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Andei pela empresa, enquanto comia takis com milkshake, ignorando os olhares em mim.

Algumas pessoas eu até cumprimentava, outras eu ignorava.

Eu via se cumprimentava ou não dependendo dos seus olhares em minha direção.

Se seus olhares eram julgadores, eu ao
menos prestava atenção, apenas virava O rosto. Não sabia se me julgavam por estar grávida da chefe, ou por comer takis com milkshake às duas da tarde.

Não era culpa minha.

Durante minha gestação, tive um estranho desejo de misturar coisas salgadas com doces.

Começou bem normal, como pipoca salgada com leite condensado.

Depois foi ficando mais estranho, como pizza com sorvete, ou mergulhar balas Finis em molho de guacamole.

E, caso seus olhares fossem amigáveis, eu sorria de volta, talvez até dando um aceno.

Continuei meu caminho para o escritório de Jenna, e quando cheguei em seu andar, andei me arrastando para a sua sala, entrando sem bater, vendo ela, Angel e Zoe conversando sobre algo sobre a empresa.

Me senti mal por não participar dessa reunião. E por elas ao menos me contarem que estariam aqui, reunidas para falar de uma empresa que eu faço parte.

—Sei que estou de licença, mas eu ainda faço parte dessa empresa!—

As três me olham assim que eu fecho a porta novamente. E seus olhares me deixaram um pouco sem graça.

— O que faz aqui? O médico não falou que você precisa fazer repouso? — minha noiva preocupada vem em minha direção, segurando em minhas costas e me guiando para o sofá — Emma, você deveria estar cumprindo sua licença agora — ela me deu uma bronca.

— Eu fiquei muito sozinha em casa, e queria te ver — meus olhos lacrimejando só com a maneira que ela falou comigo.

— Emma, meu amor... — Jenna suspirou — Eu falei que ia chegar mais cedo, mas você precisa descansar, se não vai entrar em trabalho de parto antes da hora — Jenna se abaixou, tirando minha sandalia.

Ela tirou o copo vazio do milkshake da minha mão, fazendo com que eu deitasse no sofá logo depois.

— Pra quando é? — Zoe perguntou.

— Daqui a duas semanas — Jenna
responde por mim, suas mãos fazendo
uma massagem gostosa nos meus pés doloridos — Daqui a alguns dias nossos
filhos estarão com a gente. Isso claro, se
a bonita aqui sossegar, se não eles virão
antes — ela apontou para mim, fazendo
um sinal com a cabeça.

Os meses se passaram correndo, e com eles minha gestaçao estava chegando ao seu fim.

Se tem uma coisa que não sentirei falta é a terrível dor na coluna.

O que eu mais sentirei falta, é da sensação de tê-los dentro de mim, de senti-los.

No primeiro trimestre da minha gestação, Jenna e eu ainda estávamos um pouco desacreditadas. Claro, vimos os exames, e fizemos mais alguns. Mesmo assim, tudo parecia um sonho.

Percebi que era tudo real, e não um sonho, quando contamos para nossos amigos, e nossa família. Quando todos estavam lá chorando e comemorando comigo e minha noiva, vi que aquilo era real, que era tudo real.

E eu me permiti comemorar com eles mais uma vez.

No começo do segundo trimestre, senti meus filhos pela primeira vez.

Não vão mentir, no começo foi bem estranho, e eu me sentia desconfortável em ter algo dentro de mim se movendo. Me lembro claramente de como foi a primeira vez que eles mexeram.

Why not? - adaptação Jemma G!POnde histórias criam vida. Descubra agora