pregos no caixão.

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É impressionante a minha minha loucura e todas essas limitações.

Hoje é um daqueles dias que volto a me questionar sobre a minha existência. Será mesmo que todos que nascem tem algum objetivo, algum ideal?!
Ser fraco assim, é frustrante e constrangedor.
Limito demais o que me faz ficar "bem" e deixo fluir solto tudo aquilo que aniquila minha vontade de existir e rouba qualquer sorriso que poderia brotar em meu rosto.
Pensar traz consigo um turbilhão de coisas que, na maioria do tempo, prefiro manter esquecido nas profundezas da minha mente e tudo isso, pois desejo manter meu coração o mais calmo e controlado possível.
Ignorar é algo difícil ao extremo; pois cada palavra e cada momento perdido, me perfura como uma navalha no seu auge.
E eu dificilmente consigo dialogar, pois isso agita meus pensamentos e aperta meu coração ao ponto de me questionar se irei sobreviver ao que sinto.
No fim, só consigo admitir o quão quebrado e transtornado eu sou.
E as coisas devem ser do meu jeito, seja eu dando permissão ou tomando o controle por completo.
É eu sei, quando digo ser difícil, eu realmente sou. E mudar nem me parece mais uma opção, fracassei todas as vezes que tentei e só me magoei mais e mais.
Talvez o sentido da minha existência seja carregar a culpa e a solidão, não sendo capaz de evoluir, me relacionar ou mesmo, pelo fato de faltar coragem para terminar com tudo.
Por mais doloroso que seja, eu tento aceitar esse destino. "Sou difícil de lidar, às vezes, nem eu consigo. Então pq esperar que alguém consiga!?". Séria exigir demais de pessoas que, de alguma forma, ainda querem minha companhia…
Mas por quanto tempo? Isso é uma resposta difícil, mas costuma ser por um curto período e eu só posso tentar superar, mais um ciclo que se completou e com ele, arrancou mais um pouco de mim.
Já ocorreram ciclos demais, eu estou cansado de reviver e me esforçar tanto por coisas que no fim, morrem.

Me pergunto se sou digno da bondade divina e de receber a permissão para morrer. Mas acho que já fui abandonado por qualquer divindade, ao menos, a maioria. E aquelas que possivelmente permanecem, apenas observam em silêncio às minhas tentativas falhas de sobreviver. Espero que ao menos, não debochem da minha dor, pois por pior que eu seja, seria cruel demais comigo e iria me arrasar por completo. Cravando por fim, o último prego no meu caixão.

Apenas digo, espero não acordar.

Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora