A primeira semana tem sido infernal: Doyoung é um lixo de pessoa, todo dia é preciso trocar as flores dessa casa e eu definitivamente detesto me livrar da água do banho de Doyoung e mais ainda ter de lavar as escadarias do casarão. No entanto, não há nada melhor do que uma boa e velha fofoca de criados. No meu terceiro dia, comendo na cozinha descobri que a família Kim não está tão bem financeiramente e acho que é por isso que decidiram cobrar todos que estavam devendo eles — e acredito que isso inclui meus pais.
Acabei de trocar a roupa de cama de Doyoung e como ele está fazendo sabe-se-lá-o-quê com os amigos dele, esse é o momento que vou descansar no meu dormitório compartilhado — eu durmo na alcova de um pequeno aposento com mais outros dois criados.
— Jisung! — escuto a voz de Salli atrás de mim e me viro para receber mais uma tarefa. — Sr. Kim está com um convidado no escritório dele. Prepare um Borichá para eles e sirva.
— Sim, senhora — me direciono para a cozinha.
Felizmente, preparar um chá de cevada é o menor dos meus problemas. Ainda tenho que dar um jeito de sair um pouco daqui, encontrar Lucas e ver se consigo entrar em contato com meus pais. Como não tenho dinheiro para comprar uma pena e matéria de escrita, creio que posso roubar de Doyoung nessas suas saídas diárias e conseguir alguém para entregar para mim, o que seria difícil, porque nem dinheiro para pagar essa pessoa eu tenho.
Queria explorar Ilmol South também, porém não deixo a propriedade para nada. Talvez possam me deixar sair para acompanhar Doyoung, no entanto duvido que seja tão cedo assim. Jaehyun me olha pelo canto do olho quando me vê passar. Acho que ele teme que eu fuja. Eu realmente gostaria de fugir.
Preparo o chá rapidamente, confesso que não estou dando meu melhor. Não sou eu que faço questão de estar aqui; muito pelo contrário, eles insistiram tanto para que eu viesse. Se sou incompetente, talvez a culpa não seja inteiramente minha.
— Entre — Sr. Kim fala de dentro do escritório assim deixo batidinhas na porta.
Abro a porta com a bandeja na mão esquerda e me dou de cara com um local da casa que ainda não tinha entrado. Aqui tem tantos livros, miniaturas de navios e mapas que talvez seja o local mais surreal daqui. Me distraio com alguma ilha remota num mapa que pende ao lado da porta. Sr Kim dá um pigarro para chamar minha atenção.
Viro-me para eles e me curvo para deixar o pires com as xícaras sobre a mesinha de centro. Com minha ação habitual, eles sentem que podem continuar a conversa de outrora.
— O que eu estava falando é que precisamos disso — Sr. Kim começa. — Se uma droga de sereia tivesse sido capturada, se é que existem, poderíamos ter sucesso, afinal o que não nos falta é homens no mar que sabem explorar o oceano de cabo a rabo. Mas unicórnios...
— Pois é — o homem barbudo que está com o Sr. Kim concorda num movimento da cabeça. Enquanto isso, eu sirvo ambas xícaras com o chá vagarosamente. — Veja. Ficam na floresta e você bem sabe que não temos pessoas de confiança para isso. Pelo menos, não ainda. Mas acha que entregar um unicórnio ao rei seria uma boa ideia para mostrar a potência da família Kim?
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lágrimas de unicórnios ★ chensung
Fanfiction« a coexistência de humanos e unicórnios era algo claramente impossível. no entanto, por algum motivo, o véu que separava ambas dimensões se rompeu, forçando ambas espécies conviverem no mesmo espaço. agora dane-se o ouro ou o diamante ou qualquer q...