perguntou Rafaela.

ᅳ Hally ᅳ disse ele.

ᅳ Acho tão fofo pessoas que casam e depois de tantos anos ainda estão lá, fortes com o amor ᅳ disse Rafaela, mostrando um sorriso meigo. Um sorriso que iria sumir minutos depois.

X X X

ᅳ Chegamos ᅳ avisou o velho depois de um tempo longo e cansativo andando naquela caminhonete caindo aos pedaços.

O velho parou o carro em frente a um posto de gasolina. Rafaela desceu primeiro, depois Nicole.

ᅳ A minha casa é atrás do posto ᅳ disse o velho, descendo do carro. Sigam-me!

O velho caminhou até o lado do posto, seguindo pela viela até um casebre velho e horrível. Rafaela e Nicole o seguiram.

Atrás do casebre, uma floresta se perdia de vista, densa e escura.

ᅳ Nicole, que horas são? ᅳ perguntou Rafaela.

ᅳ 23h34.

A casa era pequena. Várias ferramentas estavam pendurados na parede do lado de fora. Serrotes, facões, machados, uma serra elétrica, entre outras coisas que Rafaela e Nicole nunca viram, até tal momento.

O velho chegou perto da parede e abriu uma espécie de porta feita de madeira.

ᅳ Entre ᅳ disse ele, abrindo espaço para que as duas passassem.

Elas não hesitaram, mas já começava a ficar estranho para Rafaela, que até o momento não tinha visto nada de ruim num velho fraco. Sua inocência era ridícula. Porém, Nicole, em tudo que olhava, via algo estranho. Sua desconfiança sempre foi maior que tudo.

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