capítulo 42

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Becky

- Corra pela sua vida! - gritei com todas as minhas forças enquanto agarrava firmemente à perna de Freen, que rapidamente lutava para continuar andando - Pare de parecer uma idiota, Nam! - gritei mais uma vez, conseguindo chamar a atenção da ruiva. - Corre, não vou segura-la muito mais!

- Mas eu só queria... - A tentativa grosseira de Nam de apaziguar a fúria de sua melhor amiga só a deixou duplamente irritada.

Literalmente, Freen forçou e saiu me arrastando pelo chão pendurada em sua perna, conseguindo avançar mais alguns centímetros.

- Eu juro, Orntara Poolsak, vou te matar! - Ela gritou. - Vou usar seus peitos como saco de pancadas. - E eu sinceramente acreditei que ela fosse capaz. - Seus mamilos vão ficar côncavos, estúpida.

Eu ainda estava sendo arrastada e Nam ainda não estava se movendo, neste momento, um duplo assassinato iria acontecer na casa dela e a ruiva bundão não estava fazendo nada para salvar sua vida. Mind, entretanto, tentava traçar seu plano de fuga sem nenhum tipo de resultado positivo e se a situação continuasse seu curso, a fera seria libertada sem que eu pudesse evitá-la.

Apertei ainda mais o joelho de Freen.

- Mind! - Eu gritei. - Se você não quer ficar sem namorada é melhor se apressar. - O corpo de Freen cedeu à força da gravidade e ela caiu de barriga no chão e embora eu tenha subido em suas costas, a fera possuída continuou a fazê-lo avançar. - Sarocha, para!

- Vou enfiar as propostas indecentes no cu delas! - Ele gritou bem no momento em que a Mind apareceu. - Vou enfiar a cabeça do Nam na sua bunda, Nekkham.

Felizmente para mim e para os condenados à morte, Mind conseguiu empurrar a namorada pela janela e saia atrás dela alguns minutos depois segundos; provavelmente, quando as duas meninas chegaram a virar da esquina, os gritos de Freen ainda podiam ser ouvidos e a dita em questão, continuou a se contorcer sob meu corpo como uma possuída para matar duas da suas melhores amigas.

Como chegamos a isso?

A resposta é fácil. Tudo começou com o maldito pedaço de papel que caiu na minha cabeça há dois dias na aula de psicologia do desenvolvimento.

Dois dias atrás.

Meu olhar ficou fixo na loira que levantava e baixava as sobrancelhas num convite constante ao pecado, e um pouco mais longe, sua namorada a acompanhava em seus gestos sugestivos traçando uma linha imaginária alusiva ao meu bumbum e depois fazendo a pantomima de ser espremendo algo suculento.

- Mas... - Primeiro vi como ambos os olhares se afastaram de mim e depois senti o puxão em minhas mãos.

- Que diabos!? Casal de pervertidas! - Acusou apontando para elas como se fossem uma dupla de bruxas em meio a um julgamento no meio de Salem. - Elas querem jantar minha namorada!

Naquele exato momento, todas as palavras trocadas pelas amigas de anos permaneciam num limbo sombrio e pouco claro, no qual a única coisa que eu podia fazer era repetir para mim mesmo repetidas vezes o termo que Freen Sarocha havia usado em público para se referir a mim como "minha namorada".

- Becky! - A voz rouca de Freen chegou aos meus ouvidos, conseguindo me afastar completamente do mundo da estupefação.

- Se Freen realmente não quer levar uma surra, posso te emprestar a bunda do Nam. - A loiro ofereceu distraidamente. - Posso garantir que é completamente satisfatório jogar como uma festa.

Ouvi os dentes de Freen rangerem.

- Esse tambor é meu! - Ela falou apontando para a amiga. - Você fica com as tangerinas do Nam e eu fico com o pêssego da Becky. - Ela retrucou, fazendo a mesma careta de Mind, indicando que estava apertando algo suculento. - Casal de porquinhas taradas, quero vocês bem longe da minha bundinha branca. - E como se ela não tivesse dito isso em voz alta, ela apenas me olhou da maneira mais doce que encontrou e me falou. - Certo, minha bundinha?

𝙎𝙚𝙭𝙩𝙞𝙣𝙜//𝙁𝙧𝙚𝙚𝙣𝙗𝙚𝙘𝙠𝙮Onde histórias criam vida. Descubra agora