Em outra vida, talvez?

Capitulo 9 - "Bomba relógio contida"

Brenda encostou a cabeça na parede limpando as lágrimas que insistiam em cair de seus olhos, ofegou fechando os olho e passou os dedos pelos cabelos,  depois esfregou o pescoço onde a tensão estava sentindo.

Stroh estava lá fora em algum lugar com a sua filha, sua menina, a menina que Brenda lutou para ter e ela estava presa em uma sala de espera a horas atrás de notícias do marido, ela queria sair e poder caçar Stroh, mas ela também tinha medo por Fritz, de acontecer algo e ela não está ali.

Brenda ofegou tirando seu cardigã, seus pensamentos foram em Sharon e na maneira que ela saiu dali, seus olhos confuso e os lábios vermelhos por causa do beijo, naquele momento ali, sozinha na sala de espera Brenda quis que tudo aquilo fosse somente um pesadelo. E que iria acordar a qualquer momento com sua menininha dormindo agarrada a ela e o marido do lado.

Ela se lembrou de seus olhos encontrando os de Sharon e de como seu corpo respondeu ao toque da mulher, Brenda jamais havia sentido algo tão forte como sentiu nele momento, a excitação do seu corpo a fez cometer um erro.

Um erro que ela jamais pensaria em cometer, Brenda beijou Sharon e ela a correspondeu tão intensamente apertando seu rosto contra o dela. Brenda voltou ao sofá e se sentou deixando que as lágrimas inundasse seu rosto.

...

Sharon entrou em casa fechando a porta colocando a bolsa sobre o sofá, o apartamento ainda tinha as cortinas fechadas da noite anterior e caminhou em direção ao seu quarto, mas parou para ver se havia algum movimento do filho. Sharon entrou no quarto fechando a porta levando as mãos nos lábios antes de se sentar na cama, seu rosto estava vermelho e ela sentiu como se sua pele queimasse de dentro pra fora.

A estranha sensação que Sharon sentiu de proteger Brenda e de conforta-la naquele momento encheu todo o seu ser, ela queria dizer a Brenda que tudo ficaria bem e que sua filha logo séria devolvida. Quando ela tocou e acariciou o rosto de  Brenda encontrando o olhar da loira sob os seus, Sharon sentiu o ar faltar, sentiu seu corpo formigar e ela sabia que era errado desejar algo a mais ali.

Mas quando Brenda tomou seus lábios Sharon sentiu o desejo falar mais alto, sentiu as mãos de Brenda a tomando em seus braços e o desejo que aquele momento despertou nela.

Ela lembrou do jeito que Brenda levou as mão no cabelo em sua sala a alguns anos atrás, do olhar sedutor que a loira lhe ofertou antes de se virar, pra tirar a bolsa para a visita com o prefeito, do vestido vermelho que Brenda vestia e até do batom que a chefe usava naquele dia.

A Comandante levou as duas mãos no rosto, pegou o travesseiro o levando até a boca e gritou de frustração chorando, ela se lembrava de ter desejado ficar, do toque no rosto de Brenda, dos lábios da mulher no seu,  do jeito que acariciou seus cabelos loiros e os pressionou mais contra ela desejando que o mundo parasse ali com elas duas.

Rusty saiu do quarto em direção a sala enquanto conversava com Gus pelo telefone, ele avistou a bolsa da mãe no sofá e caminhou em direção ao quarto dela se despedindo na ligação.

Sharon se deitou na cama agarrada ao travesseiro, as lágrimas encheram seus olhos novamente e um soluço rompeu o silêncio do quarto.

Rusty bateu na porta e abriu um pouco para olha-la,  ele suspirou ao vê-la e Sharon limpou os olhos ainda agarrada ao travesseiro, Rusty se aproximou dando a volta na cama e se deitou atrás da mãe a abraçando forte.

Sharon encostou a cabeça no peito do filho ainda chorosa e fungou, ele passou o braço em volta da cintura dela e a abraçou mais forte ficando ali em silêncio com ela.

Seu telefone tocou com o aplicativo de marca passo e ela pegou desligando.

— Me desculpe. — Fungou chorosa.