𝙎𝙚𝙭𝙩𝙞𝙣𝙜//𝙁𝙧𝙚𝙚𝙣𝙗𝙚𝙘𝙠𝙮

capítulo 39

Becky

- Mãe! - Gritei o melhor que pude, enfiando com força algumas roupas na mochila. - Mãe, estou indo na casa de uma amiga! - Gritei bem alto para não perder tempo. - Eu... eu... Se alguém perguntar, eu não estou em casa. - A verdade é que eu resolveria isso no meio do caminho, com certeza Heidi não teria problemas em me deixar passar a noite com ela e então eu resolveria. - Já volto... - A simples imagem dela com cara de cão de guarda na porta da minha casa me deixou em pânico. - Não sei quando voltarei, mãe.

Vamos recapitular um pouco, eu estava um pouco irritada porque Freen ainda era muito teimosa para admitir que ainda gostava de mim ou para cair nas provocações que eu fazia. Ela deveria conversar com essa garota desconhecida, mas isso não significava me deixar completamente de lado e não significava continuar me odiando a esse ponto insano.

Acontece que, num acesso de raiva, minha boca grande e estúpida acabou deixando escapar a verdade de que eu estava de alguma forma mantendo contato com a garota que me interessava, mas não só isso, mas também a tratei como uma idiota por não perceber. Percebi que fui eu quem a fez gritar naquela noite. Depois de dizer isso, o choque da realidade me atingiu e o pânico me invadiu.

Dupla idiotice da minha parte!

A questão é que agora eu estava completamente histérica, fazendo tentativas desesperadas de fugir de minha casa antes que aquela mulher demoníaca estivesse preparada para reivindicar minha cabeça como um sacrifício para apaziguar a fúria que devo estar sentindo agora. Eu tinha certeza absoluta de que, naquele momento, Freen Sarocha devia ter um boneco de vodu com um alfinete preso entre meus olhos, se não o estivesse esfaqueando.

Mamãe não respondeu a nenhuma das minhas reclamações.

- Você não se importa para onde sua filha vai!? - questionei cheio de fúria e pânico. - Mãe!

Naquele momento, a porta bateu no fundo da parede, provando que quem quer que fosse o intruso, tinha feito tudo possível para que a sua entrada fosse escandalosa e completamente pouco escondida. Lá estava ela com um sorriso faminto, com minha mãe do meu lado completamente alheia ao que estava prestes a acontecer.

- Amor, Freen veio ver você. - Ela sussurrou acenando para mim sugestivo por trás. - Pensei em te dar essa surpresa já que você estava bastante chateada hoje.

Oi Deus

- Olá, Becky. -- Ela me cumprimentou com uma calma estranha que me deixou desesperado. - Eu não podia esperar mais para ver você. - A maneira como sua língua passava pelos lábios mal me permitia respirar. - Espero que você não se importe por eu ter vindo sem avisar.

Meu coração afundou quando mamãe se afastou para dar lugar a Freen e, além disso, ela deu sorrisos inocentes para minha mãe, como se não estivesse planejando me estrangular assim que ficássemos sozinhas; Eu podia ver no preto de seus olhos que Freen estava vindo para me matar.

- E eu já pensei que não iríamos mais te ver aqui. - Mamãe falou com drama e uma certa travessura. - Eu já estava me resignando a ter que ver outra bunda que não fosse a sua.

- Não, senhora sogra. - Ao ouvir esse pseudônimo, mamãe sorriu. - Eu não permitiria que isso acontecesse. - Sim, claro, porque ela vai me matar e me colocar na geladeira. - Posso te pedir um favor, querida sogra?

Havia algo acontecendo aqui e eu não gostei.

- Claro, querida, o que você quiser. - E de fato, minha mãe acabou se apaixonando pelos olhinhos daquela ovelhinha.

- Você pode sair de casa? - Oh, Deus! Agora estou com problemas. - É só que vou fazê-la gritar e não acho que você vá gostar de ouvir seu bebê daquele jeito. - Essa idiota não tem vergonha? - A sua filha me deixou daquele jeito e não consigo me conter.