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— Vejo você no almoço, chefinha! — eu disse, seguindo logo meu caminho até o escritório.

Sim. Agora eu tenho um escritório.

Andei em direção ao final do corredor, onde meu cantinho ficava, passando por algumas salas menores no caminho.

Eu podia sentir os olhares das pessoas em mim, talvez porque eu estava alguns minutos atrasada. Isso me fez ficar um pouco nervosa.

Entrei na sala, indo até a mesa, deixando minha bolsa ali e me surpreendendo ao ver dois retratos ali, uma da minha família e eu, tirada no Natal passado, e uma com a minha namorada. Uma das primeiras fotos que tiramos juntas.

Foi no dia em que Jenna me levou
para a famosa cachoeira daqui de Los Angeles. Nesse mesmo dia ela me pediu em namoro, e eu aceitei na hora, sem pensar duas vezes.

Peguei a foto com a minha família, sorrindo e já sentindo saudades de todos eles.

Até de Diego, meu irmão. Aquele babaca.

— A senhora Ortega me deu essas fotos, pediu que eu colocasse na sua mesa — uma voz masculina chama minha atenção. Levanto meu olhar, encarando o homem à minha frente.

Ele estava vestido de maneira quase formal, com uma calça jeans escura e uma blusa social de manga para acompanhar. Ele era alto e tinha um sotaque forte, logo vi que não era daqui.

— Sou Jean Santana, seu assistente — ele estende a mão para mim.

Um assistente? Que chique.

— É um prazer te conhecer, Jean. Sou Emma Myers—

— Sabemos —ele ri fraco, se sentando na cadeira de frente para a minha mesa.

Me sentei também, cruzando as pernas e pedindo que ele me contasse um pouco mais sobre ele.

Jean começou contando que ele também era latino. Ele nasceu no Brasil, mas quando era um bebê se mudou para os Estados Unidos com os pais, tendo assim, dupla nacionalidade nos dois países.

Ele disse que se não fosse a economia fodida do país, ele morava lá, com os
avós.

— Eu soube que a antiga gerente de RH foi para o Brasil, ela virou chefona da sede da Jauregui's Industry de lá. Não pensou em ir com ela? O Brasil é a sua área — perguntei, em um tom divertido.

— Sim, mas como eu disse o Brasil não está muito... Agradável para morar no momento. Vai por mim, eu vou sempre visitar meus avós. E sei o que eles estão passando — comprimi os lábios em uma feição triste.

Não precisava ser latino, ou muito menos brasileiro, para saber a situação em que estavam passando.

— Essa foi uma das razões para a Jauregui abrir outra sede la. Ela queria criar mais uma fonte de emprego para pelo menos algumas pessoas — Jean explica.

Naomi  sempre me pareceu uma pessoa caridosa. Ela tentava mudar o mundo do jeito dela. E sempre usou o dinheiro das empresas para fins sociais.

Depois disso eu perguntei o que Jean achou de eu ter ficado com o cargo, sendo tão nova na empresa.

Eu precisava saber da opinião dele, já que trabalhamos juntos a partir de agora.

— Eu gostei, até. Quando a Barbie falou que ia sair eu imaginei que a Ortega colocaria você. Quem não gostou muito foi a Carmela, a sala dela fica no começo do corredor, se eu fosse você passava longe dela — ele diz baixo, como se fosse um segredo.

Eu que gostava de uma fofoca, queria saber mais sobre o assunto.

— Ela falou mal de mim? — perguntei — Eu ja vi essa tal de Carmela pelos corredores. Oh! A mulher com certeza me odeia. No começo ignorei já que ela é bem senhora, mas agora eu 'tô com medo — ele riu, jogando a cabeça para trás.

Why not? - adaptação Jemma G!POnde histórias criam vida. Descubra agora