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— Porra... — xingei fazendo uma careta involuntária. Dei descarga logo em seguida me levantando.

Diana, que estava segurando meus
cabelos, o soltou, indo para a entrada
do banheiro, onde Pricila já estava.
Ambas me olhavam apreensivas, preocupadas com a minha saúde e meu bem estar.

— Eu estou bem — afirmei, sem elas ao menos terem perguntado.

— Você parece o Gasparzinho de tão pálida. Vai por mim, você não está bem — Diana disse, me fazendo rolar os olhos.

Coloquei a pasta de dente na minha
escova, olhando as duas através do
espelho, deixando meu olhar cair para minha figura ali.

Com certeza eu não estava bem. Meu
rosto estava abatido e pálido, além de
eu me sentia fraca, resultado da longa
noite que passei vindo ao banheiro a
cada dez minutos para colocar tudo o
que tinha comido para fora.

— Eu nunca fico doente. Tenho uma imunidade muito boa. É raro eu ter
uma simples gripe — ponderei, mas
para mim do que para elas.

— Emma, acho melhor ficar em casa hoje. A jenna vai entender — quem diz é Diana, ignorando minhas falas de estar bem.

— Não posso. Eu vou apresentar minha primeira reunião sendo diretora do departamento de recursos humanos. Jean e eu trabalhamos muito para que tudo acontecesse perfeitamente e eu não vou deixar que o nervosismo estrague isso — ouço o suspiro alto de Pricila saindo do banheiro.

Junto com seus murmúrios dizendo o quanto eu era teimosa.

Ela sabia que por isso, nada que elas falassem iam fazer com que eu ficasse em casa. Ainda mais, tendo uma reunião tão importante daqui a algumas horas.

— São cinco da manhã, você passou a noite acordada. Acha que vai conseguir se concentrar em alguma coisa? — Pricila pergunta, se sentando ao meu lado no sofá da sala — Não é só nervosismo, Emma —

Dessa vez quem suspira sou eu. De cansaço principalmente.

— Emma... — Pricila chama minha atenção, colocando as mãos no meu ombro — Ouve a gente, doida. Não vá trabalhar assim. Você não está bem — me deitei no sofá, colocando o rosto na almofada, sentindo meus olhos marejando.

— Eu quero ir... — teimei, como uma criança.

— Tudo bem, não precisa chorar
por isso, Emma. Nós só estamos preocupadas — Diana se senta do outro lado — Vamos fazer assim, tire um cochilo, durma pelo menos um pouco, e se você acordar bem eu te levo para a empresa, mas meu turno é mais cedo que o seu, então vai ter que se arrumar mais rápido —

Ela nem precisou insistir mais, eu apenas assenti, me deitando ali mesmo em seu colo e fechando os olhos.

Eu consegui dormir? Não. Já que
alguns minutos depois, lá estava eu, debruçada contra o vaso sanitário
tirando de mim a comida que nem
havia mais.

Quando acabei, fiz a mesma rotina
de escovar os dentes e apreciar a
figura horrível no espelho. Ao sair do banheiro, Pricila e Diana estavam me esperando com uma tigela de mingau,
e um copo de suco natural, que eu adivinhei ser laranja, por conta da cor.

— Eu estou literalmente vomitando tudo que esta dentro de mim e vocês querem que eu coma mais? — perguntei, me jogando no sofá.

— É assim que a desintoxicação funciona, amiga. Isso, claro, se esse realmente é seu diagnóstico principal — Diana sussurrou a última parte, colocando a tigela na minha coxa.

— Como assim, é claro que e intoxicação, ou o nervosismo da reunião. O que mais seria? — as duas se olharam como se tivessem um segredo, e depois olharam para mim.

Why not? - adaptação Jemma G!POnde histórias criam vida. Descubra agora