Love Me Better

Acidose Metabólica

Boa noite!

Hoje tem música no capítulo, ouçam as duas indicações até o final das cenas, precisa do repete, beleza?

Bora lá?!

Enjoy.

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Acidose: Um termo médico utilizado para indicar um distúrbio do equilíbrio acido-alcalino no sangue, levando a diminuição do ph sanguíneo, tonando o sangue mais ácido do que o normal.

Lembranças e a constatação dolorosa de um sentimento de traição, em um sentido mais genuíno, aquele onde você foi deixado às cegas por aqueles que mais amava, pode ter um efeito catastrófico. O desequilíbrio inicia-se silencioso, mas corre ácido pelos vasos sanguíneos deixando rastros caóticos ao organismo.
Porém em meio ao colapso, o antídoto surge simples. De forma neutra se infiltra, como a água, regulando de forma fluída e aos poucos diluindo o que era ácido. No final o antídoto é a base que faltava para dar fim a dor e início a novos rumos de uma história.

🩺

Lauren.

Atlanta, fevereiro de 2023.

Os olhos castanhos que faziam meu coração bater louco dentro do peito estavam sobre mim. O sorriso doce que se tornava sensual no segundo seguinte expirava a respiração dificultosa gerada pelo prazer mútuo.

Eu a tinha, eu estava em Camila. Com seu corpo sobre o meu, minhas mãos livres pelas suas curvas e os olhos cheios de tesão contra os meus.

A distância da minha boca para a dela era algo muito errado que eu estava prestes a consertar, mas antes que eu pudesse tocar-lhe os lábios...

Acordei me agarrando ao travesseiro, forçando meus dedos contra a espuma fofa e ficando com ódio de mim mesma e da minha mente completamente inimiga da minha sanidade.

Meus sonhos com Camila eram frequentes no início, se repetiam nessa mesma cena em momentos diferentes, mas sempre me lembrando, me massacrando com esse momento em específico.

Com certeza era algo criado do meu subconsciente através das minhas milhares de lembranças de cinco anos onde Camila, mesmo longe, era uma constância na minha vida. Cada férias de verão ou feriado que eu podia voltar para casa tinham a marca dela. Levantei da cama indignada comigo mesma.

Cadê o amor próprio hein, cérebro idiota? Autopreservação, sério que você desconhece?

Olhei pela janela do apartamento e ainda estava escuro lá fora. Puxei a coberta e a enrolei em mim, ela me acompanharia até a cozinha para tomar um copo de água.

Meus passos foram detidos em frente ao espelho que ficava na metade do caminho para a cozinha. Os olhos vermelhos refletidos não eram apenas de sono, eu havia chorado.

Logo não era mais o sonho que estava me causando sentimentos negativos, as imagens do motivo do meu choro vieram em enxurrada.

Nicholas chegando no estacionamento e pegando a garotinha do colo de Camila, os dois conversando enquanto colocavam a menina no carro, um casal. Agatha Hayes, filha de Camila Hayes, 3 anos e 10 meses.

Balancei a cabeça e sabia que não conseguiria voltar a dormir, porque agora não era uma Hayes que estava na minha cabeça, eram duas.

Sabia que Anne me xingaria por ligar aquela hora, mas também tinha certeza da rotina louca dela e que plantões noturnos eram comuns. Três horas da madrugada ela estaria tentando dormir entre uma emergência ou outra.