O crepúsculo estava próximo. O sol não iria demorar para se pôr. A floresta já estava negra e sua penumbra só aumentava. O carro ia numa velocidade rápida. Uma música alta tocava pelo rádio do carro. Nicole e Rafaela eram duas amigas que estavam indo para sua zona de morte.
Bem-Vindas, Nicole e Rafaela. Sejam bem-vindas para morrer!
X X X
ᅳ Tira dessa música, Nicole ᅳ disse Rafaela, apertando o botão para passar de música. Uma leve e calma começou a tocar.
ᅳ Mas eu gosto dela ᅳ disse Nicole voltando a música para.
ᅳ Sua rapariga ᅳ preferiu Rafaela.
ᅳ Puta da meia noite.
ᅳ Obrigada!
Nicole olhou a amiga com desdém e sorriu. Rafaela pousou a cabeça lentamente no vidro da janela e adormeu. A noite chegara rápido. Além do horizonte, os últimos raios de sol sumiram vagarosamente.
O relógio de Nicole marcava 19h45 da noite. Rafaela continuava dormindo, quando, então, um estrondo ressonante vindo do pneu ecoou por todo carro. Rapidamente Nicole pisou nos freios, mas o carro continuou em movimento. Rafaela acordou com um espanto e prontamente pôs-se a gritar. O carro girou várias vezes, enquanto Nicole e Rafaela gritavam loucamente. Nicole continuou pisando no freio quando o carro, finalmente, parou várias metros adiante. Por pouco não capotava. Quando o carro parou, Nicole sofreu um impulso, que a fez bater com força no volante.
O carro ficou parado no meio da estrada. Rafaela bateu com a cabeça no teto do carro, ferindo a testa levemente. Sangue começou a escorrer de sua cabeça. Ela soltou um gemido baixo. Sua perna bateu com força na porta, mas nada tinha quebrado. Nicole estava com a cabeça apoiada no volante. Estava inconsciente. Sua testa também estava ferida, pois sangue caía de sua cabeça.
ᅳ Nicole? ᅳ chamou Rafaela baixinho. Ela colocou a mão no local do ferimento, onde o sangue jorrava sem parar. ᅳ Nicole, acorda.
Rafaela balançou a amiga com a outra mão lentamente, suas forças tinham fugido. Mas Nicole não dava sinal de estar acordada. Chamou mais uma vez a amiga, mas nada.
Rafaela abriu a porta e saiu do carro. O céu estava negro, sem estrelas e sem lua. A estrada estava iluminada apenas pelo farol do carro. Tudo estava escuro ao redor do automóvel. O silêncio era de arrepiar os cabelos. Não era tarde da noite, mas tudo estava escuro e silencioso como se fosse meia noite.
Rafaela caminhou até a frente do carro. Olhou para os pneus: ambos estavam furados e enrolados a eles um arame farpado. Ela soltou um gemido de horror. Quem tinha colocado aquilo na estrada? Ela caminhou até o outro lado, para poder vê atrás do automóvel. Os dois de trás estavam intactos. 'Graças a Deus', pensou Rafaela.
O sangue ainda jorrava de sua cabeça. Rafaela entrou no carro e tirou um lenço do porta-luvas. Passou o tecido preto no ferimento. Doeu um pouco, mas se a dor fosse o único problema naquele instante, seria até bom e fácil de resolver. O ruim era que só tinha um step para dois pneus furados. Ela tinha de pedir ajuda.
Rafaela, ainda no carro, pegou sua bolsa. Botou o lenço ensanguentado de lado e remexeu a bolsa a procura de algo. Ela tirou um celular. Clicou no botão para ligá-lo. Iria pedir ajuda, mas pra quem?
ᅳ Droga! ᅳ balbuciou Rafaela, ao olhar que não tinha sinal. O relógio do celular marcava 20h37. Estava ficando tarde e uma fome inesperada já começava a dá sinal. Elas só tinham uns chocolates e biscoitos. Então ela jogou de lado a bolsa e o celular, pegou o lenço e saiu do carro.
A noite estava fria, e a estrada continuava escura. As copas das árvores balançavam com o vento que fazia. Animais passavam correndo pela orla da floresta, arrastando-se, brigando uns com os outros. Parecia que dentro da floresta era um tremendo caos. Rafaela foi até a beira do caminho longo e tortuoso e sentou-se, abraçando os joelhos. Olhou para o chão e depois para o céu. 'Oh, Deus, nos ajude!, pediu ela.
(°°°)
O relógio do celular marcava 21h46 quando Rafaela olhou pela décima terceira vez. Estava estava dentro do carro comendo alguns biscoitos de morango. Ela já não aguentava mais comer aquilo. Estava com sede e não tinha água, nem ao menos refrigerante. Ela olhou para Nicole, que continuava adormecida com a cabeça no volante. Ela queria acordar a amiga, mas não queria que ela passasse poe aquilo junto com ela, então a deixou daquele jeito.
Rafaela desceu do carro e caminhou até o meio da estrada. Até agora ninguém passou para ajudá-las. Nem uma alma morta.
Ela caminhou para um lado e para outro. Olhou para o céu, na esperança de vê uma lua, grande e redonda, mas o que viu foi um céu negro com nuvens cinza. Um tempo pálido e sem vida. Rafaela caminhou novamente até o carro, olhou para Nicole e voltou para a estrada.
ᅳ Oh, Deus, o que eu faço?
Rafaela olhou para o chão. Sua esperança de alguém passar e ajudá-las estava acabando. Sua boca se contraiu e seus olhos lentamente ficaram marejados. Mas, então, ela levantou a cabeça. Seus olhos brilharam com uma luz fraca que refletiu neles.
Rafaela avistou uma luz não muito longe. Um ponto dourado brilhando, ficando intenso a cada segundo. Era um carro que se aproximava.
Não demorou mais de um minuto para uma caminhonete amarela, não muito velha, parasse bem ao lado de Rafaela.
Uma caminhonete velha. Dentro, estava um velho de cara feia e cabelos grisalhos.
ᅳ Moço, por favor, nos ajude! ᅳ disse Rafaela, quando o velho colocou a cabeça para fora da cabine da caminhonete.
O velho tinha uma aparência estranha. Os cabelos de sua cabeça eram brancos como uma caveira seca ao sol. Seus olhos negros emanavam um ar mórbido para onde ele olhasse. Sua cara era enrugada por causa de sua velhice. Em sua boca, poucos dentes se eram visíveis.
ᅳ O que houve aqui? ᅳ ele perguntou. Sua voz era demasiadamente grossa.
ᅳ O pneu do meu carro furou à poucos metros daqui, e viemos parar justo aqui, no meio da estrada. ᅳ A voz de Rafaela saiu embargada. Estava com medo, nervosa. estava exaltada.
ᅳ Você está sozinha? ᅳ o velho fixou seus olhos negros aos de Rafaela. Um tremor correu por todo o corpo dela.
ᅳ Não... Não estou sozinha ᅳ disse ela rapidamente.
ᅳ Como disse? Não entendi.
ᅳ Estou com uma amiga ᅳ disse Rafaela com mais clareza.
ᅳ Ótimo. Quanto mais, melhor ᅳ disse o velho lentamente.
Rafaela olhou o velho com desconfiança. Mas não deu muita importância. Caminhou até o carro jogado no meio do asfalto e chamou o velho:
ᅳ Ela está aqui, mas está inconsciente.
O velho desceu do carro lentamente. Sua força já não era como devia ser 20, 30, 40 anos atrás. Ele bateu a porta da caminhonete atrás de si e caminhou até Rafaela. Seus passos eram pequenos, mas rápidos. Rafaela ergueu uma sobrancelha ao vê a rapidez do velho, que aparentava ter uns 100 anos porém, ele parecia fraco, mas era só a aparência.
ᅳ Qual o nome dessa "belezura"? ᅳ ele perguntou, olhando Nicole com malícia e desejo.
ᅳ Nicole ᅳ disse Rafaela.
ᅳ Nome bonito.
ᅳ Então, no que o Sr. pode ajudar? ᅳ disse Rafaela um pouco trêmula. A noite estava fria, e alguns ruídos estranhos se ouvia vindo da floresta.
ᅳ Posso levá-las para a minha casa e chamar um rebocador.
ᅳ Muito obrigado, Senhor! ᅳ disse Rafaela com um pequeno sorriso no rosto.
ᅳ Chame sua amiga ᅳ disse o velho. ᅳ Não tenho tanta força para carregá-la.
Rafaela não disse nada. Olhou uma última vez para o velho e entrou dentro do carro.
(°°°)
Nicole acordou depois de uns minutos. Rafaela insistiu, até que ela cedeu e acordou. Os ferimentos não sangravam mais. Doía um pouco, mas nada grave. Suas roupas estavam sujas com o sangue, mas nada muito ruim.
Presumo que a parte dois sai no outro ano. Beijos e dêem suas opiniões sobre tudo. Amo vocês.
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Bem Vindos
HororSINOPSE ABAIXO!! A morte rasteja pelos caminhos que a gente cruza; assim a morte cruzou o caminho de Tay, Wendy, Helena, Cami, Isabella, Backy e Bia, mas será que foi ao contrário? Será que foi essas meninas que cruzaram o caminho onde a morte passa...